VW Voyage americano: carro de youtuber é raro e pode custar R$ 60 mil
Imagina você estar rodando pela Califórnia, nos Estados Unidos, e de repente pensar que está no litoral de São Paulo ao ver um Volkswagen Voyage ao seu lado no trânsito.
A cena pode acontecer, mas não é exatamente um Voyage que você verá. O carro em questão é um Volkswagen Fox, nome que o sedã compacto recebeu quando foi exportado para os EUA.
Morando há quatro anos por lá, Francis Silva diz que realiza um sonho para matar a saudade do Brasil assim. O exemplar comprado recebeu o apelido de "Firefox", uma brincadeira com o nome Fox e a cor vermelha de fogo da carroceria.
"Para mim, esse carro serve para diminuir a distância do Brasil. Me lembra meu pai, que tem uma Saveiro quadradinha por lá", conta Silva. Ele já teve vários modelos nos EUA, como um BMW Z3, e atualmente também é dono de um Prius na garagem.
Ele comprou o carro do antigo dono por US$ 1.300 dólares. "Ele estava pedindo US$ 1.800, mas negociei para US$ 1.500, depois descobri que tinha algumas pendências de documento, então acabamos fechando em US$ 1.300". Em conversão direta no câmbio atual, ele pagou cerca de R$ 6,8 mil.
O modelo de Silva é um Fox 1988, da primeira fornada de modelos exportados para o mercado norte-americano. Esse "Voyage" tem motor quatro cilindros, 1.8, com 81 cv de potência e 12,8 mkgf de torque e câmbio manual de quatro marchas.
Diferentemente do que era vendido no Brasil e usava carburador, o modelo exportado tinha injeção mecânica, que foi apelidada por mecânicos de "injeção burra", pois não consegue fazer a comunicação com equipamentos de diagnóstico, como o scanner.
O Voyage americano tinha algumas diferenças para o nosso: frente e grade alteradas, repetidores de setas nos painéis laterais traseiro do carro e para-choques mais pronunciados, tanto na frente como atrás.
Por dentro, destaque para o painel de instrumentos satélite, que ficava separado do restante do painel e a marcação em milhas por hora (MPH) em números grandes com km/h na parte interna em um grafismo menor. O volante é o mesmo usado na última série do Fusca. Ele quer colocar um "quatro bolas" do Gol no lugar.
Silva diz que o carro está em perfeitas condições no que diz respeito à mecânica, mas quer melhorar a parte estética do carro, particularmente o interior, com peças que estão faltando de acabamento. Ainda colocar o sistema de ar-condicionado para funcionar novamente e instalar uma direção hidráulica.
Ele pretende importar algumas coisas do Brasil, como um novo forro do teto, e quer alterar o painel de instrumentos, que originalmente vinha com velocímetro a esquerda e um relógio a direita, substituindo o relógio por um conta-giros no lugar.
Silva também roda por vários ferro-velho nos Estados Unidos procurando "doadores" de peças para o seu Voyage/Fox. Em um deles conseguiu maçaneta, faróis, molduras, entre outros. Lá, você mesmo leva suas ferramentas e desmonta o que quer levar do carro.
Por enquanto, Francis diz que não quer mexer na mecânica, prefere curtir o carro primeiro e cuidar de detalhes. Seus seguidores querem que ele altere as rodas para os modelos conhecidos como "orbital" e aposte em uma preparação de kit turbo no motor AP.
O que foi o Voyage/Fox?
O Voyage/Fox recebeu o codinome de projeto 99 dentro da fábrica durante o desenvolvimento para exportação não só aos Estados Unidos, mas também para o Canadá.
O projeto teve início em 1982, mas as exportações efetivamente começaram apenas em 1987. No Canadá, o simpático sedã foi oferecido até 1992 e um ano a mais nos EUA. Além do três volumes, a Volkswagen importou também a Parati, ainda mais rara, com o nome de Fox Station.
Para atender ao mercado norte-americano e suas exigências, não só em termos de segurança e legislação, mas também de conforto e qualidade, o Fox/Voyage teve mais de 2 mil modificações perante sua versão brasileira.
A estimativa é que tenham sido exportados cerca de 200 mil unidades do Voyage e Parati nesse período. Alguns exemplares nomeados como Fox são encontrados no Brasil, mas são raros.
Os que ficaram, geralmente tinham sido comprados por executivos da fábrica alemã que queriam a maior qualidade de acabamento da versão para exportação para seu uso aqui.
De acordo com José Paulo Parra, especialista em carros antigos, o Fox apesar de muito raro no Brasil não é tão requisitado assim por colecionadores, tal qual o próprio Voyage, que nos derivados da família Gol, é o menos desejado ainda.
"Alguns exemplares de Voyage, dependendo do nível de originalidade e da versão chegam perto dos R$ 60 mil, mas é algo raro de se ver ainda, especialmente se levar em conta as pedidas encontradas pelo Gol e a Saveiro. O Fox (Voyage) está no mesmo padrão", diz.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.