Carrões proibidos de acelerar: pisar fundo com esportivo novo é má ideia
Comprar um esportivo ou um superesportivo, gastar uma fortuna para sair da loja...bem devagarinho e andar assim por um bom tempo. Não é o que acontece, mas é o que deveria acontecer segundo as recomendações das próprias montadoras.
Sair acelerando seu novo carrão esportivo, fazendo o motor roncar alto e atingir o limite da rotação, ou até mesmo na primeira oportunidade que tiver ir para um track day não é o caminho correto.
Segundo manuais das marcas, é preciso respeitar uma série de processos, que incluem velocidades reduzidas, não superar determinadas rotações e esperar até os freios amaciarem.
O desrespeito às orientações pode, inclusive, render negativa de reparo em garantia de eventuais danos.
Audi R8
No manual do proprietário do Audi R8, por exemplo, há toda uma descrição sobre o amaciamento do motor V10 naturalmente aspirado - o último da marca, inclusive.
"Até os 1.500 km, o carro deve ser amaciado para que todas as partes trabalhem da maneira correta, o que ajuda a aumentar a vida útil do motor", diz o manual.
Lá também está que até os 1.000 km não se deve superar 2/3 da rotação permitida. O modelo tem a linha vermelha em 8.500 rpm, ou seja, o proprietário não pode superar, aproximadamente, os 5.500 rpm.
Jaguar F-Type
Um exemplo bastante restrito é o Jaguar F-Type. No material do proprietário, a marca inglesa descreve que, antes dos 3 mil km, o proprietário não deve acelerar com 100% da carga por períodos prolongados e não participar de track days ou cursos esportivos.
Outra regra imposta pela marca para o uso inicial do esportivo de dois lugares é que, até os 2 mil km rodados, o proprietário não deve superar os 4.500 rpm e a velocidade de 170 km/h.
Ford Mustang
O manual do proprietário do Mustang, o muscle car norte-americano com o potente motor V8 5.0 naturalmente aspirado, diz que não se deve levar o motor ao limite das rotações antes de atingir 1.500 km. A montadora orienta também a se evitar corridas e arrancadas, cujos possíveis danos não são cobertos pela garantia.
Posto isso, fica a pergunta: donos de carros com esse perfil levam o veículo ao limite nos primeiros quilômetros?
Em geral, a resposta é sim. Especialistas do setor e consultores concordam ao dizer que isso acontece, apesar das recomendações das fabricantes. As pessoas ouvidas falaram sob a condição de anonimato.
"Ninguém compra um carro esportivo, que é um luxo, para ficar andando a velocidades baixas ou não participar de eventos de pista, até que se atinja certa quilometragem".
Outra fonte consultada diz que "algumas pessoas simplesmente usam, independentemente dos alertas das marcas".
Os alertas parecem mais servir como uma proteção da companhia para casos de mau uso do carro ou dos componentes, destaca.
As fontes também dizem que um dos motivos pelos quais os donos "quebram a regra" é que, geralmente, eles trocam de "brinquedo" antes mesmo de atingir as quilometragens recomendadas. "Surgem novos modelos, um outro desejo e o carro geralmente vai na troca".
"Além de ser um brinquedo, um gosto que se faz, o uso é recreativo. Portanto, é para um passeio de final de semana, um track day, uma pequena viagem. Não dá tempo para esperar o veículo atingir a quilometragem ideal para aproveitá-lo"
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