Amante de carros, Carla Vilhena herda Chevrolet Camaro 1974 do pai
Qual é a sensação da noiva ao chegar de véu e grinalda na porta da igreja, levada pelo pai? A jornalista e apresentadora da CNN Brasil Carla Vilhena sabe bem.
Essa é apenas uma das muitas lembranças relacionadas a seu pai e ao Chevrolet Camaro 1974 LT que ela herdou dele e está na família há cerca de 20 anos.
"Meu pai me levou até a igreja nesse carro, mas no fim da cerimônia usei outro veículo, pois meus pais já tinham saído com o Camaro rumo à festa".
A solução foi seu maquiador buscar o Chevrolet Omega australiano da jornalista para resgatá-la com o noivo e levá-los para a comemoração. Vilhena, que é uma apaixonada por carros, relembra a história em entrevista para UOL Carros.
Na festa, o pai justificou a saída à francesa com o Camaro:
"Do meu lado só anda sua mãe e vocês não caberiam atrás", recorda Carla, destacando que a alegação fazia sentido, pois seu marido tem 1,90 m.
O Camaro, como acontece com o atual, tem quatro lugares, mas atrás atende apenas crianças; na indústria o conceito é chamado de 2+2 e está presente também no rival Ford Mustang, por exemplo.
Hoje, o muscle car norte-americano está com Vilhena e deixou o Rio, onde sua família vive, rumo a São Paulo, onde a jornalista mora atualmente, depois que o pai morreu, em janeiro passado.
"Quando meu pai faleceu, minha mãe falou para eu ficar com o carro", conta.
Carros marcantes
Carla conta que seu pai teve outros carros marcantes além do cupê da Chevrolet, como Karmann-Ghia conversível, Puma, Opala e Maverick, para citar alguns dos veículos nos quais ela pode aproveitar a companhia do pai.
"Uma história engraçada é que éramos em quatro na família. Porém, quando íamos para o sítio, meu pai fazia questão ir no Karmann-Ghia, que é pequeno. Assim, minha mãe nos levava juntamente com as malas no Ford Corcel dela".
O pai de Carla, Mário Vilhena Filho, também criou um laço com o Camaro. "Ninguém além dele dirigia o carro, só depois que o trouxe para São Paulo é que tive a oportunidade de guiá-lo".
Após o pai falecer, o Camaro foi para revisão em uma oficina da confiança de Carla, que cuida também do Mitsubishi Eclipse 1997 com apenas 30 mil km rodados que a jornalista tem desde zero-quilômero.
Sob o enorme capô, o Camaro guarda um motor V8 5.7, naturalmente aspirado, que rende 187 cv a 4.000 rpm e 37,3 mkgf a 2.600 rpm. O câmbio é automático de três velocidades e a tração, traseira.
Ela conta que a revisão se concentrou parte mecânica, incluindo acerto do ponto do motor, limpeza do carburador e troca das borrachas e das vedações, de forma a garantir que ele estaria pronto para passeios.
Vilhena destaca que a única alteração na configuração original do Camaro foi a remoção da cobertura de lona que havia sobre o teto - um clássico da época. "Como meus pais viviam na região dos lagos, começou a criar bolhas com umidade da maresia e meu pai optou por remover o revestimento".
O único item do carro que não está funcionando é o rádio, original. Fora isso, o esportivo tem todos os opcionais de época, como câmbio automático, vidros elétricos e ar-condicionado, que está em pleno funcionamento.
Pacote de peças e cuidado com o Eclipse
Além do Camaro, veio para São Paulo um pacote de peças sobressalentes que o pai foi comprando e guardando.
"O carro chegou com o porta-malas e o banco traseiro forrados de peças de reposição que meu pai tinha".
Parte das peças é motivo de mais uma lembrança de Vilhena.
"Em uma viagem que fiz aos EUA com a minha mãe, meu pai deu um catálogo todo marcado com itens para nós comprarmos e trazermos ao Brasil na volta".
"Nós fomos até paradas na imigração porque achavam que havia mais de US$ 500 (cota permitida para trazer itens do exterior sem taxação) em peças ali, mas eu tinha nota fiscal e o catálogo com o valor de US$ 299", ri.
Ela tem aproveitado o carro em alguns passeios e diz que teve de se acostumar com a posição de dirigir baixa e os freios, que não são tão eficientes quanto os dos carros atuais.
Se ninguém podia acelerar o V8 além do pai, ela diz que, por outro lado, ele e a mãe aproveitaram muito o modelo e faziam várias viagens a bordo do muscle car para a região serrana do Rio de Janeiro.
"Quando ele vinha a São Paulo, saía para passear com meu Eclipse. Já no final da vida e sem poder dirigir mais tanto, sempre levava o Eclipse para lavar. Então, quando sabia que meu pai viria, não mandava lavar o carro para permitir que ele tivesse esse prazer, esse cuidado".
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