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Mania nacional, ar-condicionado pede carinho para gelar bem o carro

Mesmo durante o inverno, o ar-condicionado deve ser ligado regularmente para manter os componentes lubrificados - Getty Images
Mesmo durante o inverno, o ar-condicionado deve ser ligado regularmente para manter os componentes lubrificados Imagem: Getty Images

Fernando Garcia

Colaboração para o UOL

25/09/2021 04h00

É sabido que o ar-condicionado já deixou de ser há muito tempo um item de luxo no carro. Hoje, é para muitos uma necessidade, sobretudo em países com clima tropical como o nosso Brasil.

Aqui, o equipamento passou a fazer parte dos itens de série da maior parte dos compactos. Lá na década de 1990, o Fiat Mille ELX iniciou essa tendência.

O ar-condicionado não apenas esfria o habitáculo dos veículos, como também ajuda a desembaçar os vidros nos dias com temperaturas mais amenas. Saiba que o equipamento, tão importante no cotidiano, requer manutenções que vão além de uma simples limpeza e da troca do elemento filtrante de cabine.

Confira a seguir algumas recomendações básicas de como cuidar do aparelho e não passar calor neste verão.

Por que é importante usar o ar-condicionado no inverno

manutenção do ar-condicionado - André Deliberato/UOL - André Deliberato/UOL
Imagem: André Deliberato/UOL

Para manter o bom funcionamento e aumentar a vida útil do sistema de climatização, o engenheiro e mentor de engenharia avançada da SAE Brasil Erwin Franieck recomenda usá-lo frequentemente.

"Evite deixar parado por muito tempo e funcione por, pelo menos, uns cinco ou dez minutos semanalmente", explica.

Que fique bem claro: o costume de não usar o ar-condicionado para preservá-lo é um mito.

Mesmo sem uso, por conta da ação do tempo, as juntas de borracha que fazem parte do sistema sofrem ressecamento, o que compromete a vedação. Além disso, deixar de usá-lo não vai adiar, por exemplo, a troca do gás refrigerante - já que o serviço deve ser feito periodicamente, independentemente do uso que se faz.

Faça manutenção preventiva

Já diz o velho e conhecido ditado: "o barato pode sair caro". Assim, não espere aparecer um problema para dar atenção ao ar-condicionado.

A manutenção preventiva é fundamental para prevenir o aparecimento de falhas mais graves e, com isso, você economiza uma grana no médio prazo.

Dessa forma, atente para as trocas de componentes e limpezas nos prazos recomendados, conforme indicação no manual do proprietário.

O ar-condicionado sujo, por exemplo, pode causar ou agravar problemas respiratórios, como bronquite, sinusite e rinite.

Use recirculação do ar-condicionado com parcimônia

Recirculação do ar-condicionado - Marcelo Justo/Folhapress - Marcelo Justo/Folhapress
Imagem: Marcelo Justo/Folhapress

A recirculação ajuda a economizar combustível, já que faz a temperatura escolhida ser atingida mais rapidamente, além de evitar o desgaste precoce do filtro de cabine.

Por outro lado, recomenda-se ativar essa função durante períodos curtos, sob o risco de impactar a saúde dos ocupantes, já que o ar da cabine não é renovado. A dica é ir alternando entre o modo de recirculação e a captação de ar externo.

Como evitar mau cheiro no ar-condicionado

É comum o ar-condicionado apresentar um cheiro azedo característico, parecido com o do vinagre, resultado da umidade que se acumula no sistema.

A falta de manutenção de filtros da cabine e da limpeza acaba provocando esse odor desagradável. Por isso, lembre-se de fazer a troca e a limpeza duas vezes por ano.

"Mantendo o sistema de fluxo aberto, evita-se a formação de fungos. Em ambiente mais úmidos a demanda por higienização é maior? via de regra uma limpeza do filtro, deixando-o ao sol, passando algum desinfetante spray a base de água, pode permitir usá-lo por mais de uma vez", explica o engenheiro e mentor de engenharia avançada da SAE Brasil, Erwin Franieck.

Quando você mesmo pode fazer a limpeza

Limpeza do ar-condicionado - Marcelo Justo/Folhapress - Marcelo Justo/Folhapress
Imagem: Marcelo Justo/Folhapress

Para isso, os limpadores específicos em versão aerossol para os dutos do ar-condicionado vêm a calhar.

Existem os limpadores do tipo sonda, aplicados com uma mangueira conectada ao gatilho, e os do tipo granada - nos quais o ar é ligado com resfriamento máximo e o modo de recirculação ativado.

Daí, você aperta o gatilho do produto para que ele faça a limpeza sozinho. Não é caro, custa na faixa de R$ 15 a R$ 25.

Troca do filtro do ar-condicionado

Limpeza do filtro do ar-condicionado - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

É importante observar os indícios de que o filtro está saturado, como perda de eficiência e mau cheiro quando se liga o sistema de ventilação.

A troca do componente costuma ser simples, dependendo do modelo do veículo.

A localização do elemento filtrante geralmente fica atrás do porta-luvas ou, em alguns casos, sob o painel. Por isso, antes de mais nada consulte o manual do proprietário. Um filtro de boa qualidade para um carro compacto, custa, em média, R$ 20. Um gasto irrisório que evita um problemão.

Vazamentos no ar-condicionado

Se o ar-condicionado não estiver gelando, a causa pode estar no vazamento do gás refrigerante. Para verificar se essa é a origem do problema, leve o automóvel a uma empresa especializada.

Lá, por meio de maquinário e ferramentas específicas, os técnicos irão fazer uma inspeção em todas as tubulações, mangueiras e dutos para avaliar possíveis furos e conexões mal encaixadas.

Qualquer que seja a causa de fuga do gás refrigerante, após o reparo o técnicos fará a recarga do produto.

Reposição do gás refrigerante do ar-condicionado

Todo equipamento de ar-condicionado automotivo possui gás refrigerante sob pressão, que circula pelo sistema, refrescando a cabine.

Porém nem todos sabem que, ao longo do tempo, esse gás vai diminuindo a eficiência.

Dessa forma, para manter o ar-condicionado com funcionamento ideal, é preciso repor o gás a cada três anos, aproximadamente.

Uma recarga não sai por menos de R$ 200, valor consideravelmente baixo.

Problemas elétricos

Outra possível causa da ineficiência do ar-condicionado pode estar na parte elétrica, o que inclui componentes como ventoinha do condensador, bobina, fusível, chicote elétrico, termostato e compressor.

A queima de um relê, por exemplo, pode parar todo o sistema. Nesse caso, leve o carro a uma empresa especializada ou a um autoelétrico, que dará um diagnóstico mais preciso da fonte do problema.

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