Nada de picape: Maverick raiz tomado por ferrugem renasce 24 anos depois
Convertida em importadora de veículos desde o início deste ano no Brasil, a Ford acaba de apresentar a Maverick, picape com chassi monobloco e motor 2.0 turbo derivada do Bronco Sport trazida do México. A novidade começará a ser vendida aqui no primeiro trimestre de 2022 em versão única, com preço ainda a ser anunciado.
O veículo utilitário é novo, mas seu nome é um velho conhecido de brasileiros com mais de 45 anos. Entre 1973 e 1979, Maverick batizou um carro esportivo equipado com motor de seis cilindros ou V8, produzido na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) - desativada em 2019 e cujas instalações e terreno foram vendidos no ano passado para uma construtora.
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Hoje valorizado no mercado de automóveis antigos, o Maverick raiz, aquele que chegou primeiro e teve vida curta no País, tem um exemplar relativamente raro, na cor amarela Indy e com quatro portas, que permaneceu parado durante 24 anos em Porto Alegre (RS). Mesmo tomado pela ferrugem, o sedã começou recentemente a ser restaurado por um colecionador no interior paulista, em busca de dias melhores.
O carro em questão é um Maverick Super Luxo 1974 equipado com motor 302 V8 e câmbio manual, adquirido há cerca de três meses do primeiro dono pelo empresário Alexandre Badolato - dono da maior coleção de automóveis Dodge do Brasil e também fã do modelo da Ford, do qual já tinha uma unidade 1975 com pintura branca Nevasca, da cultuada versão GT.
Restauração bomba na rede
Acostumado a resgatar carros largados e em condições lamentáveis, Badolato abraçou a recuperação do Maverick de quatro portas, registradas em uma série de vídeos que já acumulam cerca de 1 milhão de visualizações no Agbadolato, o canal do colecionador no YouTube.
"Um seguidor do meu canal, sobrinho do proprietário, ofereceu o carro, cujo motor não era ligado havia mais de duas décadas. Quando vi fotos do Maverick pela primeira vez, achei que ele se partiria em duas partes ao ser manuseado, dada a quantidade de ferrugem na carroceria", conta.
Mesmo assim, Alexandre abraçou a missão e foi surpreendido quando o "Maveco" chegou em São Paulo, vindo da capital gaúcha. De acordo com Badolato, o velho Ford está "zerado" nas partes que importam: longarinas, assoalho e toda a parte de baixo. O motor 4.9 V8 de quase 200 cv, a transmissão e o diferencial também - sozinha, a parte mecânica vale praticamente o que ele pagou pelo veículo inteiro, destaca.
Por outro lado, a carroceria está bem enferrujada, principalmente na parte traseira, onde dá para ver vários buracos. O empresário destaca que, segundo relato do antigo dono, o Maverick com banco dianteiro inteiriço, comprado zero-quilômetro, desde muito novo sofreu com os efeitos da corrosão - a ponto de ter sido inteiramente repintado com cerca de seis meses de uso, após o proprietário enviar uma carta de reclamação ao então presidente da Ford.
"Creio que 95% daqueles que eventualmente comprassem esse Super Luxo iriam cortá-lo para usar a mecânica em outro projeto".
Motor voltou a funcionar após mais de duas décadas
Não foi o caso. A recuperação do sedã está apenas começando, mas ele já está funcional, com motor funcionando - o tanque e as linhas de combustível foram reformadas, conta. Contudo, a cabine, com revestimento dos bancos rasgado, e a lataria aguardam por uma dose gigante de atenção.
Nesse projeto específico, Badolato decidiu seguir um caminho diferente do costumeiro nas demais restaurações, atendendo pedidos da sua audiência.
"Normalmente, nós desmontamos o veículo inteiro para fazer funilaria e pinturas completas, enquanto outra oficina cuida da parte mecânica. Agora, estamos fazendo o trabalho em etapas para render mais vídeos, mesmo que assim o processo seja contraproducente".
Como existem consideravelmente menos exemplares de quadro portas do Maverick, até agora o colecionador diz ter encontrado com "relativa facilidade" as peças de lataria que terão de ser trocadas pelas partes já consumidas pela ferrugem.
"Quanto à funilaria, vamos primeiramente cuidar da traseira, onde existe mais corrosão. A etapa seguinte vai focar as portas e o teto. Por fim, será a vez de restaurar capô, para-lamas e saia dianteira".
Por outro lado, o colecionador pontua que o maior empecilho será regularizar a documentação do sedã, já que ele ainda traz as placas amarelas, que deram lugar às chapas cinza em 1990.
"Seria necessário colocar o carro em condição de rodar, com todos os equipamentos obrigatórios funcionando, para fazer a vistoria lá no Rio Grande do Sul e ir com o dono ao cartório para tirar a segunda via do recibo e transferir a propriedade. Porém, provavelmente vamos por outro caminho e entrar com processo de usucapião".
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