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Cuidado com ladrão: 5 vacilos que bandidos aproveitam para levar seu carro

Criminosos buscam sempre o caminho que lhes parece mais rápido e fácil na hora de furtar veículos; veja vacilos que se tornam oportunidades para ladrões de carros - Getty Images/iStockphoto
Criminosos buscam sempre o caminho que lhes parece mais rápido e fácil na hora de furtar veículos; veja vacilos que se tornam oportunidades para ladrões de carros
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/11/2021 04h00Atualizada em 26/11/2021 11h58

A oportunidade faz o ladrão, diz o velho ditado. No que se refere ao furto de carros, a frase não poderia ser mais verdadeira: criminosos especializados nessa prática buscam preferencialmente os alvos que consideram mais fáceis.

    De acordo com Rodrigo Boutti, gerente de operações da empresa de rastreamento veicular Ituran, ladrões priorizam situações que ofereçam menor risco de serem flagrados.

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    "Eles precisam usar o tempo a seu favor. Quanto mais rápida for a ação, maior é a chance de obterem sucesso", destaca.

    Seguindo a mesma lógica, a perspectiva de contar com mais tempo até o retorno do responsável pelo veículo é vista como uma oportunidade pelos bandidos.

    Não é por acaso que o índice de furtos de carros é significativamente maior do que o de roubos - quando a subtração do bem é feita mediante grave ameaça e/ou violência.

    A Ituran informa, com base em dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que o percentual de roubos no Estado foi de 20,6% nos primeiros nove meses de 2021, que é o período mais recente disponível hoje. Já o índice de furtos foi de 79,4%.

    Portanto, o cenário ideal é não estacionar na rua e contratar seguro. Caso contrário, confira cinco vacilos que muitos têm e ampliam e muito o risco de furto do veículo.

    1 - Estacionar na rua perto de estações do transporte público

    Estacionar na rua, sobretudo perto de terminais e estações de transporte público, é má ideia no Brasil - Leonardo Felix/UOL - Leonardo Felix/UOL
    Estacionar na rua, sobretudo perto de terminais e estações de transporte público, é má ideia no Brasil
    Imagem: Leonardo Felix/UOL

    Especialmente em metrópoles como São Paulo, motoristas costumam usar o carro para se deslocar até uma estação de metrô, trem ou ônibus para completar o deslocamento utilizando o transporte público.

    A iniciativa colabora para reduzir congestionamentos e poluição. Contudo, deixar o veículo estacionado em via pública para fazer a baldeação e retornar horas mais tarde é um prato cheio para os amigos do alheio.

    De acordo com Boutti, ladrões de carros costumam atuar no entorno de estações, terminais e paradas de ônibus mais movimentadas justamente por saberem que, muito provavelmente, o motorista do automóvel vai demorar para retornar.

    "Nesse caso, o criminoso corre menos risco de ser flagrado enquanto realiza o furto do veículo. Além disso, o crime será caracterizado somente quando o proprietário ou responsável se der conta do furto e acionar a polícia", explica o especialista.

    Estatísticas da Ituran reforçam as alegações do gerente. De janeiro a setembro de 2021, houve 42 furtos de veículos na Rua Cipriano Barata, localizada na Zona Sul da capital paulista. Não é por acaso: justamente nessa via fica a Estação Sacomã do Metrô.

    2 - Deixar o carro próximo a escolas, igrejas e hospitais

    Deixar veículo em vias públicas perto de hospitais, por exemplo, é vacilo que vira oportunidade para ladrões - Raquel Arriola/UOL - Raquel Arriola/UOL
    Deixar veículo em vias públicas perto de hospitais, por exemplo, é vacilo que vira oportunidade para ladrões
    Imagem: Raquel Arriola/UOL

    Estacionar em via pública perto de locais com grande circulação de pessoas e onde os respectivos frequentadores costumam permanecer por mais de uma hora é um convite para bandidos furtarem veículos.

    Em relação a escolas e universidades, o retorno das aulas presenciais tem elevado a quantidade de veículos estacionados no respectivo entorno, sejam eles de professores, alunos ou funcionários.

    O mesmo vale para hospitais e templos religiosos, com um agravante: segundo o gerente da Ituran, nesses dois exemplos o motorista, além de demorar a voltar, costuma focar outras coisas que não sejam o próprio carro, como a visita a alguém próximo que está no hospital com problemas de saúde.

    Boutti dá como exemplo Itaquera, na Zona Leste da cidade de São Paulo, onde existe grande concentração de unidades de ensino e saúde, bem como templos de variadas religiões.

    Nos primeiros nove meses deste ano, aponta, o bairro acumula 571 casos de furtos de veículos, sendo o terceiro mais afetado pelo problema no período.

    3 - Estacionar o automóvel em ladeiras

    Estacionar ao relento em ladeiras ajuda amigos do alheio a furtarem automóveis - Eduardo Anizelli/Folhapress - Eduardo Anizelli/Folhapress
    Estacionar ao relento em ladeiras ajuda os amigos do alheio a furtarem automóveis; evite
    Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

    Parece brincadeira, mas não é. Sempre priorizando a maior facilidade para a prática de furtos, ladrões de carros costumam buscar potenciais vítimas em vias públicas íngremes.

    Por mais incrível que possa parecer, a gravidade é uma aliada para a prática de crimes.

    "É a maneira mais rápida de o bandido tirar o veículo do raio de visão da vítima. Basta entrar no carro, soltar o freio de estacionamento e pronto", destaca Boutti.

    De acordo com ele, após o automóvel descer o declive e parar, o criminoso poderá simular pane mecânica, abrir o capô e iniciar o processo para dar a partida no motor sem a necessidade de chave - ao substituir o módulo ECU original por outro, hackeado.

    "Em ação do tipo, é possível que apareça um cidadão bem-intencionado se oferecendo para ajudar a empurrar o carro".

    Conforme a Ituran, a Rua Antônio Gandini, em Itaquera, teve 12 furtos de veículos nos primeiros nove meses de 2021 - essa via é uma ladeira.

    4 - Deixar na rua carros muito visados pelos ladrões

    Carro mais visado pelos ladrões em SP, VW Gol não deve ser deixado na rua sem seguro - Divulgação - Divulgação
    Carro mais visado pelos ladrões em SP, VW Gol não deve ser deixado na rua sem seguro
    Imagem: Divulgação

    O risco decorrente dos vacilos já mencionados aqui pode ser aumentado de maneira expressiva, dependendo do modelo e da idade do carro envolvido, que pode ser mais ou menos visado.

    A Ituran aponta que 70,2% dos carros roubados ou furtados no Estado paulista de janeiro a setembro, têm pelo menos cinco anos de fabricação.

    A maior parte (39,9%) foi produzida há mais de dez anos. Por outro lado, apenas 6,7% do total são relativos a automóveis novos, com até dois anos de fabricação e, portanto, ainda cobertos pela garantia de fábrica.

    Carro lançado em 1980 e que foi o mais vendido do Brasil por 27 anos consecutivos, o Volkswagen Gol encabeça o ranking, formado por outros veteranos como Fiat Uno e até modelos já descontinuados, como Fiat Palio e Chevrolet Corsa.

    Segundo Rodrigo Boutti, existe uma razão para que automóveis com longa trajetória no mercado, alto volume de vendas e já fora da garantia sejam tão visados.

    "São veículos que têm muitos exemplares rodando no País, na maioria produzidos há mais de cinco anos, já necessitando de reparos. Seus donos têm um perfil mais focado no baixo custo de aquisição e manutenção", explica Boutti.

    Ele destaca que a demanda por peças usadas, mais acessíveis, é grande para esses automóveis:

    "Muitas dessas peças são provenientes de desmanches ilegais, abastecidos por carros roubados ou furtados".

    5 - Dar 'bandeira' ao deixar carro sem proteção aparente em via pública

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    Além de todos os vacilos já mencionados aqui, que podem ser combinados, elevando a possibilidade de furto, existe uma quinta atitude que os bandidos adoram.

    Trata-se do estacionamento em via pública sem uma proteção aparente, capaz de dificultar o trabalho do ladrão.

    Boutti destaca que alguns dispositivos simples e relativamente baratos literalmente espantam criminosos.

    Um exemplo são aquelas travas de metal, que podem ser instaladas no volante e também na alavanca de câmbio, impedindo ou pelo menos dificultando a manobra do veículo, caso a pessoa não tenha a respectiva chave.

    "Hoje, ladrões de carro usam dispositivos como ECU hackeada, mas dificilmente levam consigo uma serra para romper essas travas, pois cortá-las é um processo demorado e arriscado".

    De acordo com o especialista, ladrões costumam evitar alvos que tenham esses dispositivos. Por outro lado, sua ausência lhes dá mais confiança.

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