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ANÁLISE

Tesla Model X: aceleramos no desejado SUV elétrico que se dirige sozinho

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo

01/12/2021 04h00

O grande destaque dos modelos da Tesla sempre foi a ousadia. Ousadia de ser elétrico, de querer brigar com modelos premium de outras marcas, de oferecer um sistema de condução e chamar de autônomo, mesmo em meio a tantas discussões e problemas ao redor disso.

UOL Carros teve acesso ao SUV de seis lugares da Tesla, que não é vendido oficialmente no Brasil, mas tem algumas unidades que foram importadas de maneira independente para o País.

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Em anúncios na internet, exemplares 2018, usados, são oferecidos por cerca de R$ 900 mil. Ambos são da mesma configuração do modelo que pudemos conhecer na pista do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo, a P100D, que era a mais potente até a mudança de versões e reestilização do SUV elétrico.

Essa versão tem dois motores elétricos e tração integral. A aceleração de 0 a 100 é feita em 3,1 segundos, ou no padrão americano, de 0 a 96 km/h (0 a 60 milhas por hora) em 2,9 segundos.

Abaixo ou acima de 3 segundos, os números são surpreendentes no papel e ainda mais quando se está a bordo do carro. Juntos os dois motores elétricos rendem 680 cv e 98,6 mkgf e para quem está dentro do carro pode-se resumir a uma paulada que poucos carros a combustão são capazes de oferecer em termos de resposta de aceleração.

Com autonomia estimada de 542 km com uma carga completa, o Tesla Model X P100D era a versão mais radical desse que também é o maior carro da gama da marca norte-americana.

Com o controle de largada, que funciona apenas no modo mais agressivo (são quatro: Relax, Sport, Ludicrous e Ludicrous+), o Ludicrous +, a resposta a pisada fundo no acelerador pega os ocupantes desprevenidos e cola o corpo no banco sem aviso. É emocionante e provavelmente a sensação mais próxima que os pobres mortais chegarão da resposta de aceleração de um jato militar.

O interior tem um quê de jato militar com a enorme área envidraçada na dianteira, que oferece ótima visibilidade. Quem vai na segunda fileira é cooptado na primeira vez que entra no carro pelo movimento da porta descendo e o vidro superior que deixa ver o céu, como se fosse um teto panorâmico.

O desenho futurista do modelo fica completo com as portas traseiras em formato de asa-de-gaivota. A tecnologia embarcada do modelo já começa aí. Ao dar o toque no botão da porta e ficar muito perto ela se abriu parcialmente apenas.

Foi preciso refazer o comando para que ela, agora com certa distância, entendesse que não havia risco ao passageiro e então subir por completo para o acesso. O comando para abrir ou fechar as portas traseiras por dentro é elétrico e fica na coluna B.

A segunda fileira de bancos tem comandos eletrônicos para poder movimentar o banco e acessar a terceira fileira. Como na frente, os bancos do meio são quase semi-esportivos, com bom apoio nas laterais.

Quem vai na frente, além do conforto, lida com a enorme central multimídia vertical e que é responsável por todos os comandos do carro, inclusive os modos de condução, cujos nomes ficam, no mínimo engraçados no português de Portugal: relaxado, desportivo, alucinante e alucinante +.

É por ali que também é possível ajustar a suspensão a ar, rebaixando a altura em quatro níveis para ajustar conforme o piso ou estilo de pilotagem e todas as outras funções do carro.

Na pista, o pacote de baterias no assoalho ajuda a manter o carro colado no solo e reduzir o centro de gravidade em parceria com a suspensão a ar ativada na posição mais baixa.

O volante tem boas respostas, mas nada surpreendente, até um pouco anestesiado, devido ao tamanho e peso: 2,4 toneladas. É o mesmo peso do BYD Tan, SUV de sete lugares recém-chegado ao Brasil.

Como não há chance de vencer a física, mesmo com a potência e o torque sendo entregue nas quatro rodas e distribuído conforme necessário, se abusar demais nas curvas ele faz o que a maioria dos carros elétricos fazem: sai de frente, arrastando a dianteira para o lado externo da curva.

Por mais que seja tentador testar os sistemas do Autopilot do Tesla Model X, não houve chance na pista que era compartilhada com outros carros elétricos ao mesmo tempo. Se é possível dormir ou não dentro do carro enquanto ele faz o trajeto, como supostamente um motorista fazia na rodovia dos Imigrantes, UOL Carros vai ter que deixar para testar em outra oportunidade.

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