Táxi ou Uber: com gasolina nas alturas, qual serviço vale mais a pena hoje?
Desde o início de 2021, o preço da gasolina já subiu 73,4% nas refinarias. Um dos serviços mais afetados pela alta do combustível é o de transporte individual. Há alguns meses são crescentes as reclamações de usuários sobre a dificuldade de conseguir corridas em aplicativos. Nesse cenário, vale mais a pena andar de Uber ou recorrer ao táxi?
Para comparar quanto custa andar de Uber e táxi em São Paulo, simulamos corridas do shopping Pátio Paulista, na Bela Vista, ao aeroporto de Congonhas - um percurso de aproximadamente 8 km.
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Se for feito de táxi em um período de trânsito leve, a corrida sai por R$ 26,50 - valor referente à bandeirada (R$ 4,50) e à tarifa quilométrica (R$ 2,75 por km). Em um horário de pico, no entanto, a corrida pode sair mais cara. Isso porque, de acordo com a lei, o taxímetro cobra de R$ 33 por hora parada na cidade de São Paulo. Isso significa que, em 15 minutos de engarrafamento, o cliente teria que pagar mais R$ 8,25, subindo para R$ 34,75.
De acordo com a Uber, suas tarifas para passageiros não passaram por alterações recentemente. A empresa não divulga o valor cobrado por quilômetro, mas disponibiliza um site para estimativas, com o alerta de que os preços podem sofrer alterações decorrentes de descontos, geografia, atrasos no trânsito ou outros fatores.
Simulando o mesmo trajeto acima em diferentes momentos do dia - portanto considerando alterações no trânsito - encontramos valores entre R$ 29,95 e R$ 35,27 para a mesma corrida entre o shopping Pátio Paulista e aeroporto do Congonhas no UberX, a opção mais barata da plataforma.
Analisando o cenário em uma viagem mais longa a diferença de preço também não é muito grande. Para uma corrida entre aeroportos, de Guarulhos até Congonhas, a Uber estima um valor de R$ 119,90 pelo trajeto de aproximadamente 35 km. De táxi ficaria por R$ 100,75 mais o adicional pelo tempo parado no trânsito, que pode chegar a R$ 33 em uma hora.
Táxi x Uber
Quando o serviço de Uber chegou ao Brasil, em 2016, se popularizou por dois motivos: pelo preço mais baixo e também pela facilidade em chamar um motorista por aplicativo. Com o tempo, no entanto, taxistas se organizaram para oferecer plataformas semelhantes e, em alguns casos, a diferença de preço entre os serviços já não é mais tão grande assim.
"Aqui em São Paulo nos adaptamos à tecnologia. Temos um aplicativo tão bom quanto qualquer outro. A vantagem para o consumidor é que, além de estar em um carro mais novo - em média, com até dois anos de uso - e vistoriado anualmente, é que temos o direito de trafegar nos corredores de ônibus, o que deixa a viagem mais rápida e muitas vezes mais barata", afirma Lenaildo de Souza, taxista representante do aplicativo Four Táxis.
O empresário Carlos de Castro tomou a sua decisão. Depois de quase perder um voo devido à dificuldade de encontrar um motorista de aplicativo, decidiu que voltaria a andar de táxi.
"Utilizo o serviço para ir e voltar do aeroporto, em média, quatro vezes ao mês. Pedia pelo Uber pela força do hábito, é um aplicativo simples de usar, prático. Mas conseguir uma corrida estava se tornando um tormento. Decidi baixar apps de táxis e tenho me virado bem. Pago entre R$ 5 e R$ 10 a mais por uma corrida de 15 km. Pago tranquilo pela qualidade do serviço", afirma.
Já a diarista Luzivana Rangel prefere passar mais tempo esperando pelo motorista e pagar um pouco menos. "Antes do Uber eu andava de ônibus. Hoje, já contabilizo o transporte no preço que cobro pela faxina, perco muito mais tempo no ponto do que aguardando o motorista, mesmo com vários cancelamentos. Não tenho como pagar por táxi, faria uma enorme diferença no meu orçamento".
Cenários opostos
De acordo com Luíz Carlos Capelo, presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo (SindiTáxis), os motoristas de táxi têm percebido um grande retorno de clientes que utilizavam o serviço no passado, antes da popularização dos aplicativos.
"O Uber conquistou passageiros de dois nichos: os usuários de táxi e de ônibus. Nós percebemos que nossos antigos clientes estão voltando, buscando pela qualidade do serviço, mas o táxi ainda não está popular entre o outro grupo. Ainda existe a mentalidade de que é caro", avalia.
Já Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (AMASP), afirma que os sucessivos aumentos do preço do combustível escancaram uma situação que está sendo empurrada com a barriga há anos: desde 2014 não há um reajuste na tarifa cobrada pelos aplicativos, o que fez a qualidade do serviço cair.
Segundo ele, com combustível caro e baixa remuneração, muitos motoristas começaram a verificar que não estava sendo viável trabalhar aceitando todas as corridas, outros simplesmente deixaram de trabalhar com aplicativos.
"Às vezes é preciso percorrer altas quilometragens para encontrar o passageiro, além do fator segurança, muitos não se sentem à vontade de entrar em comunidades. Isso fez crescer as taxas de cancelamento que, por sua vez, fez com que o Uber cancelasse o cadastro de, pelo menos, 1.600 colaboradores", afirma Eduardo Lima de Souza, presidente da AMASP.
Já a afirma que Uber opera um sistema de intermediação de viagens dinâmico e flexível. "Buscamos sempre considerar, de um lado, as necessidades dos motoristas parceiros e, de outro, a realidade econômica dos consumidores que usam a plataforma, tendo em vista a preservação do equilíbrio entre oferta e demanda que é fundamental para a plataforma. Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber tem intensificado seus esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo, assim como tem feito uma revisão e reajustado os ganhos dos motoristas parceiros em diversas cidades."
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