Adeus, Sandero e Logan? Por que Renault não trará novas versões ao Brasil
Se você gosta do Renault Sandero ou do Logan, é bom se acostumar com a ideia de que não haverá uma próxima geração para você comprar - ao menos no Brasil.
Os dois modelos ganharam uma nova geração em 2020 na Europa, onde atendem por Dacia, mas não darão as caras por aqui. A Renault, que já havia prometido aumentar a qualidade dos carros vendidos no Brasil, já trabalha com os modelos em fim de linha.
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A movimentação começou no início do ano passado, quando a empresa reduziu a gama, tirando primeiro as versões com câmbio automático CVT de Sandero e Logan do mercado - que haviam estreado apenas um ano antes no Brasil. Depois foram as versões 1.6 e, agora, o hatch é oferecido apenas com o 1.0 três cilindros flex.
O CEO mundial da companhia, Luca de Meo, confirmou em visita ao Brasil em novembro que o ciclo dos modelos Dacia estava chegando ao fim por aqui e que "os carros tinham mais um par de anos". Tendo em vista que a geração aqui presente saiu de linha no resto do mundo, faz todo sentido.
Mas qual o motivo do fim?
Carros mais vendidos da Renault no Brasil ao lado do Kwid, o que justifica a saída desses modelos de linha sem sucessor? A Renault quer melhorar sua imagem e seus produtos.
Por mais que Sandero e Logan tenham feito sucesso, são carros da "segunda linha", a Dacia. A ideia agora por parte da Renault é oferecer produtos globais e iguais no Brasil, o que traz também modelos com maior valor agregado.
É o que diz o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive. "A Renault está buscando melhorar o valor agregado da marca e dos produtos. O consumidor que tem dinheiro hoje não quer um carro de entrada, quer um produto completo, moderno e de preferência um SUV".
De acordo com Garbossa, além disso, a dificuldade em gerar margem na categoria de compactos competindo com quem consegue vender mais e dominar a ponta do mercado, caso de Chevrolet, Fiat, Hyundai e Volkswagen com seus hatches e sedãs compactos, também conta.
A Renault já havia dado sinais de que esse era o caminho que queria seguir. A empresa havia confirmado dois modelos da própria marca (não Dacia) para o Brasil, mas que não chegaram por aqui: o SUV médio Koleos, importado da Europa, e a picape média Alaskan - que é feita na Argentina sobre a base da Nissan Frontier. Os dois viriam para elevar a percepção da marca e oferecer produtos mais rentáveis, mas os planos foram cancelados.
Com um novo ciclo de investimentos prestes a ser divulgado, a empresa vai criar e trabalhar novos modelos para o Brasil com essa proposta: feitos pela Renault, globais, com maior valor agregado e, claro, mais caros, que é o ponto no qual todas as marcas estão focando por aqui.
Uma das possíveis apostas para o Brasil é o SUV cupê Arkana, que colocaria a marca no segmento de SUVs médios - que teve uma enxurrada de lançamentos em 2021, além da renovação do líder do segmento, o Jeep Compass.
"As marcas estão atrás de um consumidor que não aceita mais carros pelados e que quer produtos novos, com o melhor, e estão dispostos a pagar por isso", completa Garbossa.
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