Gol SUV: como veterano da Volks ganhará nova vida para encarar Fiat Pulse

Carro mais vendido do Brasil durante 27 anos seguidos, o Volkswagen Gol está com os dias contados da forma como existe hoje. Defasado tecnologicamente e na mesma geração desde 2008, o hatch não poderá mais ser produzido a partir de 2024, por incompatibilidade com a legislação brasileira quanto a itens de segurança obrigatórios.

A própria Volks informa que a produção do compacto continua em 2022, mas não há garantias de que prosseguirá no ano que vem. Mas isso não significa que o Gol será aposentado: em 2023, ganhará nova vida na forma de um SUV compacto, posicionado abaixo do VW Nivus.

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É o que afirma reportagem de João Brigato, do site Auto+, que traz projeção do visual do Gol SUV - feita pelo designer Renato Aspromonte, dono do perfil Overboost BR no Instagram.

A informação de que a Volks trabalha para lançar um utilitário esportivo de entrada no Brasil e região já era conhecida e admitida por Pablo Di Si, ex-CEO e presidente da marca para o Brasil e a América do Sul e atual presidente executivo da empresa para a América Latina.

Contudo, a VW não confirma se a novidade será batizada como Gol nem exatamente quando chegará ao nosso mercado.

O novo utilitário esportivo pequeno será o principal produto da nova geração de compactos da Volkswagen, fruto do investimento de R$ 7 bilhões anunciado em novembro do ano passado para o Brasil e países da América do Sul até 2026. Conforme foi informado por Di Si na ocasião, todos os futuros lançamentos serão construídos sobre variações da plataforma MQB, utilizada na maior parte da gama atual.

Os únicos modelos atualmente vendidos aqui que não têm produção baseada nessa plataforma modular são justamente o pequeno Gol e seus derivados, que também se aproximam do adeus, ao menos como são hoje conhecidos: o sedã Voyage e a picape Saveiro - todos usam a base PQ24, muito mais antiga.

O futuro SUV de entrada da Volks será fabricado em Taubaté (SP), de onde atualmente saem Gol e Voyage. Não por acaso, a unidade no Vale do Paraíba está passando por atualização na respectiva linha para produzir produtos MQB - dentre eles, também o já confirmado Polo Track, que deve ser apresentado ainda neste ano com visual aventureiro e motor 1.0 aspirado.

O Track vai chegar juntamente com o facelift das outras versões do Polo e irá ocupar o posto de opção mais em conta de toda a gama da marca no mercado brasileiro - e substituir, de uma só vez, Gol, Fox e Up. Os dois últimos saíram de linha ao longo de 2021.

Verdadeiro rival do Fiat Pulse

Independentemente do nome que irá receber, o futuro utilitário esportivo pequeno da Volkswagen será o verdadeiro rival do Fiat Pulse.

Segundo as projeções que você confere aqui, terá visual parecido com o do Nivus, contudo com identidade mais típica de SUVs, dispensando o balanço traseiro alongado e o caimento mais acentuado do teto na junção com a tampa do porta-malas.

Dessa forma, a julgar pelas imagens, vai oferecer compartimento de bagagens menor do que os 415 litros do Nivus, além de ser mais curto.

A reportagem do Auto+ afirma, citando "fontes ligadas à marca", que o Gol SUV será basicamente uma variação mais encorpada do hatch Skoda Fabia, com o qual irá compartilhar painéis de carroceria, portas, vidros e outros componentes. Trata-se de fórmula semelhante à adotada por Pulse e pelo próprio Nivus em relação a Argo e Polo, respectivamente.

Para se ter uma ideia, a nova geração do Fabia mede 4,11 m de comprimento, 2,56 m de distância entre-eixos e 1,78 m de largura, com porta-malas de 380 litros.

'Manutenção do nome Gol seria um acerto'

Caso o nome Gol seja mantido, ainda que batizando um novo produto, a Volks terá tomado uma decisão acertada.

Essa é a avaliação de Flavio Padovan, sócio da consultoria MRD Consulting e ex-executivo da própria Volkswagen.

"Trata-se de uma marca muito forte que agrega valor, desde que nomeie um veículo que tenha a ver com a identidade do Gol original", pondera o consultor.

Para Padovan, faz sentido manter o nome se este for vinculado a um produto de entrada, com porte compacto e dono de outras características que fizeram a fama do Gol, como praticidade e condução ágil e adaptada às nossas vias maltratadas. A fórmula, é claro, precisa incluir um visual atraente, característica valorizada pelos brasileiros.

Por outro lado, na forma de SUV, o Gol já não seria a porta de entrada para a VW no Brasil, contudo desempenharia o papel de utilitário esportivo mais acessível da marca no País.

"Se o Gol virar SUV, não terá o mesmo preço nem o volume de vendas dos tempos áureos. O mercado mudou muito desde quando ele era o carro mais vendido. Os automóveis em geral ficaram mais caros e equipados e a concorrência aumentou".

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