Great Wall investirá R$ 10 bi para fabricar híbridos e elétricos no Brasil
A Great Wall Motors anunciou nesta quinta-feira (27) que investirá mais de R$ 10 bilhões no país. A fábrica de Iracemápolis (SP) produzirá apenas veículos híbridos e elétricos.
"O Brasil é definitivamente parte de nosso pilar estratégico", declarou o diretor operacional da GWM Brasil, Koma Li.
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"No primeiro ciclo de três anos serão aplicados algo em torno de R$ 4 bilhões para aprimorar a fábrica, trazer novos produtos e finalmente começar a produzir no Brasil. Nossa fábrica será a primeira ao sul dos Estados Unidos a fazer exclusivamente carros híbridos e elétricos", declarou Pedro Bentancourt, CRO da GWM Brasil.
A empresa promete oferecer veículos "de classe mundial", além de desenvolver tecnologia de célula de combustível de etanol. De acordo com a marca, para isso serão gerados 2 mil empregos diretos e mais 8 mil indiretos.
Com tudo isso, a GWM projeta obter um faturamento anual "de R$ 15 a 20 bilhões" já em 2025.
No segundo ciclo de 2026 a 2032, o executivo disse que a empresa vai trazer mais produtos e ampliar a capacidade produtiva da fábrica.
A meta da GWM é atingir o volume de 100 mil unidades por ano até 2025, bem como atingir um índice de nacionalização próximo a 60%. Há planos para exportar parte da produção.
Os carros serão produzidos na plataforma eletrificada LMN, modular e que permite propulsão híbrida e elétrica. A ideia também é fabricar, futuramente, veículos com direção autônoma.
Embora ainda não tenha anunciado detalhes sobre produtos, a Great Wall falou sobre sua linha de propulsores.
O motor 1.5 turbo híbrido plug-in tem uma bateria de 45 kWh, cuja potência pode variar de 230 a 430 cv e torque entre 41 kgfm e 77 kgfm. A promessa é de médias de consumo de 75 km/l a surreais 208 km/l.
A família de motores elétricos traz cinco variações (61 cv, 178 cv, 183 cv, 204 cv e 272 cv), com baterias de 45 kW a 200 kW.
O cronograma prevê 10 lançamentos em três anos, sendo que todos estão "em desenvolvimento". O primeiro deles chega no quarto trimestre deste ano, ainda importado. No segundo semestre de 2023 estreia o primeiro modelo nacional.
Produtos inéditos para o Brasil
Oswaldo Ramos, diretor comercial da GWM Brasil, afirmou que os produtos que serão vendidos no país "ainda não existem".
"São as futuras gerações dos nossos produtos que serão lançadas, em primeira mão, no Brasil, já adequados às necessidades do brasileiro", declarou.
Ele antecipou que esses modelos serão revelados durante o Salão de Pequim, que acontece na China em abril. Disse também que os modelos híbridos plug-in são mais adequados para a realidade atual do mercado brasileiro.
O executivo ainda afirmou que a GWM não vai ter o mesmo futuro de algumas marcas chinesas que desembarcaram por aqui no fim dos anos 2000 e já saíram do país.
"Nós não somos a última das 'newcomers' (termo que designa as marcas novatas no mercado) a vir para o Brasil. Queremos ser a primeira de uma nova era no país", assegurou.
Oswaldo revelou que a operação será iniciada com SUVs e picapes. Inicialmente, as marcas Haval, Tank e Poer (híbridas) e Ora (elétrica) serão oferecidas por aqui.
O executivo disse que 100% dos carros serão equipados com itens de condução autônoma de nível 2, como alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência e piloto automático adaptativo. "As pessoas não abrem mão de itens de segurança", afirmou.
Oswaldo disse que vários grupos de lojistas demonstraram interesse na nova marca. Mesmo sem abrir detalhes, prometeu que a marca estreia uma rede de concessionárias com 100% de cobertura nacional até o final deste ano.
O que é a GWM?
A divisão automotiva é um dos braços do grupo GWM, que foi fundado nos anos 80 e possui empresas de mobilidade, novas energias e tecnologia da informação.
No exterior, a GWM fornece baterias para várias montadoras e desde 2018 tem uma joint-venture com a BMW para o desenvolvimento de plataformas elétricas.
Globalmente, a empresa é considerada a sétima montadora mais valiosa do mundo, à frente de BMW e Ford.
Até 2025, os chineses esperar atingir a marca de 4 milhões de veículos vendidos no mundo. Com 25% das vendas fora da China, a expectativa é de obter um faturamento anual de US$ 95 bilhões.
Além disso, a GWM espera se tornar uma das três maiores produtoras globais de hidrogênio.
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