Nota zero em crash test: o que carros precisam mudar para evitar vexame
Ainda que não seja validação obrigatória no Brasil, os testes de segurança realizados pelo Latin NCAP têm-se tornado relevantes como parte do marketing das marcas para rotular seus veículos como realmente seguros.
Apesar disso, nos últimos dois anos, o teste do órgão não governamental tem gerado mais polêmica do que marketing positivo para montadoras e seus produtos.
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Com algumas mudanças na forma e na rigidez da avaliação, carros têm zerado em estrelas, que é a métrica de avaliação, durante os testes - mesmo modelos que anteriormente chegaram a ser avaliados com quatro estrelas e que não tiveram qualquer alteração no veículo.
Um dos exemplos é o novo Renault Duster. No primeiro teste, o SUV compacto conquistou quatro estrelas no geral e três na proteção para crianças, em dispositivos de fixação no banco traseiro. Com a mudança nos testes, ele zerou sem que o carro tivesse recebido mudanças.
Isso ocorre porque o Latin NCAP tem mudado as regras do "jogo" em um período curto, no qual não seria possível realizar alterações nos veículos no mesmo prazo.
Como exemplo é possível ver que as mudanças exigidas pelo governo em termos de segurança ou outros itens, como o Proconve L7, acontece com prazos longos, de até quatro anos para a completa adoção.
De acordo com Cássio Pagliarini, da Bright Consulting, a melhoria das notas daqui em diante passa por adoção de novos equipamentos de segurança, ativa e ou especialmente passiva.
Como exemplo, ele cita a instalação de controles de tração e de estabilidade (ESC ou ESP, dependendo da marca), a adoção de frenagem autônoma de emergência e de airbags laterais e de cortina, que protegem, respectivamente, o tronco dos passageiros dianteiros e a cabeça dos ocupantes da fileira dianteira e traseira.
Outros itens que têm sido contabilizados nas novas avaliações do Latin NCAP são o leitor de faixa de rodagem com correção no volante e alerta de ponto cego, todos itens que geralmente estão presentes no pacote de segurança ativa chamado de ADAS (Advanced Driver Assistance Systems).
Vale lembrar que, a partir de 2024, o controle de estabilidade passa a ser obrigatório a todos os carros vendidos ou produzidos no Brasil. Essa data foi adiada a pedido dos fabricantes, já que inicialmente seria em 1º de janeiro deste ano, junto com a mudança no Proconve L7.
O pedido veio, segundo as marcas, baseado nos problemas gerados pela pandemia de covid-19, como falta de semicondutores e também de oportunidades de testes e homologação, já que as montadoras tiveram que interromper suas operações.
Essas tecnologias que Pagliarini cita estão presentes, por exemplo, no Volkswagen Taos, que no último teste do Latin NCAP conseguiu a nota máxima de cinco estrelas, já dentro dos novos parâmetros de testes.
Pagliarini também reforça a necessidade de melhorar a estrutura para os impactos, especialmente o frontal, para os carros que ainda não têm atingido os parâmetros mínimos estabelecidos pelo Latin NCAP.
O teste frontal da linha Yaris, por exemplo, mostrou que a colisão a 64 km/h contra uma barreira fixa e deformável com 40% (offset) da área dianteira apresentou estrutura instável.
Para desempenho superior nos testes de colisão, os carros precisam usar melhores ligas metálicas. Com aços especiais para diferentes pontos dos carros, a deformação acontece de forma mais controlada, mantendo a integridade da cabine e reduzindo assim o risco de ferimentos aos ocupantes.
Outro item que se tornará importante nas próximas avaliações, já que o Latin NCAP passou a realizar o teste de proteção lateral tanto de colisão em carros quanto em postes, são as barras de proteção lateral afixadas dentro da estrutura das portas, que não são componentes obrigatórios no Brasil.
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