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Invasão da Ucrânia pode prejudicar indústria e mercado de carros no Brasil

Fábrica da GM em Gravataí retoma a produção do Chevrolet Onix - Chevrolet | Divulgação
Fábrica da GM em Gravataí retoma a produção do Chevrolet Onix Imagem: Chevrolet | Divulgação

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/02/2022 04h00

A invasão da Ucrânia pela Rússia está do outro lado do mundo, mas pode surtir efeitos por aqui também, sendo que alguns setores já estão sentindo reflexos da guerra devido a produtos que são importados daquela região.

No setor automotivo brasileiro, por enquanto, ainda não há reflexos, mas de acordo com Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, o País pode ser afetado a depender da continuidade e do tamanho que o conflito vier a tomar.

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De acordo com Pagliarini, por enquanto o reflexo dentro da cadeia automotiva será sentido nas questões de logística, com aumento de preços, e também na bomba de combustível, já que a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

"Por ora o País não tem riscos, já que hoje não há carros ou insumos importados da linha de produção, tanto da Ucrânia quanto da Rússia", diz o consultor. Ele também adiciona o fato de que a região não é responsável por produzir semicondutores.

Vale lembrar que a crise de semicondutores ainda não foi resolvida em todo o mundo e a previsão de normalização, de acordo com a Anfavea, é no fim do segundo semestre ou só em 2023.

Contudo, Pagliarini alerta que se o conflito se expandir para países vizinhos da região, como Polônia e Romênia, podemos ter problemas.

"Se existir risco de expansão do conflito, essa região tem vários fabricantes de componentes que vêm para o Brasil, como motores, então podemos sim ter cortes em linhas de produção".

Além disso, nos primeiros dias de conflito o dólar já começou a subir de novo no Brasil. A cotação da moeda teve baixa recente graças ao aumento da taxa Selic, o que incentivou a chegada de investimentos estrangeiros.

Com a alta do dólar, os preços de carros podem continuar a subir, como tem acontecido devido aos componentes estrangeiros que são usados em carros aqui, tanto da parte eletrônica quanto de motores que vêm importados, caso do conjunto híbrido dos Toyota Corolla Cross e Corolla sedã, por exemplo.

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