Como motorista sobreviveu ao ter carro esmagado por tanque na Ucrânia
Na sexta-feira passada (25), vídeos de um veículo blindado que literalmente atropelou um automóvel civil em pleno movimento nos arredores de Kiev, na Ucrânia, chocaram o mundo.
Ainda mais impressionantes foram imagens que logo depois surgiram nas redes, exibindo um ocupante do carro, supostamente o motorista, vivo e consciente, enquanto pedestres trabalhavam para retirá-lo das ferragens retorcidas.
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O estado de saúde do sobrevivente não é conhecido e há dúvidas se o blindado estava sob o comando de tropas russas ou ucranianas. Ao mesmo tempo, o fato de o condutor ter resistido com vida ao violento impacto foi surpreendente e, para muitos, milagroso. Contudo, o que de fato evitou o que seria morte certa?
Pelas imagens disponíveis, não é possível identificar o modelo nem o ano de fabricação do automóvel esmagado. Há quem diga que o avanço nas tecnologias de segurança veicular foram cruciais para a sobrevivência do ocupante, porém um especialista consultado por UOL Carros afirma que elas seriam insuficientes para evitar uma tragédia.
"Foi pura sorte. Por mais que a estrutura dos carros tenha evoluído no que se refere ao uso de chapas metálicas de alta e ultra alta resistência para a absorção de impactos, não tem como resistirem à massa de um blindado extremamente pesado, feito com metal sólido", avalia o engenheiro Cassio Pagliarini, sócio da consultoria automotiva Bright Consulting.
Segundo agências de notícias, o tanque em questão seria do modelo Strela-10, de fabricação soviética, equipado com artilharia antiaérea e que pesa 12,1 toneladas - o sedã destruído teria menos de 1,5 tonelada.
" O que realmente salvou o motorista foi o fato de ele ter ficado no vão entre as duas esteiras do tanque, que não passaram por cima do respectivo assento. Além disso, uma das esteiras atingiu o motor, que é a parte mais forte do veículo, juntamente com a transmissão. O propulsor amassou, mas não foi esmagado, mantendo o tanque relativamente elevado, de forma a não atingir cabeça e tronco do ocupante".
No episódio, aparentemente as pernas do motorista ficaram presas nas ferragens.
Por sua vez, o também engenheiro Marco Colosio, especialista em materiais e diretor da seção regional da SAE Brasil, acredita que a tecnologia pode sim ter contribuído para salvar o condutor. A condição para tal, alega, é de que o carro atingido tivesse boa avaliação em testes de impacto.
"Se for um automóvel com nota máxima, a diferença é brutal ante um veículo com baixa avaliação nesse quesito. Nos modelos de última geração, as colunas A e B, que circundam as portas dianteiras, trazem aços de ultra alta resistência estampados a quente, bem como reforços estruturais no teto e no assoalho", destaca o especialista.
Conforme Colosio, essa configuração cria uma célula de sobrevivência na cabine, capaz de resistir três vezes mais a impactos na comparação com veículos sem tais reforços.
"Nos carros melhor avaliados em testes de colisão, existe um efeito 'mola', por meio do qual as colunas são comprimidas e depois retornam parcialmente, liberando um espaço ao ocupante".
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