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Por que Grand Siena deveria estar aposentado, mas surge entre mais vendidos

Fiat Grand Siena 1.4 GNV - Murilo Góes/UOL
Fiat Grand Siena 1.4 GNV Imagem: Murilo Góes/UOL

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/03/2022 12h00

A virada do ano de 2021 para 2022 viu uma série de despedidas acontecendo no mercado automotivo, tanto de carros quanto de algumas versões. Tudo isso aconteceu por causa da entrada em vigor da nova fase do Proconve, que estabelece limites e parâmetros mais rígidos em relação a emissões e eficiência energética.

Entre vários carros que tiveram de ser descontinuados, alguns deram adeus com pompa e edição especial, como Fiat Uno e Renault Sandero RS; outros foram embora quase em silêncio, como é o caso do Fiat Grand Siena.

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O veterano sedã estava no mercado desde 2012 e, apesar de já ter saído de linha, em fevereiro figurou entre os 20 carros mais vendidos do País.

Com 2.637 unidades, foi o 15º veículo mais emplacado do mês passado, entre carros de passeio e comerciais leves. O Grand Siena fcou à frente de modelos como Toyota Hilux, VW Nivus e Jeep Renegade, por exemplo.

Falta de componentes e 'ajudinha' do governo

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Essas 2.637 unidades que fizeram do Grand Siena um dos 20 veículos mais vendidos em fevereiro só foram possíveis devido a uma combinação de fatores.

A pandemia e uma "forcinha" do governo federal permitiram esse fenômeno. Vamos explicar.

Inicialmente, todos os carros que iriam sair de linha na virada do ano teriam de ser comercializados até 31 de dezembro de 2021. Contudo, devido à falta de componentes na pandemoa, a exemplo de semicondutores e pneus, diversas marcas tinham carros parados parcialmente prontos nos pátios.

Caso a data de 31 de dezembro fosse mantida esses carros inacabados teriam que ser destruídos, gerando prejuízo para as montadoras. Por isso, a Anfavea conseguiu junto ao governo um prazo maior.

Assim, esses carros poderão ser concluídos até o dia 31 de março de 2022, ou seja, até o final deste mês, e comercializados até junho de 2022 pelas concessionárias.

Com essa manobra, a Fiat, mesmo já tendo tirado o Grand Siena do seu site desde o dia 1º de janeiro, conseguiu emplacar quase 3 mil unidades de um carro que, em tese, nem existe mais.

Já vendia pouco

Vale lembrar que, além das novas regulações, a questão mercadológica também contou para decretar o fim do Grand Siena e de outros modelos.

Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive, diz que as montadoras também "fazem a conta" para ver se vale a pena investir em modificações profundas em carros antigos para atender as novas regras ou apostar em novos produtos.

Com o sucessor Cronos já no mercado há alguns anos e vendendo muito mais, a Fiat não tinha motivos para um investimento forte no Grand Siena.

Nos últimos três anos, o Cronos superou com folga o "irmão mais velho" em vendas, de acordo com dados de emplacamentos da Fenabrave. Em 2021, o sedã novo teve quase o dobro de emplacamentos.

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