Ex-BBB Rodrigo estava sem cinto no banco de trás; 50% dispensam equipamento
Rodrigo Mussi, ex-participante do BBB 22 (TV Globo), sofreu acidente de trânsito na madrugada de ontem (31). O influenciador sofreu ferimentos graves, que em parte poderiam ter sido evitados - ele trafegava no banco traseiro de um carro de aplicativo sem utilizar o cinto de segurança, uma prática comum, mas perigosa.
Segundo a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), realizada em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada no ano passado, quatro em cada cinco pessoas maiores de 18 anos (79.7%) declararam utilizar o cinto no banco da frente. Contudo, o percentual cai para 54,6% quando se trata de usar o equipamento obrigatório no banco de trás.
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Ou seja, quase metade dos cidadãos ouvidos pela pesquisa disseram dispensar a utilização do cinto no assento traseiro. De acordo com o mesmo levantamento, o percentual cai para 49.7% na área rural, contra 55,4% na zona urbana.
Na colisão contra a traseira de um caminhão, ocorrida na Marginal Pinheiros, uma das principais vias expressas da capital paulista, Mussi foi arremessado para fora do automóvel, o que resultou em fraturas múltiplas e traumatismo craniano - Rodrigo passou por cirurgia e permanece internado na UTI do Hospital das Clínicas em estado grave.
Já o motorista, que utilizava cinto e disse ter "provavelmente" cochilado no momento da colisão, não se machucou com gravidade e saiu caminhando do veículo, um Renault Logan - a corrida com o ex-BBB foi realizada por meio da plataforma 99, parceira do reality show na edição de 2022. Mussi ganhou corridas gratuitas da companhia durante sua participação no programa.
"Na hora da batida eu estava de cinto, eu sempre uso cinto, solicitei para ele colocar cinto também, porém não tenho que toda hora ficar olhando pra trás pra ver se o cara está com cinto também".
Segundo o advogado Marco Fabrício Vieira, membro do Cetran-SP (Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo), passageiro que não usa cinto acaba penalizando o motorista, segundo determina o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).
"Quando o passageiro deixa de usar o cinto de segurança, o condutor comete a infração prevista no Artigo 167 do CTB, que prevê penalidade de multa de natureza grave de R$ 195,23, com inserção de cinco pontos no prontuário e retenção do veículo", explica o especialista.
Por que o cinto é fundamental
Obrigatório para todos os ocupantes de veículos na totalidade das vias públicas brasileiras desde 1998, o cinto de segurança é crucial para salvar vidas e evitar ferimentos graves em caso de acidente.
Segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), ao ser usado da forma correta, o cinto é capaz de evitar até 100% das lesões do quadril, 60% da coluna vertebral, 56% da cabeça, 45% do tórax, e 40% do abdômen.
Antonio Meira Júnior, presidente da associação, destaca que o uso do cinto no banco de trás pode parecer menos importante do que nos assentos dianteiros, mas essa presunção é equivocada.
"Em uma colisão, o passageiro que está sentado no banco traseiro sem o cinto de segurança fica completamente solto e, portanto, seu corpo pode ir para o teto do carro, para os lados e, inclusive, para frente, podendo atingir o ocupante do banco dianteiro", afirma o médico de tráfego.
Supostamente, a batida com o carro onde estava Rodrigo aconteceu a cerca de 90 km/h, limite da Marginal Pinheiros. Meira Júnior destaca que, quanto maior for a velocidade, mais graves podem ser os ferimentos.
"Se uma pessoa de 50 kg está em um carro a 60 km/h no banco de trás, equivale ao peso de um rinoceronte. Então, se houver uma colisão, uma redução de velocidade brusca, será esse peso de uma tonelada, caso o passageiro não use o cinto".
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