Gastos do Exército com próteses penianas superariam preço de novo blindado
Com base em informações do Portal da Transparência, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) questionaram nesta semana a compra de 60 próteses penianas pelo Exército no ano passado, totalizando gasto em torno de R$ 3,5 milhões. Além do produto em questão, a aquisição chama a atenção por superar o valor de moderno veículo de defesa adquirido recentemente pelas Forças Armadas.
O LMV-BR é uma das novas estrelas da frota do Exército brasileiro. Veículo blindado multitarefas com tração 4x4, foi comprado em 2019 e teve a entrega de 32 exemplares concluída neste ano. Como noticiado na época da negociação, cada unidade teve o custo de R$ 1,5 milhão - ou seja, daria para adquirir ao menos mais duas delas com o que teria sido gasto com as próteses penianas.
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Vale ressaltar que a aquisição das próteses penianas questionada pelos parlamentares, com preços unitários variando de R$ 50 mil a R$ 60 mil, foi negada pelo Exército, que diz ter adquirido apenas três unidades do tipo em 2021, encaminhadas a hospitais militares.
Produzido pela Iveco Defence Vehicles, divisão militar da fabricante italiana, o LMV-BR foi montado em Sete Lagoas (MG) e pesa cerca de oito toneladas, com 4,86 m de comprimento e 2,20 m de largura. O veículo foi testado em setembro de 2019 pelo colunista do UOL Carros, Jorge Moraes.
Utilizado por países europeus como Espanha, Inglaterra e Itália em missões no Afeganistão, Líbano e outras regiões conflagradas, o LMV é leve para um veículo militar e muito pesado para um automóvel.
Dotado de tração permanente nas quatro rodas, traz pneus todo-terreno de 20 polegadas do tipo run-flat, capazes de rodar mesmo furados, e vão livre do solo de 40 centímetros, para encarar os terrenos mais difíceis.
Sua força vem do motor 3.0 turbodiesel de 220 cv, gerenciado pela transmissão automática de oito velocidades, enquanto a suspensão é independente em todas as rodas para se manter sempre apoiado no piso - mesmo em superfícies cheias de buracos e valetas.
Dotado de blindagem na carroceria capaz de resistir a tiros de calibre 7,62, também conta com proteção contra explosões na parte inferior, incluindo o tanque de combustível, revestido de espuma especial.
A cabine despojada dispensa luxos como isolamento acústico e traz entre as poucas comodidades direção com assistência hidráulica, enquanto o sistema de ar-condicionado de série é um item de necessidade básica em um veículo militar blindado. O "super jipe" da Iveco tem capacidade para transportar até cinco ocupantes, incluindo o motorista, que precisam se comunicar por meio de intercomunicadores por conta do elevado ruído a bordo.
Em seu contato com o LMV, Jorge Moraes ressaltou a excelente capacidade de frenagem, considerando o peso do utilitário 4x4. Mesmo se tratando de um veículo militar com estrutura de carroceria sobre chassi, como caminhões, o colunista ficou surpreso com sua agilidade ao volante.
Na configuração testada, o Iveco traz snorkel, que eleva a admissão de ar do motor turbodiesel para acima do teto, permitindo a transposição de até 1,5 m de água. O teto traz uma escotilha, enquanto a dianteira e a traseira contam com uma profusão de ganchos para o reboque de implementos e outros veículos.
Outro blindado do Exército chega a custar R$ 12 milhões
Outro novo blindado do Exército que Moraes teve a chance de conhecer no campo de provas da Iveco Defense Vehicles, em Sete Lagoas (MG), foi o Guarani, sucessor do Urutu e do Cascavel e que tem seis rodas, todas tracionadas.
Também blindado, o veículo impressiona não apenas pela quantidade de rodas, mas também pelo preço elevado: lá em 2019, partia de R$ 5 milhões, contudo o preço na época poderia chegar a R$ 12 milhões, dependendo do nível de armamentos e equipamentos.
Com 7 m de comprimento e 2,7 m de largura, o Guarani é anfíbio, ou seja: pode andar tanto na terra quanto na água e tem até hélices para os deslocamentos no modo "embarcação". Robusto, pode chegar a 110 km/h e traz motor turbodiesel com 383 cv de potência.
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