Agora a Nasa vem: Fusca Duas Caras faz brasileiro sempre andar para frente
Para a frente é que se anda, diz o velho ditado. Esse é exatamente o conceito de um Volkswagen Fusca transformado, que traz duas dianteiras e quatro portas e pertence a um colecionador anônimo de Balneário Camboriú (SC).
Construído em uma oficina de Poços de Caldas (MG), o Fusca Duas Caras intriga motoristas e é mais um exemplo da criatividade sem limites dos brasileiros, que merece ser estudada por cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.
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O projeto foi feito sob encomenda e combinou a carroceria de um Fusca 1974 com a carcaça de um doador. Sua construção foi concluída em julho do ano passado, após cerca de oito meses de muito trabalho.
Quem conta os detalhes é David Junio Wiermann, 42 anos, sócio de José de Almeida Wiermann, 72, seu pai, na oficina Wiermann Garage - especializada na transformação de Fuscas e na restauração de VW Kombis para exportação.
"Nosso cliente viu um carro similar no Brasil e fez a encomenda conosco. Meu pai comandou a execução de todo o projeto", diz David.
Ele explica que o veículo, basicamente, reproduz na parte traseira a frente, de forma simétrica.
Traseira da cabine tem painel e volante 'fake'
A dianteira "falsa" contém o motor e o câmbio, como no Fusca de fábrica. Os faróis na parte de trás, por sua vez, têm lâmpada vermelha, assumindo a função que seria das lanternas.
"O carro anda normalmente em um lado, enquanto na outra extremidade do cockpit é tudo falso", revela David Wiermann.
Ou seja: apenas a dianteira original traz pedais, enquanto a "fake" repete painel, volante e alavanca de câmbio, cujo papel é estritamente estético nesse lado do veículo.
Ao mesmo tempo, cada dupla de bancos é voltada para o respectivo para-brisa, que tem limpadores nos dois lados - embora em apenas um os equipamentos sejam funcionais.
David destaca que o maior desafio dessa adaptação foi adequar todos os comandos ao alongamento do chassi - o comprimento do Fusca Duas Caras foi ampliado em cerca de 90 cm, enquanto propulsor e transmissão continuaram na parte de trás.
"Cabos de acelerador, freio de mão e embreagem, além do varão do câmbio e das tubulações de freio, também tiveram de ser alongados".
Ele acrescenta que o carro não teve a respectiva documentação alterada após as modificações, algo necessário para rodar em vias públicas, pois trata-se de um veículo feito para exposições.
"Mesmo assim, fizemos o necessário para preservar a dirigibilidade normal".
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