Credor de Fittipaldi recorre aos EUA após calote com carro no Brasil
Na última década o ex-piloto Emerson Fittipaldi tem colecionado uma extensa lista de credores no Brasil. São ao menos 145 processos na Justiça, com valores que somam mais de R$ 55 milhões e, a maioria deles, sem uma conclusão, já que não são encontrados bens disponíveis para a penhora. Nesse cenário, um empresário conseguiu reaver 500 mil dólares, ou R$ 2 milhões de acordo com cotação de 2015, que havia emprestado ao automobilista. Para isso, porém, foi preciso acionar a Justiça americana, onde o piloto mora atualmente.
UOL Carros teve acesso aos processos. Segundo informações recebidas pela reportagem, o empresário emprestou a Fitipaldi 500 mil dólares em um contrato de mútuo, normalmente firmado entre pessoas físicas. Na época, o ex-piloto ofereceu como garantia - caso não quitasse a dívida - um dos Pace Cars que ganhou como prêmio por vencer as 500 Milhas de Indianápolis, campeonato que Emerson conquistou em 1989 e 1993.
- O UOL Carros agora está no TikTok! Acompanhe vídeos divertidos, lançamentos e curiosidades sobre o universo automotivo.
O carro, no entanto, não poderia ser penhorado já que, ao trazê-lo para o Brasil, foi feito um acordo com a Receita Federal de que ele não poderia ser vendido, conforme decidiu a 27ª Vara Cível de São Paulo.
A questão rolou por anos na Justiça brasileira, até que foi arquivada por falta de bens disponíveis para penhora. Para reaver o dinheiro emprestado, a defesa do credor recorreu à Justiça americana, domesticando uma ação em Miami, onde o ex-piloto teria um apartamento avaliado em 4 milhões de dólares e uma coleção de carros. Por lá, segundo sentença a qual UOL Carros teve acesso, o juiz americano determinou que Emerson Fittipaldi quitasse a dívida.
UOL Carros entrou em contato com advogada Adriana Pacheco de Lima, que seria responsável pela ação. Ela confirma a existência da sentença favorável, mas disse que, por questões éticas, não pode comentar assuntos que envolvam clientes de seu escritório.
Procuramos a defesa de Emerson Fittipaldi, mas não conseguimos contato até o fechamento desta reportagem.
Alternativa é custosa, e não tem garantia
No Brasil, os credores de Emerson Fittipaldi vivem uma verdadeira corrida para encontrar bens que possam ser penhorados. A Sax Logística de Shows e Eventos, que cobra uma dívida de cerca de R$ 416 mil do ex-piloto, no ano passado, teve uma importante vitória: conseguiu que a Justiça penhorasse 14 veículos para pagamento da dívida: três motos, três caminhões e oito automóveis, incluindo uma Pajero e um Pontiac.
No entanto, segundo informa o advogado da empresa, Paulo Carbone, ao chegar ao endereço dos carros, foram encontrados apenas dois Astras e um Monza, já sem valor de mercado.
O advogado explica que domesticar uma ação nos Estados Unidos é completamente possível, já que a informação de que Fittipaldi mora lá é pública, mas é um processo custoso e sem garantias. "Para processos de menor volume, não vale a pena. Pelo tempo que passou, é natural que ele também esconda bens por lá, então também não é algo garantido", opina.
Já Thiago Kailer, advogado da Travessia Seguros - empresa que recentemente conseguiu penhorar parte de um contrato publicitário de Fittipaldi para pagar parte de uma dívida de R$ 1,5 milhão, afirma que é um caminho natural se forem esgotados os recursos no Brasil, já que um processo em solo americano poderia ser demorado.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.