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Credor de Fittipaldi recorre aos EUA após calote com carro no Brasil

No Brasil, Fittipaldi é acionado em mais de 140 processos judiciais   - Divulgação
No Brasil, Fittipaldi é acionado em mais de 140 processos judiciais Imagem: Divulgação

Paula Gama

Colaboração para o UOL

04/05/2022 04h00

Na última década o ex-piloto Emerson Fittipaldi tem colecionado uma extensa lista de credores no Brasil. São ao menos 145 processos na Justiça, com valores que somam mais de R$ 55 milhões e, a maioria deles, sem uma conclusão, já que não são encontrados bens disponíveis para a penhora. Nesse cenário, um empresário conseguiu reaver 500 mil dólares, ou R$ 2 milhões de acordo com cotação de 2015, que havia emprestado ao automobilista. Para isso, porém, foi preciso acionar a Justiça americana, onde o piloto mora atualmente.

UOL Carros teve acesso aos processos. Segundo informações recebidas pela reportagem, o empresário emprestou a Fitipaldi 500 mil dólares em um contrato de mútuo, normalmente firmado entre pessoas físicas. Na época, o ex-piloto ofereceu como garantia - caso não quitasse a dívida - um dos Pace Cars que ganhou como prêmio por vencer as 500 Milhas de Indianápolis, campeonato que Emerson conquistou em 1989 e 1993.

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O carro, no entanto, não poderia ser penhorado já que, ao trazê-lo para o Brasil, foi feito um acordo com a Receita Federal de que ele não poderia ser vendido, conforme decidiu a 27ª Vara Cível de São Paulo.

A questão rolou por anos na Justiça brasileira, até que foi arquivada por falta de bens disponíveis para penhora. Para reaver o dinheiro emprestado, a defesa do credor recorreu à Justiça americana, domesticando uma ação em Miami, onde o ex-piloto teria um apartamento avaliado em 4 milhões de dólares e uma coleção de carros. Por lá, segundo sentença a qual UOL Carros teve acesso, o juiz americano determinou que Emerson Fittipaldi quitasse a dívida.

UOL Carros entrou em contato com advogada Adriana Pacheco de Lima, que seria responsável pela ação. Ela confirma a existência da sentença favorável, mas disse que, por questões éticas, não pode comentar assuntos que envolvam clientes de seu escritório.

Procuramos a defesa de Emerson Fittipaldi, mas não conseguimos contato até o fechamento desta reportagem.

Alternativa é custosa, e não tem garantia

No Brasil, os credores de Emerson Fittipaldi vivem uma verdadeira corrida para encontrar bens que possam ser penhorados. A Sax Logística de Shows e Eventos, que cobra uma dívida de cerca de R$ 416 mil do ex-piloto, no ano passado, teve uma importante vitória: conseguiu que a Justiça penhorasse 14 veículos para pagamento da dívida: três motos, três caminhões e oito automóveis, incluindo uma Pajero e um Pontiac.

No entanto, segundo informa o advogado da empresa, Paulo Carbone, ao chegar ao endereço dos carros, foram encontrados apenas dois Astras e um Monza, já sem valor de mercado.

O advogado explica que domesticar uma ação nos Estados Unidos é completamente possível, já que a informação de que Fittipaldi mora lá é pública, mas é um processo custoso e sem garantias. "Para processos de menor volume, não vale a pena. Pelo tempo que passou, é natural que ele também esconda bens por lá, então também não é algo garantido", opina.

Já Thiago Kailer, advogado da Travessia Seguros - empresa que recentemente conseguiu penhorar parte de um contrato publicitário de Fittipaldi para pagar parte de uma dívida de R$ 1,5 milhão, afirma que é um caminho natural se forem esgotados os recursos no Brasil, já que um processo em solo americano poderia ser demorado.

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