Erro de principiante: como hábitos fazem câmbio CVT gastar mais combustível
O câmbio CVT - sigla para continuamente variável - se firmou no mercado como uma alternativa de menor custo e maior eficiência energética quando comparado às transmissões automáticas tradicionais com maior número de marchas. Apesar de prometer menor consumo de combustível, alguns usuários afirmam que passaram a visitar os postos de gasolina mais vezes depois de adquirir um carro com câmbio CVT. A explicação, via de regra, é uma só: uso incorreto do equipamento.
O sistema, criado décadas atrás e revisitado nos últimos anos, não tem marchas reais. No lugar das engrenagens, a transmissão CVT usa duas polias metálicas e lisas, com diâmetro variável, interligadas por correia ou corrente imersa em óleo lubrificante.
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Claudio Castro, diretor do Simpósio de Powertrain da SAE Brasil, explica que as polias se movimentam para criar o mesmo efeito de relação de marchas proporcionado por outros câmbios, inclusive os manuais, sempre para buscar a entrega de torque adequada para determinada velocidade.
"A médio prazo, o CVT vai predominar na maior parte dos carros à venda, com exceção de modelos maiores e de alta potência. Dá para dizer que, provavelmente, você um dia terá um carro com essa transmissão", afirma o engenheiro
Onde estão os erros?
1- Ignorar o delay
O primeiro grande erro de principiante é ignorar as características do veículo que adquiriu. Com a proposta de economizar combustível, o câmbio CVT é capaz de acelerar o carro sem subir os giros do motor, mudando a velocidade através das polias, explica o engenheiro da SAE Almiro Moraes Júnior.
"Por conta disso, o carro é mais anestesiado, ou seja, tem um delay no tempo de resposta do acelerador. O motorista desavisado pode acabar pisando mais forte e, nessa hora, outra função do CVT é acionada: a que interpreta que o motorista está em uma situação de risco e precisa de mais torque, aumentando os giros e consumindo mais combustível".
Por isso, a forma correta de acelerar um carro com câmbio CVT é suave e gradual. Nada de "pisar forte" sem uma real necessidade.
2- Andar sempre no S
A função esporte, ou S, do câmbio CVT reduz o tempo de resposta do acelerador e trabalha com giros mais altos. Ela é ideal para ultrapassagens mais apertadas e para momentos em que o motorista quer sentir mais prazer ao dirigir. No entanto, se o foco é consumo, melhor usar sempre a função econômica, ou normal, identificada pelo D na alavanca.
3- Deixar o câmbio no L
Já a função L, ou Low, muitas vezes, é acionada por engano por um motorista inexperiente, já que ela fica logo abaixo do D, no fim da alavanca de câmbio. Essa posição prioriza a força e pode ser uma aliada quando o carro está muito carregado ou para subir uma ladeira muito íngreme, por exemplo. No entanto, usá-la no dia a dia vai comprometer o seu consumo.
4- Afundar o pé nas arrancadas
Quem tem o pé de chumbo tem que rever sua forma de dirigir um carro com câmbio CVT. Apertar o pé faz o sistema entender que você precisa de mais torque do que o habitual, elevando os giros e fazendo um estrago na sua média de consumo.
5- Interpretar mal o ruído do motor
Em um carro com transmissão desse tipo, é normal que o motor emita mais ruído do que o tradicional, mas isso não significa que ele está sofrendo para empurrar o carro.
"Por instinto, o condutor pode acabar apertando mais o pedal para ter mais torque e potência, mas é um erro que só faz o carro consumir mais. O correto é se adaptar a um carro mais sonoro, desde que o barulho não ultrapasse os limites da normalidade", recomenda Moraes Júnior.
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