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Erro de principiante: como hábitos fazem câmbio CVT gastar mais combustível

Câmbio CVT pode ser mais econômico, se utilizado da forma correta - Foto: Fiat | Divulgação
Câmbio CVT pode ser mais econômico, se utilizado da forma correta Imagem: Foto: Fiat | Divulgação

Paula Gama

Colaboração para o UOL Carros

13/05/2022 04h00

O câmbio CVT - sigla para continuamente variável - se firmou no mercado como uma alternativa de menor custo e maior eficiência energética quando comparado às transmissões automáticas tradicionais com maior número de marchas. Apesar de prometer menor consumo de combustível, alguns usuários afirmam que passaram a visitar os postos de gasolina mais vezes depois de adquirir um carro com câmbio CVT. A explicação, via de regra, é uma só: uso incorreto do equipamento.

O sistema, criado décadas atrás e revisitado nos últimos anos, não tem marchas reais. No lugar das engrenagens, a transmissão CVT usa duas polias metálicas e lisas, com diâmetro variável, interligadas por correia ou corrente imersa em óleo lubrificante.

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Claudio Castro, diretor do Simpósio de Powertrain da SAE Brasil, explica que as polias se movimentam para criar o mesmo efeito de relação de marchas proporcionado por outros câmbios, inclusive os manuais, sempre para buscar a entrega de torque adequada para determinada velocidade.

"A médio prazo, o CVT vai predominar na maior parte dos carros à venda, com exceção de modelos maiores e de alta potência. Dá para dizer que, provavelmente, você um dia terá um carro com essa transmissão", afirma o engenheiro

Onde estão os erros?

1- Ignorar o delay

O primeiro grande erro de principiante é ignorar as características do veículo que adquiriu. Com a proposta de economizar combustível, o câmbio CVT é capaz de acelerar o carro sem subir os giros do motor, mudando a velocidade através das polias, explica o engenheiro da SAE Almiro Moraes Júnior.

"Por conta disso, o carro é mais anestesiado, ou seja, tem um delay no tempo de resposta do acelerador. O motorista desavisado pode acabar pisando mais forte e, nessa hora, outra função do CVT é acionada: a que interpreta que o motorista está em uma situação de risco e precisa de mais torque, aumentando os giros e consumindo mais combustível".

Por isso, a forma correta de acelerar um carro com câmbio CVT é suave e gradual. Nada de "pisar forte" sem uma real necessidade.

2- Andar sempre no S

O modo esporte, ou S, deve ser reservado para ultrapassagens ou quando o motorista quiser mais prazer ao dirigir - Foto: Shutterstock - Foto: Shutterstock
O modo esporte, ou S, deve ser reservado para ultrapassagens ou quando o motorista quiser mais prazer ao dirigir
Imagem: Foto: Shutterstock

A função esporte, ou S, do câmbio CVT reduz o tempo de resposta do acelerador e trabalha com giros mais altos. Ela é ideal para ultrapassagens mais apertadas e para momentos em que o motorista quer sentir mais prazer ao dirigir. No entanto, se o foco é consumo, melhor usar sempre a função econômica, ou normal, identificada pelo D na alavanca.

3- Deixar o câmbio no L

Já a função L, ou Low, muitas vezes, é acionada por engano por um motorista inexperiente, já que ela fica logo abaixo do D, no fim da alavanca de câmbio. Essa posição prioriza a força e pode ser uma aliada quando o carro está muito carregado ou para subir uma ladeira muito íngreme, por exemplo. No entanto, usá-la no dia a dia vai comprometer o seu consumo.

4- Afundar o pé nas arrancadas

Pisar forte no acelerador não é boa alternativa para quem usa um câmbio CVT - Rubens Cavallari/Folhapress - Rubens Cavallari/Folhapress
Pisar forte no acelerador não é boa alternativa para quem usa um câmbio CVT
Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Quem tem o pé de chumbo tem que rever sua forma de dirigir um carro com câmbio CVT. Apertar o pé faz o sistema entender que você precisa de mais torque do que o habitual, elevando os giros e fazendo um estrago na sua média de consumo.

5- Interpretar mal o ruído do motor

Em um carro com transmissão desse tipo, é normal que o motor emita mais ruído do que o tradicional, mas isso não significa que ele está sofrendo para empurrar o carro.

"Por instinto, o condutor pode acabar apertando mais o pedal para ter mais torque e potência, mas é um erro que só faz o carro consumir mais. O correto é se adaptar a um carro mais sonoro, desde que o barulho não ultrapasse os limites da normalidade", recomenda Moraes Júnior.

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