Se Lamborghini Urus e Porsche Cayenne Turbo GT eram até agora os dois mais destacados SUV de performances superlativas, a chegada do mais potente do mercado com o emblema da Aston Martin vem alterar esse cenário. Com tanto de cavalheiro quanto de superatleta, o DBX707 surpreende.
A aceitação do DBX no mercado tem sido bastante positiva, com 3 mil vendas em 2021 - ao contrário do exclusivo Valkyrie, que apenas viu 14 unidades serem entregues a clientes, muito longe das 90 previstas para o ano passado.
E antes do esperado DBX híbrido plug-in, a segunda versão do SUV da centenária marca britânica é este DBX707, que passa a ser o SUV mais potente do mundo e um dos poucos capazes de superar os 300 km/h, mais concretamente 310 km/h - os outros são o Lamborghini Urus, com 305 km/h, e o Porsche Cayenne Turbo GT, com 300 km/h.
São números eloquentes, mas para se ser um esportivo de primeira linha não é necessário apenas ser o mais rápido em linha reta, sendo também fundamental o desempenho em curva, o que significa competência de chassis acima de qualquer suspeita. Para tal, tudo o que está em contato com a estrada e as principais interfaces de condução foram melhorados.
Para começar, foram removidos 40 quilos de massas não suspensas do DBX, quase todos pela utilização de freios carbo-cerâmicos nesta versão, além de ser usado um veio de transmissão em carbono. As suspensões foram recalibradas, o diferencial elétrico traseiro foi otimizado para poder absorver e distribuir mais torque e tanto o amortecimento variável como o controlo de estabilidade e o sistema 4x4 foram afinados para potenciar a agilidade e o comportamento desportivo do DBX707.
Para que estes progressos técnicos pudessem ter efeitos práticos foram devidamente acompanhados por otimizações aerodinâmicas. Há cortinas de ar no eixo dianteiro para limitar o levantamento da frente do SUV e beneficiar o comportamento, ao mesmo tempo que o spoiler equilibra o carro em estrada.
Quase tudo o que é novo no design exterior do DBX707 está relacionado com os esteroides anabolizantes que foram injetados no seu motor. As diferenças visuais do DBX707 para o seu parceiro de gama menos potente não são muitas, mas existem, a maior parte motivadas pela lógica "forma serve a função".
Para que as entradas de ar para refrigeração do motor/caixa pudessem ser maiores, as óticas dianteiras foram redesenhadas e esta grade gigantesca (30% maior do que a do "apenas" DBX) parece ser capaz de tragar de uma vez um smart que lhe passe pela frente no trânsito urbano.
Por baixo há um lábio inferior com um perfil prolongado para ajudar a melhorar o desempenho aerodinâmico, propósito ao qual se une o spoiler traseiro e o grande difusor (inspirado nos F1 de Vettel e Stroll) abaixo do para-choques posterior, de onde saem quatro imponentes saídas de escape (duplicando as que existem no DBX normal).
Estes trompetes glorificados só darão, no entanto, o primeiro estrondo no momento de ligar o V8 se o motorista assim entender, do contrário esse despertar será estranhamente tranquilo, quase silencioso.
Antes de sair para a estrada, convém notar que este é um interior pensado para quatro ocupantes, com bastante espaço para pernas atrás (80 cm) - o que se deve agradecer à sua enorme distância entre-eixos - e em altura é mesmo o mais generoso da sua classe (um metro entre o assento traseiro e o teto), ao contrário da largura modesta (126 cm), razão pela qual será melhor evitar mais do que dois adultos na segunda fila.
Também merecedora de elogios é a capacidade do porta-malas de 638 litros (e ainda cabem mais 81 litros debaixo do piso da mesma), que é a mais ampla deste segmento.
Os bancos são esportivos de série e a qualidade geral de materiais e acabamentos é de nível tão alto quanto se espera em um automóvel de luxo, imperando a pele e podendo ser combinadas as madeiras nobres, com acabamentos e superfícies metalizados e em carbono, de acordo com a versão e a personalização desejada.
Continuam a existir vários botões físicos na console central, com algumas nuances relativamente ao conhecíamos no DBX: por um lado, existe agora um botão que permite "abrir a goela" dos escapes sem que o modo Sport ou Sport+ esteja selecionado, por outro desapareceram os dois botões com setas para ir percorrendo os modos de condução.
Pena é que a central multimídia continue a ser algo lenta e pouco intuitiva, o que nem tem tanto a ver com o fato de a tela (de 10,25", menor que a instrumentação digital, que tem 12") não ser acionada por toque, mas sim pela sua própria lógica. Por cima da tela estão os botões de acionamento da caixa de velocidades, que passou a ser multidisco, banhada em óleo, o que ajuda a manter a temperatura dos discos mais baixa e assim lidar melhor com os 900 Nm de torque produzidos por esta versão de maior rendimento do motor.
O acréscimo de rendimento se faz notar seja a que velocidade for, até porque o peso do primeiro SUV da marca inglesa se manteve nos 2.245 kg (o que, sendo muito, hoje aprendemos a relativizar considerando que um SUV elétrico de proporções semelhantes fica sempre acima das 2,5 toneladas).
Ainda assim é possível conduzir de modo relativamente calmo, mais do que em um Lamboghini Urus, onde quase sempre somos convidados a guiar depressa ou brutalmente depressa.
A combinação da estabilização eletrônica, do amortecimento variável e da suspensão pneumática permite quase sempre encontrar o acerto mais indicado para qualquer tipo de estrada, mas fica a ideia de que as rodas (opcionais) de 23" que equipavam esta unidade comprometem o conforto de rolamento sempre que uma estrada é menos lisa do que um pano de uma mesa de sinuca.
Primeiras impressões
O mais potente SUV do mercado é feito pela Aston Martin, que acrescentou uns pozinhos mágicos ao já potente motor V8 de 4 litros fornecido pela Mercedes-AMG. O aditivo de 157 cv e 200 Nm se nota e torna o DBX707 a nova referência entre os hiper-SUV mais rápidos do mundo, apenas (quase) igualado pelo rival Porsche Cayenne Turbo GT.
O luxuoso e esportivo interior convida quatro ocupantes para uma viagem mais ou menos tranquila consoante o modo de condução e o motorista o queiram. O chassis mais "musculado" e cheio de tecnologia é determinante para o comportamento eficaz quando se quer andar depressa em asfaltos mais sinuosos, de onde os mais corajosos até poderão ocasionalmente sair, para incursões (muito moderadas) de off-road.
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