Citroën C3: por que novo carro da marca francesa pode derrotar Kwid e Mobi
A Citroën prepara o lançamento do novo C3, no entanto, não se deixe confundir: ele é bem diferente do antigo modelo. A começar pelo posicionamento de mercado, uma vez que suas versões mais simples vão concorrer com o Renault Kwid e Fiat Mobi. No caso do segundo, será uma disputa um pouco fratricida, dado que ambas marcas pertencem ao grupo Stellantis.
Antes mesmo do lançamento, que será em julho, de acordo com o antecipado pelo Auto Segredos, UOL Carros mostra os motivos pelos quais o novo francês pode dar mais do que trabalho para ambos subcompactos, os atuais carros mais baratos de suas categorias. E também para os compactos.
Preços "acessíveis"
Outra fantasia desfeita pela realidade do mercado é a de que há carros de acesso. A verdade é que há apenas automóveis menos caros do que os outros, uma vez que os subcompactos estão cada vez mais próximos dos compactos convencionais em preço.
Só que o C3 tem uma receita particular. Alguns se assustaram quando a Autoesporte afirmou que ele seria também concorrente do Kwid e do Mobi, até então o novo carro era tido como um compacto convencional. Mas nada será tão simples, confira o porquê.
Tamanho de compacto
Esperar espaço de um subcompacto é uma fantasia, pois os carrinhos da classe costumam ser apertados para quatro adultos. O que falar de um quinto ocupante? É o princípio da família unida: várias partes do seu corpo vão roçar, pernas, cabeça e ombros sofrerão. O novo C3 promete evitar um pouco essa sensação de contato íntimo com a cabine e os ocupantes que vão nela.
Subcompacto é subcompacto, no entanto, o C3 ultrapassa as medidas dos seus competidores diretos. Ele é um compacto de verdade. São 3,98 metros de comprimento, 2,54 m de entre-eixos e 315 litros de porta-malas - segundo o modelo indiano -, números que não o transformam no Landau da categoria, mas que são suficientes para superar largamente o Mobi (3,56 metros e 2,30 m) e mesmo o Kwid (3,68 m e 2,42 m).
Mais opções de motorização
Chamar o C3 de coringa da Citroën não é exagero. O hatch terá duas opções de motorização para concorrer em faixas diferentes de mercado: a de acesso e dos compactos tradicionais. É algo que o Kwid e Mobi não têm, ainda mais depois que o Fiat dispensou a motorização Firefly, que, ironicamente, está no primo francês. Isso pode abrir uma distância mínima de preços entre os parentes de grupo.
Ambos concorrentes têm apenas motor 1.0. O Renault conta com 70/68 cv e 10/9,4 kgfm de torque, enquanto o Mobi entrega 74/71 cv e 9,7/9,3 kgfm. Para compensar um pouco, os hatches são leves.
Porém, o C3 aposta em configurações mais variadas. O propulsor 1.0 vem da Fiat, mas é mais moderno que o do Mobi. O Firefly rende 75/71 cv e 10,7 kgfm de torque, números que devem cobrir bem a diferença de preço e dar uma pegada mais torcuda nas acelerações e retomadas. E ainda há o 1.6 da Peugeot e Citroën, uma unidade que dispõe de 120/113 cv e 15,6/15,4 kgfm. Se o 1.0 virá apenas com câmbio manual de cinco marchas, o 1.6 também terá configurações automáticas de seis velocidades. Olha o jogo de mercado aí.
Itens de série e versões variadas
De acordo com o Autos Segredos, há economias suficientes para segurar o preço do C3 básico. A configuração de entrada é a Live, ela dispensa até os bancos com encostos de cabeça separados. Os inteiriços têm estrutura diferente da aplicada nos mais caros. O consolo é que o painel digital virá para todos, prova de que a solução pode ser barata. Já a central multimídia é opcional nele. Talvez o grande enfrentamento entre o Kwid e Mobi seja justamente nessa configuração.
Serão de fábrica ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos frontais e travas elétricas, contudo, o ajuste dos retrovisores externos serão manuais. Não tem jeito, o mercado já não aceita configurações sem essas comodidades. Os pneus são 195/65 aro 15, o que promete dar maior aderência do que os mais estreitos dos seus rivais.
Quando o assunto é segurança, há um porém: o novo Citroën tem apenas airbags frontais, enquanto o Kwid tem também os laterais dianteiros. O C3 trará somente os controles de estabilidade e de tração. Uma pena, pois o Peugeot 208 conta com essa salvaguarda desde os mais baratos.
A respeito do visual, o C3 não fugirá do objetivo de fazer cosplay de aventureiro, algo aproveitado pelos seus concorrentes. Há apliques nos para-lamas e altura de rodagem elevada, uma estrada de terra não vai meter medo nele.
O novo Citroën vai cumprir a profecia divulgada desde a época da antiga PSA: posicionar a marca em um patamar abaixo da Peugeot. É algo que assustou os mais velhos, porque a tradição do grupo era o inverso. O mundo não é mais o mesmo.
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