Carros online: 5 golpes mais aplicados na compra de veículos pela internet
Desde o início da pandemia, o brasileiro se tornou mais disposto a comprar bens e serviços online, incluindo carros. Junto com as facilidades, também cresceu o número de golpes aplicados em consumidores de boa-fé. UOL Carros conversou com o Procon e a Polícia Civil de São Paulo para identificar os cinco golpes mais comuns na compra e venda de automóveis pela internet.
De acordo com os entrevistados, os criminosos utilizam algumas estratégias em comum: oferecem negócios imperdíveis e criam um sentido de urgência, alegando que o consumidor vai perder uma oportunidade única se não fechar logo o negócio. "Eles instalam na pessoa um sentimento de cobiça e ativam o gatilho da exclusividade, da urgência. Por isso, a dica é sempre desconfiar quando a oferta for muito vantajosa e o vendedor estiver com muita pressa", explica André Junji Ikari, titular da 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos.
Já o diretor executivo do Procon-SP, Guilherme Farid, afirma que a melhor forma de se precaver é não comprar veículos online. Para ele, o mercado brasileiro ainda não atingiu a maturidade necessária para a venda de produtos de valor tão alto no ambiente virtual. "É interessante usar a internet para ter informações sobre o veículo, mas antes de comprar é importante conhecer o carro pessoalmente, ver se ele realmente existe, fazer uma vistoria e conferir os documentos", alerta.
Os 5 golpes mais comuns na venda de veículos online
1- Anúncio clonado
Campeão de ocorrência, o golpe do anúncio clonado é quando um criminoso utiliza fotos e informações de um carro real, anunciado por uma pessoa ou loja. Por isso, quando o interessado pesquisa a placa, encontra informações adequadas. O golpista normalmente oferece um preço mais interessante e, se o interessado pedir para ver o veículo pessoalmente, inventa uma desculpa.
"Por isso não se pode, jamais, pagar por um carro sem vê-lo anteriormente.
Ver se não tem nenhum sinistro, o real estado de conservação do veículo, verificar se revisões estão em ordem? Conferir informações que, normalmente, não são disponibilizadas no momento da venda", diz Guilherme Farid.
2- Golpe do sinal
Alguns bandidos são menos ambiciosos, a intenção não é nem levar o valor de um carro, mas do sinal. Eles publicam ofertas vantajosas e, quando aparece algum interessado em ver o veículo, pede que ele deposite um sinal, argumentando que há vários interessados. Após o depósito, somem e o comprador acaba perdendo o dinheiro investido. A dica para evitá-lo é nunca realizar nenhum tipo de pagamento antes de ver o veículo, principalmente na conta de terceiros.
3- Funcionário da montadora
O delegado André Junji Ikari explica que a criatividade dos criminosos é muito grande. Entre os trambiques inventados, está o golpe do funcionário da montadora. "Normalmente, surge alguém dizendo que é parente ou amigo de um funcionário da montadora, por isso poderia comprar um carro direto da fábrica com preço especial. Eles sempre criam uma ideia de exclusividade e ótimo negócio", explica Ikari.
Nos casos mais bem estruturados, o golpista mostra documentos falsos, como notas fiscais, e o interessado até recebe supostas ligações da montadora confirmando a compra - feitas por outros membros da quadrilha. Ao pagar o sinal, ou mesmo o carro completo, os bandidos somem e o comprador percebe que caiu em um golpe.
4- Carta de crédito contemplada
Entre os golpes criativos, está o do consórcio contemplado. O vendedor anuncia que foi - ou conhece alguém que foi - contemplado em um consórcio automotivo, mas não tem interesse em usar o crédito. Nessa modalidade, o criminoso exalta as vantagens do consórcio, que pode ser mais barato que um financiamento, mas novamente, depois de pagar o sinal, o comprador não recebe o prometido.
5- Carro com sinistros ocultos
Outro golpe recorrente, aplicado em consumidores desavisados, é quando o vendedor até entrega um carro real, mas esconde do comprador sinistros ocultos, como batidas, roubos ou leilão. "Não é que esses sinistros inviabilizam a compra, mas o consumidor tem direito de saber. Alguns não gostariam de comprar um carro que já foi roubado e recuperado, por exemplo. Por isso, é importante vê-lo pessoalmente e verificar, junto ao Detran, se ele tem algum tipo de restrição. O órgão emite uma certidão com essas informações", informa o delegado André Ikari.
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