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Por que os ladrões gostam de roubar as rodas de carros? Para onde elas vão?

Rodas roubadas no Recife e apreendidas pela polícia. - Divulgação / Polícia Civil
Rodas roubadas no Recife e apreendidas pela polícia. Imagem: Divulgação / Polícia Civil

Rafael Souza

Colaboração para o UOL

03/08/2022 15h35

Parece coisa de série de humor, mas o roubo de rodas de carro tem ficado cada vez mais comum no Brasil. Nos últimos dias, diversos vídeos viralizaram por mostrarem carros erguidos por tijolos ou cavaletes porque as rodas haviam sumido.

Em postagens nas redes sociais, o colunista de UOL Carros, Jorge Moraes, compartilhou dois casos que aconteceram no Recife e os bandidos acabaram presos.

No Brasil, não há muitos dados, nem mesmo um levantamento nacional sobre roubos de rodas no país, mas, em 2014, São Paulo registrava 416 furtos de rodas e pneus de carros por semestre, segundo a Revista Veja.

O criminoso que rouba carro é chamado pela polícia de 'caranguejo' e levanta os questionamentos: por que roubar roda de carro? Qual o interesse nisso?

A polícia afirma que esse tipo de roubo possui três características que atraem os ladrões: pode ser feito longe dos olhos do dono, de forma rápida, e ainda gera dinheiro 'fácil' na venda.

"Há rodas hoje que custam um valor elevado. Sempre haverá o receptador ou a pessoa que encomendou a roda. Só há furto porque há quem compre o produto", afirma o delegado Rafael Almeida, da Delegacia de Roubos e Furtos e Veículos de São Luís/MA.

Como o crime funciona?

Os ladrões costumam circular pela cidade observando aqueles carros que usam parafusos comuns, em vez dos parafusos anti-furto. Daí quando encontram carros mais vulneráveis e com rodas caras, como os de liga leve, surge o desejo de levar.

A ação costuma ser muito rápida. De carro, os ladrões se aproximam do alvo e, em poucos minutos, o grupo desce com macacos nas mãos, retiram as rodas e depois fogem.

O dono só descobre que foi roubado quando chega ao estacionamento.

Para onde a roda é levada?

Segundo a polícia, a roda roubada pode ir para diversos lugares, mas quase sempre o destino é a revenda em lojas de pneus que são cúmplices das quadrilhas, ou até pessoalmente. Não é como algumas peças do veículo que costumam ser desmontadas ou mesmo destruídas para serem vendidas em ferro velho.

Na internet, basta uma pesquisa em sites de leilões e vendas de produtos de 'segunda mão'. Vendidas por valores muito abaixo do mercado, as rodas atraem muitos compradores que, por algum motivo, precisam trocar de roda ou pneu de seu veículo.

Mas a economia que o comprador tem ao comprar uma roda sem procedência pode ter um preço alto. Se a polícia descobrir, a pessoa pode ser enquadrada em diversos crimes e até ser presa. Em caso de condenação por receptação, a pena pode chegar a quatro anos de prisão.

"Se a pessoa encomendou a roda, poderá ser responsabilizada pelo furto. Se houver três ou mais pessoas envolvidas, pode caracterizar associação criminosa também. Agora se ela apenas comprou a roda (após o furto), poderá responder por receptação dolosa ou culposa, dependendo do elemento subjetivo", explica o delegado Rafael.

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