Nova Montana terá espaço e consumo para encarar Oroch e Toro; saiba mais

A nova geração da Montana é o lançamento mais importante da Chevrolet nos últimos anos. Daí toda a expectativa causada pela própria fabricante, que há meses divulga teasers sobre o produto que estreia apenas no começo de 2023.

UOL Carros foi convidado para, enfim, ter o primeiro contato presencial com a nova Montana. Se bem que "contato" pode não ser a palavra mais adequada, já que não pudemos entrar na picape - que exibia uma camuflagem alvinegra para esconder suas linhas definitivas.

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Mesmo assim, foi possível ter uma boa noção de como será o veículo, além de coletar informações valiosas a respeito da picape.

A mais espaçosa da categoria

Durante a apresentação realizada à imprensa especializada, executivos da GM destacaram que a nova Montana será a picape mais espaçosa da categoria.

"São pelo menos 20 milímetros a mais para o joelho do passageiro traseiro em relação à concorrência, enquanto o espaço frontal e traseiro de cabeça é mais um exemplo de superioridade. A ergonomia é outro destaque deste projeto, que se traduz na melhor acomodação dos até cinco ocupantes", afirmou Marianni Sanchez, gerente de pesquisa avançada de mercado na GM América do Sul.

Antes de aprofundar nesse tema, importante frisar que a fabricante confirmou as expectativas de que a novidade será concorrente de Fiat Toro e Renault Oroch. Olhando de perto, pude notar que o modelo da Chevrolet tem porte semelhante ao da Oroch - justamente a precursora do segmento de picapes de porte intermediário.

Vale ressaltar que o modelo da Renault tem 4,71 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,69 m de altura e 2,82 m de distância entre eixos. Aparentemente a Montana tem medidas muito parecidas, especialmente na altura, que deve beirar 1,70 m com o rack de teto. Sabemos que a Montana será construída sobre a mesma plataforma de Onix, Onix Plus e Tracker. Só que a picape será maior do que o SUV, que possui 4,27 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura (com rack de teto) e 2,57 m de entre-eixos.

A caçamba parece mais comprida do que na Oroch. Seu desenho, inclusive, vai se estreitando conforme se aproxima do topo. A fabricante promete "excelente volume" no compartimento de carga sem dar mais detalhes. Existe a possibilidade de a GM oferecer acessórios como caixas para transporte de objetos menores, criando pequenos nichos para levar objetos menores com mais segurança.

Nova identidade

Apesar de estar ao lado da Montana, desvendar suas linhas foi uma tarefa bastante difícil. Ponto para os engenheiros da Chevrolet, que bolam um disfarce bastante competente por baixo dos adesivos, já que também existem enxertos de espuma e outros materiais flexíveis para esconder as formas e vincos da carroceria definitiva.

Executivos da Chevrolet presentes no evento anteciparam, porém, que a picape não vai compartilhar nenhum painel de carroceria com outros modelos da gama. Apenas partes menores, como os espelhos retrovisores e as maçanetas, vieram de outros modelos, como o Tracker.

Para nossa alegria, a GM exibiu um esboço da nova Montana na tela. Vale ressaltar que qualquer registro fotográfico estava terminantemente proibido na ocasião. A picape terá um conjunto óptico dividido em duas seções, seguindo a tendência de design vista em vários modelos lançados nos últimos anos.

Enquanto a parte superior acomoda as luzes de iluminação diurna, a seção inferior agrupa os faróis. Inclusive, as versões de entrada terão luzes halógenas, ao passo que as configurações mais caras devem trazer iluminação full LED. As rodas de liga leve são de 17 polegadas nas versões topo de gama e 16 polegadas nas opções mais simples.

Atrás existe um prolongamento nas colunas "C" que lembram um santantônio. As lanternas podem ter uma porção invadindo a tampa da caçamba. Logo abaixo existe um relevo na parte inferior da peça, onde a inscrição 'Chevrolet' será grafada. A fonte de inspiração foi a geração mais recente da Silverado, que também será vendida no Brasil em 2023.

Não houve possibilidade de ver a cabine, mas alguns detalhes são conhecidos. O interior terá um novo acabamento na moldura da central multimídia, simulando o efeito de tela "flutuante" presente no Tracker RS lançado na China. Essa peça é interligada ao quadro de instrumentos, que será analógico e com direito ao mesmo display monocromático presente em Onix e Tracker.

Desempenho

A Chevrolet confirmou apenas que a nova Montana contará com motor turbo, mas não revelou especificações sobre a motorização - ou seria motorizações?

Seja como for, a tendência é que o 1.2 turbo de até 133 cv e 21,4 kgfm deve ser o eleito para impulsionar a picape. Outra possibilidade seria a adoção de uma variação mais sofisticada do mesmo conjunto, com 139 cv e 22,4 kgfm. Esse propulsor é o mesmo adotado no Trailblazer vendido nos Estados Unidos.

E ainda não podemos descartar a vinda do inédito 1.3 turbo que equipa o Onix Plus no mercado chinês. Por lá ele entrega 164 cv e 24,4 kgfm, e cairia como uma luva para enfrentar a concorrência, já que suas futuras rivais disponibilizam versões turbinadas que passam dos 160 cv (no caso da Oroch) e 180 cv (na Toro).

Segundo a GM, a nova Montana traz uma central eletrônica que tem três vezes mais variáveis do que as rivais, ou seja, considerando torque, peso e aerodinâmica com a picape vazia ou carregada.

Sobre transmissões, a Chevrolet confirmou que a nova Montana terá transmissões manual e automática, ambas com seis velocidades.

"As versões com câmbio manual serão referência em aceleração de 0 a 100 km/h, enquanto as configurações com transmissão automática terão os melhores resultados em economia de combustível", afirmou Rodrigo Fioco, diretor de marketing de produto da Chevrolet.

Sendo assim, a nova Montana deve ter médias de consumo superiores aos 9,7 km/l e 11,6 km/l da Toro turboflex na cidade e estrada, respectivamente, com gasolina. Na comparação com a Oroch, os números são de 10,5 km/l em perímetro urbano e 11 km/l no percurso rodoviário.

Já na aceleração de 0 a 100 km/h, a referência é a Oroch 1.6, pois a Toro não possui versão com câmbio manual. Para bater sua rival, a Montana deve realizar a tarefa em menos do que os 11,8 s declarados pela Renault.

A picape terá suspensão dianteira do tipo McPherson (como Toro e Oroch) e traseira por eixo de torção - bem diferente das arquiteturas independentes multilink que equipam suas concorrentes. Alguns fãs de picapes podem torcer o nariz por não ser uma solução tão robusta, mas o custo de produção menor deve ter falado mais alto neste caso.

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