Ainda mais caros? Carros terão 10 novos itens obrigatórios de segurança
Nos próximos oito anos, os veículos novos terão dez novos itens obrigatórios de segurança e, é claro, o preço dos carros vai subir com a adição desses equipamentos. A maior parte dos itens será obrigatória até 2024.
A medida faz parte do programa de desenvolvimento da indústria automotiva Rota 2030 e tem entre como principal objetivos reduzir os acidentes de trânsito no Brasil - país que ocupa o terceiro lugar da lista de nações com mais mortes no tráfego, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). atrás apenas de Índia e China.
O reforço na segurança dos automóveis é o maior desde a adoção obrigatória dos airbags frontais e dos freios ABS, no início de 2014; e da obrigatoriedade de cinto de três pontos e encosto de cabeça em todos os assentos a partir de 2018 - ano em que o Isofix também passou a ser exigido.
Agora, o acréscimo compulsório dos próximos equipamentos acontecerá em duas etapas: primeiramente em novos projetos de veículos e depois em todos os carros zero-quilômetro vendidos no país.
Confira os novos itens de segurança obrigatórios até 2030:
1 - Teste obrigatório de impacto lateral
+ Data para novos veículos produzidos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2024
2 - Sistema eletrônico de controle de estabilidade
+ Data para novos veículos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 50% da produção até 2023; 100% da produção até 2024
3 - Alerta para cinto de segurança desafivelado
+ Data para novos veículos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2024
4 - Proteção de impacto ao pedestre
+ Data para novos veículos: 2025
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2030
5 - Repetidores laterais das luzes de seta
Data para novos veículos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024
6 - Luzes de rodagem diurna
Data para novos veículos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024
7 - Alerta de colisão
Data para novos veículos produzidos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024
8 - Proteção contra impactos frontais em utilitários
Data para novos veículos produzidos: 2024
Data para veículos que já estão no mercado: 2026
9 - Câmera de ré ou sensores de aviso sonoro
Data para novos veículos produzidos: 2025
Data para veículos que já estão no mercado: 2027
10 - Proteção a impacto lateral contra poste
Data para novos veículos produzidos: 2026
Data para veículos que já estão no mercado: 2030
Reforçar segurança tem custo alto
Em entrevista a UOL Carros, o professor Jairo de Lima Souza, do curso de engenharia mecânica da FEI, explica que o custo dos equipamentos de segurança ativa, como alerta de frenagem de emergência - que será obrigatório em 2024 - ainda é muito alto.
"Esses sistemas eletrônicos embarcados são ferramentas extremamente eficientes para essas situações de trânsito e também a possibilidade de atropelamentos. O problema é que a pesquisa e o desenvolvimento tiveram um custo, sem falar que a maioria dos dispositivos é importada e tudo precisa ser homologado. É natural que haja um custo embarcado", enumera Jairo de Lima Souza.
O sócio-diretor da Bright Consulting Murilo Briganti explica que a escolha das tecnologias a serem incluídas de forma compulsória nos novos carros foi feita de acordo com o perfil dos acidentes que ocorrem em determinado país.
Segundo dados do IIHS (Insurance Institute for Highway Safety), dos Estados Unidos, a câmera de ré pode reduzir em até 20% o número de acidentes enquanto o veículo é manobrado. No país da América do Norte, esse recurso é obrigatório e também será aqui até 2030.
"Hoje, no Brasil, cerca de 58% dos veículos comercializados no país saem com esta tecnologia de série. De acordo com nossas previsões, esse número chegará a 85% já em 2025", estima Briganti
Para o especialista, é evidente que todas essas tecnologias trarão benefícios para a sociedade, sejam eles diretos - através da mitigação de acidentes -, sejam eles indiretos, por meio da redução de custos ao estado, oriundos de indenizações e saúde.
"No entanto, apesar de todos os ganhos, isso tem um custo. O país vem passando por uma série de avanços em termos regulatórios, principalmente após o Inovar-Auto. Nesse momento, nós temos em vigor legislações de emissões, segurança e eficiência energética. Dessa forma, para o atendimento de todas as metas, as montadoras vêm fazendo e têm planejado investimentos massivos em melhorias, o que acarretará em custos maiores para o consumidor final", explica.
Já o consultor automotivo Ricardo Bacellar, da Bacellar Advisory Boards, afirma que a indústria está tomando todas as medidas para reduzir o impacto financeiro desses itens.
"Um exemplo que está muito próximo de nós é o celular: quando é lançado um novo, o preço está nas alturas, a medida que o tempo vai passando, o preço vai diminuindo. Assim acontecerá com esses itens. A tecnologia vai barateando? A indústria está fazendo todos os esforços possíveis e imagináveis para reduzir o impacto desses itens no preço dos carros".
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