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Ainda mais caros? Carros terão 10 novos itens obrigatórios de segurança

Alerta de frenagem de emergência será obrigatório em 2024 - Divulgação
Alerta de frenagem de emergência será obrigatório em 2024 Imagem: Divulgação

Paula Gama

Colaboração para o UOL

16/09/2022 04h00

Nos próximos oito anos, os veículos novos terão dez novos itens obrigatórios de segurança e, é claro, o preço dos carros vai subir com a adição desses equipamentos. A maior parte dos itens será obrigatória até 2024.

A medida faz parte do programa de desenvolvimento da indústria automotiva Rota 2030 e tem entre como principal objetivos reduzir os acidentes de trânsito no Brasil - país que ocupa o terceiro lugar da lista de nações com mais mortes no tráfego, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). atrás apenas de Índia e China.

O reforço na segurança dos automóveis é o maior desde a adoção obrigatória dos airbags frontais e dos freios ABS, no início de 2014; e da obrigatoriedade de cinto de três pontos e encosto de cabeça em todos os assentos a partir de 2018 - ano em que o Isofix também passou a ser exigido.

Agora, o acréscimo compulsório dos próximos equipamentos acontecerá em duas etapas: primeiramente em novos projetos de veículos e depois em todos os carros zero-quilômetro vendidos no país.

A data-limite para a implementação de alguns itens obrigatórios de segurança nos carros foi adiada por conta da pandemia.

Confira os novos itens de segurança obrigatórios até 2030:

1 - Teste obrigatório de impacto lateral

Teste de impacto lateral - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

+ Data para novos veículos produzidos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2024


2 - Sistema eletrônico de controle de estabilidade

O controle de estabilidade detecta algum desvio na trajetória do volante - Foto: Shutterstock - Foto: Shutterstock
O controle de estabilidade detecta algum desvio na trajetória do volante
Imagem: Foto: Shutterstock

+ Data para novos veículos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 50% da produção até 2023; 100% da produção até 2024

3 - Alerta para cinto de segurança desafivelado

Cinto de segurança - Freepik - Freepik
Imagem: Freepik

+ Data para novos veículos: 2020
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2024

4 - Proteção de impacto ao pedestre

+ Data para novos veículos: 2025
+ Data para veículos que já estão no mercado: 2030

5 - Repetidores laterais das luzes de seta

Repetidores de setas também serão obrigatórios - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Repetidores de setas também serão obrigatórios
Imagem: Murilo Góes/UOL

Data para novos veículos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024

6 - Luzes de rodagem diurna

Luz diurna - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Data para novos veículos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024

7 - Alerta de colisão

Alerta de colisão - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Data para novos veículos produzidos: 2021
Data para veículos que já estão no mercado: 2024

8 - Proteção contra impactos frontais em utilitários

Picape Toyota Hilux - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Data para novos veículos produzidos: 2024
Data para veículos que já estão no mercado: 2026

9 - Câmera de ré ou sensores de aviso sonoro

Até 2030, todos os carros terão que ter câmera de ré ou sensor de estacionamento - Divulgação - Divulgação
Até 2030, todos os carros terão que ter câmera de ré ou sensor de estacionamento
Imagem: Divulgação

Data para novos veículos produzidos: 2025
Data para veículos que já estão no mercado: 2027

10 - Proteção a impacto lateral contra poste

Data para novos veículos produzidos: 2026
Data para veículos que já estão no mercado: 2030

Reforçar segurança tem custo alto

Em entrevista a UOL Carros, o professor Jairo de Lima Souza, do curso de engenharia mecânica da FEI, explica que o custo dos equipamentos de segurança ativa, como alerta de frenagem de emergência - que será obrigatório em 2024 - ainda é muito alto.

"Esses sistemas eletrônicos embarcados são ferramentas extremamente eficientes para essas situações de trânsito e também a possibilidade de atropelamentos. O problema é que a pesquisa e o desenvolvimento tiveram um custo, sem falar que a maioria dos dispositivos é importada e tudo precisa ser homologado. É natural que haja um custo embarcado", enumera Jairo de Lima Souza.

O sócio-diretor da Bright Consulting Murilo Briganti explica que a escolha das tecnologias a serem incluídas de forma compulsória nos novos carros foi feita de acordo com o perfil dos acidentes que ocorrem em determinado país.

Segundo dados do IIHS (Insurance Institute for Highway Safety), dos Estados Unidos, a câmera de ré pode reduzir em até 20% o número de acidentes enquanto o veículo é manobrado. No país da América do Norte, esse recurso é obrigatório e também será aqui até 2030.

"Hoje, no Brasil, cerca de 58% dos veículos comercializados no país saem com esta tecnologia de série. De acordo com nossas previsões, esse número chegará a 85% já em 2025", estima Briganti

Para o especialista, é evidente que todas essas tecnologias trarão benefícios para a sociedade, sejam eles diretos - através da mitigação de acidentes -, sejam eles indiretos, por meio da redução de custos ao estado, oriundos de indenizações e saúde.

"No entanto, apesar de todos os ganhos, isso tem um custo. O país vem passando por uma série de avanços em termos regulatórios, principalmente após o Inovar-Auto. Nesse momento, nós temos em vigor legislações de emissões, segurança e eficiência energética. Dessa forma, para o atendimento de todas as metas, as montadoras vêm fazendo e têm planejado investimentos massivos em melhorias, o que acarretará em custos maiores para o consumidor final", explica.

Já o consultor automotivo Ricardo Bacellar, da Bacellar Advisory Boards, afirma que a indústria está tomando todas as medidas para reduzir o impacto financeiro desses itens.

"Um exemplo que está muito próximo de nós é o celular: quando é lançado um novo, o preço está nas alturas, a medida que o tempo vai passando, o preço vai diminuindo. Assim acontecerá com esses itens. A tecnologia vai barateando? A indústria está fazendo todos os esforços possíveis e imagináveis para reduzir o impacto desses itens no preço dos carros".

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