Picape elétrica do Corolla: brasileiro vira sensação ao transformar Toyotas
Um brasileiro que mora no Canadá virou sensação ao transformar exemplares antigos do Toyota Corolla em picapes elétricas.
Fundador e proprietário da Upcycle Green Technology, localizada na região de Stratford, o engenheiro mecânico Natal Antonini, de 54 anos, explica que está concluindo a fase de protótipos.
Segundo ele, o utilitário a baterias vai custar 35 mil dólares canadenses (R$ 138,6 mil na conversão direta), já incluindo o carro "doador", quando começar a ser produzido em maior escala, dentro de aproximadamente um ano.
Em entrevista a UOL Carros, o gaúcho de Porto Alegre (RS) conta que deixou o Brasil em 2016, rumo à cidade do leste canadense, já interessado em iniciar um empreendimento.
"Em Stratford, percebi que muitos empresários estavam interessados em eletrificar a respectiva frota de picapes. São empreendedores ligados a questões ambientais, que têm fazendas geradoras de energia eólica e solar. A pedido, fiz um estudo de viabilidade econômica e busquei informações técnicas sobre como eu poderia fazer a conversão", diz o engenheiro.
Ele logo percebeu que seria necessário adaptar um veículo acessível e bom de vendas como o Corolla, considerado compacto na América do Norte. Antonini salienta que a transformação de picapes de grande porte, as preferidas dos canadenses, tornaria o custo muito alto.
Para eletrificar uma caminhonete grande, seria necessário cobrar cerca de 80 mil dólares canadenses (R$ 317 mil), destaca o brasileiro.
"Peguei o Corolla como base, transformando-o em uma pequena picape elétrica, Esse tamanho pequeno exige muito menos baterias e todos os componentes são mais baratos. Então, a gente consegue fazer um produto com uma qualidade boa a um preço razoável", explicou.
Como Corolla vira picape a baterias
O processo de conversão, esclarece Natal, envolve o corte do teto na altura da coluna central e a remoção de toda a parte traseira do sedã, posteriormente convertida em caçamba. Hoje, ela é de aço, mas os planos são de utilizar fibra de vidro, em nome da redução de peso e da eficiência energética.
"Depois tiramos o motor a combustão e o substituímos por outro, elétrico. Essa parte é bastante trabalhosa. Tem muita tecnologia para sincronizar. Nosso objetivo é fazer um carro de trabalho, um carro para frotas".
Antonini fez inicialmente dois protótipos e os colocou os em testes até definir a configuração atual. Os veículos têm autonomia de 150 km com as baterias totalmente carregadas ou 5,73 km rodados para cada kWh. Hoje, os veículos são emprestados a potenciais clientes, para que contribuam com sugestões sobre possíveis melhorias.
"Queremos que eles ajudem a definir o produto final. A terceira fase deverá começar mais para o fim de 2023. O plano é de produzir cem veículos por ano".
Vale destacar que a conversão é específica para Corollas de modelos 2009 a 2013.
Alma de inventor
Antes de chegar ao Canadá, Natal Antonini teve oficinas mecânicas no Brasil. Ele é engenheiro mecânico com mestrado na área de motores de combustão e trabalhou durante 20 anos como engenheiro no Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre), projetando estações de bombeamento e outras estruturas relacionados ao saneamento.
"Apesar de toda a experiência prévia com engenharia, a conversão de carros convencionais para modelos elétricos era novidade para mim. Tive de estudar bastante e fazer alguns cursos. Falei com muita gente, foi um aprendizado bem grande", conta.
"O motor elétrico é sensacional, não é? Um motor que está com 95% de eficiência e que tem torque máximo a partir da primeira rotação. Nossos carros, por exemplo, a gente usa só a terceira marcha".
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