Como nova moda corrige falha crônica dos SUVs e acelera a morte dos sedãs
O recente lançamento do Fiat Fastback colocou ainda mais em evidência os SUVs cupês, que trazem coluna traseira inclinada e linha horizontal alongada.
Mais do que um recurso de estilo, essa silhueta, cada vez mais popular, consolida-se como a peça que faltava para resolver um problema crônico dos utilitários esportivos, os queridinhos dos brasileiros.
Com 428.453 emplacamentos entre janeiro e agosto, os SUVs representam 44% das vendas de automóveis novos no Brasil. Contudo, têm uma "falha" e tanto: o volume do porta-malas é consideravelmente reduzido em relação aos sedãs médios, que antigamente predominavam como "carros de família" e cujas vendas têm despencado.
O bagageiro pequeno nos SUVs convencionais é explicado por seu formado "quadradão", no qual a tampa do porta-malas costuma ser praticamente reta e rente ao eixo traseiro, como nos hatches.
Nos SUVs cupês, é justamente o formato da carroceria, "esticada" em relação ao eixo traseiro, que proporciona um aumento considerável no compartimento de bagagens.
No Brasil, a Volkswagen inovou ao lançar em 2020 o Nivus, o primeiro SUV compacto cupê, categoria em que o "problema" do porta-malas é ainda mais crítico.
Totalmente desenvolvido no país, sobre a plataforma do Polo, o Nivus é mais comprido do que o T-Cross e leva mais bagagens: seu porta-malas tem capacidade de 415 litros, contra 373 litros do "irmão". Esse aumento é compreensível, pois o maior comprimento do Nivus está justamente depois do eixo de trás.
Já o Fiat Fastback é inspiirado no conceito de mesmo nome apresentado em 2018, no Salão do Automóvel de São Paulo, mas só chegou às concessionárias agora. O porta-malas é surpreendente: 516 litros. Já a capacidade de carga, nem tanto, são apenas 400 kg, contando os ocupantes.
É preciso ter atenção a um detalhe: apesar do bagageiro ser maior, a capacidade do Nivus e do T-Cross é bem semelhante: 451 kg e 448 kg, respectivamente. A vantagem é poder carregar objetos mais volumosos, como um carrinho de bebê, mas não necessariamente mais pesados.
1º SUV cupê surgiu há quase 20 anos
A carroceria cupê no segmento de SUVs agora tem se popularizado, mas já existe há um bom tempo: chegou em 2005 com o SsangYong Actyon, que não era exatamente um carro bonito.
Em 2008, a BMW refinou a proposta com o lançamento do BMW X6. Em 2015, devido ao sucesso do concorrente, a Mercedes-Benz precisou apresentar um rival à altura, e lançou o GLE Coupé. A Audi trouxe o Q8 em 2018 e a Porsche lançou o Cayenne Coupé em 2019. Mas, até então, essa opção de design só estava disponível para quem podia pagar muito.
Cupês devem acelerar morte dos sedãs
Os sedãs sempre saíram na frente dos SUVs quando o assunto é porta-malas.
Com algumas comparações, como Volkswagen T-Cross (373 litros) e Virtus (521 l); Honda HR-V (354 l) e City Sedan (510 l) e Nissan Kicks (432 l) e Versa (482 l), é possível entender porque famílias que necessitam do bagageiro ainda precisam escolher sedãs, mesmo que prefiram utilitários.
Com o sucesso do design cupê, é provável que as montadoras tragam cada vez mais opções para o mercado brasileiro.
Já há uma possibilidade na lista, como o Renault Arkana. Por isso, é bem provável que os sedãs, que hoje são 21,72% dos automóveis vendidos no ano, vejam sua participação de mercado cair ainda mais.
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