Fastback x T-Cross: por que novo Fiat supera o SUV mais vendido do Brasil
A Fiat acaba de ampliar sua família de SUVs, até então restrita ao Pulse, com o lançamento do Fastback. Derivada do Pulse, a novidade traz como principais diferenciais a traseira alongada e o caimento suave do teto. Tais características dão ao Fastback um estilo mais esportivo, inspirado nos cupês, e um baita incremento na capacidade do porta-malas, superior a 500 litros.
O novo utilitário esportivo da marca italiana chega com preços sugeridos entre R$ 130 mil e R$ 150 mil e três versões - as mais baratas vêm com o mesmo motor 1.0 turbo flex de 130 cv do Pulse, enquanto a topo de linha traz o 1.3 turbinado de 185 cv que também equipa Fiat Toro e quase toda a gama da Jeep.
Neste duelo, confrontamos o Fastback Limited Edition, configuração topo de linha, com o T-Cross Highline - versão mais completa do SUV mais vendido do Brasil na atualidade.
Veja a seguir o que cada rival traz em termos de equipamentos, segurança, desempenho e economia de combustível.
FICHA TÉCNICA - FIAT FASTBACK LIMITED EDITION BY ABARTH
Preço: R$ 149.990
Motor: 1.3 turbo flex, 4 cilindros
Câmbio: automático de 6 marchas, tração dianteira
Potência: 185 cv a 5.750 rpm
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,1 segundos
Velocidade máxima: 210 km/h
Dimensões: 4,43 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,54 m de altura e 2,53 m de distância entre-eixos
Peso: 1.304 kg
Porta-malas: 516 litros
Tanque: 47 litros
FICHA TÉCNICA - VOLKSWAGEN T-CROSS HIGHLINE
Preço: R$ 161.890
Motor: 1.4 turbo flex de 4 cilindros
Câmbio: automático de 6 marchas, tração dianteira
Potência: 150 cv a 5.000 rpm
Torque: 25,5 kgfm a 1.400 rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,7 segundos
Velocidade máxima: 198 km/h
Dimensões: 4,20 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,57 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos
Peso: 1.292 kg
Porta-malas: 373 a 420 litros
Tanque: 52 litros
DESIGN
Uma das características mais marcantes do novo Fastback é justamente o design. Não tem como ignorar a carroceria alongada em relação ao Pulse, do qual o lançamento da Fiat deriva: da coluna central até a extremidade do para-choque traseiro, é um veículo bastante diferente.
Medindo 4,43 m de comprimento, o Fastback é mais de 40 cm mais longo do que o Pulse e a maior parte desse incremento no tamanho da carroceria está após o eixo traseiro.
É justamente a traseira "esticada" que permite o caimento suave do teto e a tampa traseira bem inclinada, que dão ao veículo o estilo de cupê. Essa solução de design também é o segredo para a capacidade acima de 500 litros do porta-malas, contra 373 litros do T-Cross.
Muitos têm comparado a traseira do Fiat, com suas lanternas finas na horizontal, à do BMW X4 - realmente, há bastante semelhança.
Já o Volkswagen traz um desenho mais clássico e típico de SUVs, exibindo balanço traseiro curto e tampa do porta-malas muito menos inclinada.
O estilo mais sóbrio me agrada, enquanto o Fiat investe em um aspecto mais esportivo e dinâmico.
Por dentro, os dois carros trazem profusão de plásticos duros e buscam compensar essa simplicidade mesclando materiais de diferentes cores e texturas.
O VW oferece uma cabine mais convencional, incluindo a posição de dirigir mais elevada, bem típica de SUVs. Também traz acabamento melhor, apesar da falta de superfícies macias ao toque.
Por sua vez, o Fiat se diferencia com o console central mais elevado, trazendo detalhes na cor preta brilhante e lembrando o cockpit de uma aeronave.
No quesito design, o Fastback leva a melhor.
EQUIPAMENTOS
Nas versões topo de linha, os dois carros são bem equipados. Ambos trazem central multimídia com tela widescreen ampla, medindo 10,1 polegadas, mais conexão sem fio com celulares via Android Auto e Apple CarPlay.
Tanto o T-Cross quanto o Fastback oferecem recarga de smartphone por indução, mas no Volkswagen raramente consegui ativar o recurso, mesmo removendo a capa do celular, enquanto no Fiat o funcionamento é quase instantâneo - além disso, o respectivo nicho de recarga sem fio conta com refrigeração, para evitar o aquecimento excessivo do telefone.
O VW compensa ao trazer multimídia mais rápida, mas só o Fiat tem navegador GPS nativo com informações do trânsito em tempo real.
Os dois rivais também se igualam ao oferecerem ar-condicionado automático com uma zona de temperatura e painel de instrumentos digital - só que o do T-Cross, com 10,25 polegadas, é bem maior e mais completo - no Fastback, o cluster mede sete polegadas.
O SUV da marca italiana contra-ataca, equipado de série com freio de estacionamento eletrônico e função auto hold, que mantém o carro freado até você voltar a pisar no acelerador - no modelo da montadora alemã, o item é convencional, acionado com a mão, por meio de uma alavanca mecânica.
A dupla também sai da fábrica com aletas no volante para a troca manual de marchas, bancos de couro sintético, chave presencial, partida do motor por botão e retrovisores externos rebatíveis,
O Volkswagen tem rodas de liga leve diamantadas com 17 polegadas de diâmetro, contra unidades de aro 18 com pintura escura, no caso do Fiat.
Vale destacar que o T-Cross deste duelo custa R$ 177.030, pois traz teto solar panorâmico, que agrega R$ 6.790 ao preço final; também conta com um pacote de R$ 3.720, que acrescenta assistente de estacionamento semiautônomo e faróis full LED com luz alta automática.
A pintura bicolor, por sua vez, encarece o VW em R$ 2.720, sem contar os R$ 1.910 cobrados pelo tom vermelho Sunset.
Já o Fastback de topo conta com faróis de LED e comutação automática do facho de série, enquanto a pintura cinza Strato com teto preto do exemplar avaliado agrega R$ 1.490 ao preço final.
O Fiat não pode ser equipado com teto solar nem com o estacionamento semiautômo e, além da pintura especial, seus únicos opcionais são o pack Fiat Connect, que traz alerta de furto e chamada automática de emergência em caso de acidente, mais rastreamento, por R$ 2.850; e rodas com acabamento diamantado, por R$ 990.
O VW não tem as funcionalidades do pacote Fiat Connect.
Considerando perdas e ganhos, a dupla se equivale em termos de equipamentos, mas dou a vitória ao Fiat por trazer o freio de estacionamento elétrico e itens de série que são opcionais no rival.
VIDA A BORDO
Medindo 2,65 m de distância entre-eixos, o T-Cross supera o Fastback em 8 cm nessa medida, que é fundamental quando se trata de espaço para os passageiros.
O banco traseiro do VW oferece mais conforto aos respectivos ocupantes, especialmente para acomodar as pernas.
A carroceria com desenho mais convencional do Volkswagen, sem a inclinação do teto presente no Fiat, também ajuda na acomodação de pessoas mais altas - mesmo com a presença do teto panorâmico opcional.
O Fastback minimiza essa limitação trazendo encosto traseiro um pouco mais reclinado do que o Pulse e até proporciona conforto, desde que a pessoa não tenha estatura tão elevada.
Por outro lado, a novidade da empresa italiana supera com folga o T-Cross e outros concorrentes no que se refere ao espaço para as bagagens.
Ambos trazem saída do ar-condicionado para o banco traseiro e apoio de braço dianteiro com baú - quem viaja atrás no VW tem duas portas USB do tipo A para recarregar aparelhos móveis, contra uma entrada no concorrente.
O utilitário esportivo da Volks também se destaca pelo rodar consideravelmente mais confortável, seja em relação a ruídos e vibrações, na comparação com o Fiat, e isso não acontece apenas devido aos pneus de diâmetro menor e perfil mais alto - o chassi do T-Cross é mais refinado.
O representante da VW também conta com iluminação interna de LEDs, inclusive na área dos pés, na dianteira, o que dá a ele um toque de sofisticação.
É bom destacar: o console central alto que confere tanto estilo ao Fastback também restringe um tanto o espaço a motorista e passageiro, dependendo da pessoa.
Acrescentando a essas ponderações o melhor acabamento, a vitória é do T-Cross em relação à vida a bordo.
DESEMPENHO E CONSUMO
Os dois carros têm ótimo desempenho e consumo relativamente baixo - consegui médias acima de 8 km/l com etanol na cidade com ambos os SUVs, que trazem sistema start-stop, capaz de desligar o motor em paradas rápidas para ajudar na economia.
Utilizado em modelos como Fiat Toro, além de Jeep Renegade, Compass e Commander, o propulsor com até 185 cv e 27,5 kgfm do Fastback proporciona desempenho de sobra, considerando o peso de 1,3 tonelada na versão topo de linha.
Gerenciado pela boa transmissão automática de seis marchas, o motor coloca o Fiat entre os utilitários esportivos compactos mais velozes do mercado, com aceleração de zero a 100 km/h em 8,1 segundos com etanol - de acordo com a Fiat.
De fato, basta pisar fundo para se empolgar e o carro tem até um botão vermelho com o escorpião da Abarth no volante para apimentar ainda mais as coisas - uma vez ativado, o acelerador fica mais sensível, o câmbio troca as marchas em rotações mais elevadas e a direção com assistência elétrica fica um pouco mais pesada.
Já o T-Cross, com seu 1.4 turbo de 150 cv e 25,5 kgfm, acompanhado do também competente câmbio automático de seis velocidades, agrada bastante quem gosta ou faz questão de mais desempenho.
O VW conta, a exemplo do rival, com seletor de modos de condução (do mais esportivo ao mais econômico), acionado por meio da multimídia. Também elétrica, sua direção é bem calibrada e permite um controle preciso do veículo
Especialmente em vias urbanas, os 35 cv a menos do VW não fazem muita diferença no dia a dia e a potência extra do Fiat é mais sentida na estrada, onde o T-Cross também manda muito bem - a Volkswagen diz que seu utilitário esportivo sai da imobilidade e atinge 100 km/h em 8,7 segundos - seis décimos mais lento do que seu concorrente.
Quanto ao desempenho, não tem muito o que discutir: o vencedor é o Fastback, embora o VW também brilhe nesse quesito.
SEGURANÇA
Diferentemente do T-Cross, equipado com seis airbags de série, o Fastback vem com quatro bolsas infláveis - as duas frontais obrigatórias, mais duas laterais - que, de acordo com a Fiat, "fazem dupla função, protegendo a cabeça e o tórax" - o que minimizaria a falta de airbags de cortina, disponíveis no VW.
Fora isso, a lista de equipamentos de segurança do Fiat é bem recheada em todas as versões, incluindo sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, uma câmera de ré com ótima resolução, controles de tração e estabilidade com assistência de partida em rampa - além dos já citados faróis full-LED com luz alta automática.
Destaque para o pacote de assistências à condução - além da comutação automática dos faróis, ele traz frenagem automática de emergência e alerta de mudança involuntária de faixa que também mexe o volante para ajudar a trazer o carro para a trajetória correta.
Contudo, no Fastback o controle de velocidade de cruzeiro é do tipo convencional e não controla automaticamente a distância do veículo à frente - esse recurso, por exemplo, vem de série no T-Cross e funciona muito bem, embora não pare o veículo completamente, exigindo que o motorista pise no freio abaixo de determinada velocidade.
O VW tem todos os itens mencionados acima, com exceção do assistente de manutenção de faixa, e acrescenta à lista de itens de segurança a frenagem automática pós-colisão, o detector de fadiga e o bloqueio eletrônico do diferencial, que contribui para maior estabilidade nas curvas.
Além disso, o T-Cross tem freios a disco nas quatro rodas, enquanto o Fastback traz tambores nas rodas traseiras.
Em relação à segurança, o T-Cross está mais bem servido.
VENCEDOR
Considero o T-Cross um carro melhor do que o Fastback em termos de dirigibilidade e refinamento de rodagem, além de proporcionar mais conforto aos ocupantes. Dentre os SUVs deste duelo, o Volkswagen seria a minha escolha pessoal.
Contudo, quando levamos em conta os recursos que cada veículo oferece e o respectivo preço, a vantagem é do Fastback.
Além de trazer a maior parte dos itens que importam ao consumidor, o Fiat vai além ao oferecer um porta-malas gigante, um baita diferencial entre SUVs compactos em sua faixa de preço - sem contar o fato de que anda muito.
O maior custo-benefício do Fastback 1.3 fica mais mais claro quando consideramos que o T-Cross com preço mais próximo é o Comfortline, que custa R$ 150.590 e troca o motor 1.4 pelo 1.0 turbo de 128 cv e 20,4 kgfm.
A versão intermediária do SUV da Volks também perde a multimídia de 10,1 polegadas, substituída por outra, mais simples, com tela de 6,5 polegadas.
Se daqui a alguns meses o Fastback não fizer o sucesso esperado pela respectiva fabricante, o que afetará sua liquidez e seu preço de revenda, poderei até reavaliar minha opinião.
Ao menos nessa fase de lançamento, o interesse pela novidade é grande: a Fiat anunciou que mais de 5,4 mil unidades foram comercializadas nos dez primeiros dias de mercado do utilitário esportivo.
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