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Por que o novo antigo robô da Tesla não impressiona à primeira vista

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 08h00

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A Tesla apresentou uma novidade e tanto para os fãs da marca: um robô humanoide de aspecto avançado. É um clássico robô bípede, um tipo que se assemelha ao ser humano em postura e físico. Parece coisa de ficção científica até no nome: Bumble C, algo que fará os fãs de Transformers associarem a nova criação de Elon Musk ao personagem Bumblebee. Trata-se do estágio de desenvolvimento atual do projeto que surgiu com o nome Optimus, que, por sua vez, também faz uma referência aos filmes da saga.

Poderia ser algo disruptivo na indústria automotiva, porém, a verdade é que outros conceitos do tipo surgiram muito antes. Fabricantes japoneses enveredaram pelo caminho da robótica muito antes da Tesla. A Honda foi a que chamou mais atenção com o Asimo, seu simpático robô bípede que ganhou gerações diferentes desde dos anos 2000.

Por sua vez, a Toyota também entrou na tendência da robotização em 2005, quando apresentou a série Partner. Aliás, a marca também se destacou com o pequeno Kirobo, o primeiro robô a fazer parte de uma missão no espaço. Ele fez parte da tripulação da Estação espacial internacional, onde pronunciou as primeiras palavras ditas por uma tecnologia do tipo.

Os fundamentos são variados. Há robôs que são controlados remotamente por seres humanos, algo que é possível graças ao uso de um exoesqueleto e outros sensores, além do uso de óculos de realidade virtual. Também foram demonstradas capacidades curiosas, entre elas, jogar futebol ou tocar trompete.

Feita essa recompilação, o que tem de novo o robô da Tesla? Sem ter o design clean dos modelos japoneses - e também de outros fabricantes - o modelo foi apresentado no Tesla Day com um andar um pouco robótico. "O robô pode fazer muito mais do que nós mostramos hoje, nós só não queremos que ele caia de cara", disse Musk.

De qualquer maneira, foi uma apresentação capaz de amenizar um pouco a má impressão do robô apresentado no ano passado, uma criatura que não passava de uma pessoa vestida de robô.

Segundo a Tesla, a criação é orientada pelo mesmo sistema de sensores 360 graus usado pelos carros da marca. Na apresentação, foi possível ver a criação sendo usada nos escritórios do fabricante em Fremont, na Califórnia. Pequenas tarefas de organizar e entregar componentes ou regar as plantas mostram como é a visão do robô. No caso, o objetivo é demonstrar que ele pode ser uma solução para liberar seres humanos de tarefas repetitivas e chatas.

Mais do que apresentar um projeto revolucionário, a revelação serviu para criar um buzz, algo que Elon Musk domina como ninguém. O que chamou a atenção mesmo foi a intenção de lançá-lo no mercado em 2024, uma notícia que se somou ao preço projetado para o robô: cerca de 20 mil dólares, menos da metade do cobrado pelo carro mais barato da Tesla, o Model 3.

É algo que nenhum outro fabricante automotivo se comprometeu a fazer, uma vez que os projetos deles eram limitados aos eventos de robótica. Caso aconteça de fato, a revolução pode incluir o uso doméstico.

Musk adianta que todos os sensores, mecatrônica e baterias são tecnologias da própria Tesla. E também afirma que a criação da gigante tecnológica vai estar andando de maneira menos vacilante em cerca de duas semanas.

Todos os mecanismos podem ser escondidos por uma cobertura que, aparentemente, é de metal, uma solução que dá um aspecto de robôs dos antigos filmes de ficção científica.

O grande problema é que a Tesla está - e deve continuar por um tempo - muito atrás de empresas que oferecem a tecnologia para linhas de montagens e operações externas. A mais vistosa é a Boston Dynamics, cujo projeto Atlas é mais do que impressionante.

Embora não tenha a aparência totalmente humanoide, o Atlas vem sendo desenvolvido desde 2013. O projeto é feito em parceria com a DARPA (Defense Advanced Research Agency, ou Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa).

Para você ter uma rápida ideia, a última geração da criação é capaz de cumprir um circuito de parkour (aquela modalidade esportiva em que os corredores têm que superar obstáculos desafiadores). A DARPA é uma ilustre desconhecida para muitas pessoas, no entanto, você está lendo essa matéria graças a criação mais famosa deles: a internet. Outra solução igualmente famosa é o GPS.

O uso do Atlas é variado, espera-se que o robô seja usado em situações de emergência que poderiam ser fatais para seres humanos, como operações de resgate. Com capacidade de correr, sua movimentação vai além dos passos vacilantes da criação da Tesla.

Dado o histórico da DARPA e Boston Dynamics, o projeto pode ser um sucesso. Afinal, se você usa várias tecnologias desenvolvidas pela agência nos dias atuais, quem sabe o Atlas será mais uma? É melhor o Bumble C correr.

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