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Nem precisa soprar: como novo bafômetro não dá trégua a motorista que bebeu

Bafômetro com formato de bastão "dedura" motorista que consumiu álcool por meio de luzes; se for verde, condutor é liberado - Leandro Ferreira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Bafômetro com formato de bastão 'dedura' motorista que consumiu álcool por meio de luzes; se for verde, condutor é liberado Imagem: Leandro Ferreira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 04h00

Se você for parado em uma blitz de trânsito da Polícia Militar em São Paulo, possivelmente os agentes de segurança estarão utilizando um bastão cuja extremidade acende luz verde ou vermelha.

O equipamento, que parece ser uma lanterna, na verdade é um novo tipo de bafômetro que a corporação começou a utilizar nas fiscalizações de consumo de bebida alcoólica por condutores de veículos.

Diferentemente dos bafômetros convencionais, esse é do tipo passivo, ou seja, não requer o uso de um bocal descartável.

Nele, a pessoa pode soprar a distância e, segundo a fabricante do aparelho, tecnicamente é possível testar até indivíduos inconscientes - bastando aproximar o etilômetro da boca ou do nariz.

A PM-SP informa que, se o bafômetro não detectar presença de álcool no organismo do motorista, a luz verde é acionada. Caso o teste seja positivo, a luz vermelha se acende. Contudo, o dispositivo passivo não é suficiente para atestar a ingestão de álcool pelo motorista.

"Caso o teste apresente resultado positivo para alcoolemia, o condutor será convidado a realizar o teste do etilômetro 'propriamente dito' [definitivo, com o bocal descartável], conforme legislação em vigor", diz nota enviada pela Polícia Militar à reportagem de UOL Carros.

Bafômetro passivo - Divulgação - Divulgação
Bafômetro passivo não requer que motorista sopre diretamente no bocal do aparelho, mas teste não é definitivo
Imagem: Divulgação

Se houver confirmação do resultado preliminar, o condutor será autuado por dirigir sob o efeito de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência.

De acordo com a PM-SP, o CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) atualmente utiliza 228 bafômetros ativos e passivos - estes últimos são de três diferentes fornecedores, incluindo a fabricante do bastão que acende luz verde ou vermelha.

Combinar álcool com direção é infração gravíssima

Motorista se submete ao teste de alcoolemia; cidadão pode se recusar a fazê-lo, mas será punido mesmo assim - Divulgação - Divulgação
Motorista se submete ao teste de alcoolemia; cidadão pode se recusar a fazê-lo, mas será punido mesmo assim
Imagem: Divulgação

Trata-se de infração de natureza gravíssima, que gera multa multiplicada dez vezes, suspensão do direito de dirigir por 12 meses, segundo prevê o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Devido ao fator multiplicador, a multa chega a R$ 2.934,70. Além disso, a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) é recolhida e o veículo retido até a apresentação de outro condutor habilitado. Caso haja reincidência no período de 12 meses, a multa é dobrada.

Recusa ao bafômetro é um direito

O motorista tem direito a recusar o bafômetro, mas isso não significa que ele evitará penalidades. Pelo contrário: negar-se a realizar o teste do bafômetro resulta nas mesmas consequências previstas ao condutor cujo teste comprova a ingestão de bebida alcoólica.

Além disso, o condutor pode ser preso se o resultado for igual ou superior a 0,3 miligramas de álcool por litro de ar; se o exame clínico apontar valor igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue; ou se o motorista demonstrar sinais que indiquem que ele está sob o efeito de álcool. A detenção pode durar de seis meses a três anos.

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