AeroCivic: como o Honda mais feio do mundo tem consumo de 40 km/l
Estão circulando nas redes sociais imagens de um carro estranho, com traseira que lembra um barco, rodas cobertas e frente em forma de cunha.
Claramente, trata-se de um automóvel modificado artesanalmente, cuja carroceria original recebeu apêndices metálicos com acabamento, digamos, um tanto grosseiro - há rebites aparentes e amassados na lataria.
As fotos, na verdade, são frames de um vídeo publicado em maio do ano passado pelo youtuber Jay Drone, que flagrou a máquina estacionada na cidade de Hazleton, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Na gravação, o automóvel exibe sinais de desgaste e um adesivo na lateral traseira com o endereço de um site que revela muito da história do inusitado veículo.
Ao acessar a URL aerocivic.com, descobrimos que o AeroCivic é um Honda Civic CX 1992, cuja transformação teve início em 2006 pelas mãos de Mike Turner, seu proprietário e morador da Carolina do Norte.
A criação seria o Honda mais feio do mundo? Muitos internautas acreditam que sim.
Brincadeiras à parte, Turner conta que comprou o carro zero-quilômetro e decidiu customizá-lo em casa após a passagem do furacão Katrina pelo sul dos EUA, em agosto de 2005, que causou disparada nos preços da gasolina.
O objetivo era transformar o Civic em um campeão de baixo consumo e o caminho encontrado foi alterar a aerodinâmica do carro.
Gastando US$ 400 (cerca de R$ 2,13 mil) na época e inspirado no desenho eficiente de carros alemães da década de 1930, Mike Turner fez o sonho acontecer, mesmo sem conhecimentos técnicos aprofundados sobre o tema.
A maior parte do projeto foi realizada manualmente e a moldagem dos apêndices aerodinâmicos foi realizada inicialmente com plástico corrugado, posteriormente substituído por chapas de alumínio.
As alterações incluem, além da traseira que lembra uma embarcação, capas cobrindo as rodas, saias laterais, assoalho plano e o deslocamento dos retrovisores externos para o interior do veículo.
Essas e outras táticas foram adotadas para reduzir a resistência ao ar durante a condução do automóvel - mesmo sem um túnel de vento, o criador do AeroCivic estima que o coeficiente aerodinâmico foi reduzido dos originais 0,34 cx para 0,17 cx - nesse caso, quanto menor for o número, mais eficiente é o veículo.
O projeto incluiu a troca, no início de 2010, do motor original por outro, ajustado para funcionar com mistura pobre de combustível - ou seja, com uma proporção muito maior de ar na queima.
Cada gota conta
Com essas mudanças, somadas a táticas de "hypermileage", que são procedimentos ao volante para fazer o carro beber menos - como desligar o motor em semáforos, Turner informa que obteve consumo médio superior a 40 km/l com gasolina pura, sem adição de etanol, como acontece com o combustível comercializado no Brasil.
Para fins de comparação, o consumo médio do Civic original é de aproximadamente 16 km/l.
O inventor acrescenta que, nos primeiros seis anos de uso do AeroCivic, conseguiu economizar US$ 5.288 (cerca de R$ 28 mil) em gasolina.
Nada mau, considerando o alegado custo do projeto.
O UOL Carros tentou contato com Turner para saber por onde anda sua criação e se outras alterações foram realizadas no Honda nos últimos anos, mas até agora nossa reportagem não obteve retorno.
E você, o que achou do AeroCivic? Sua feiúra vale a economia de gasolina? Deixe sua opinião nos comentários.
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