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BMW X1: testamos a nova geração do SUV que chega ao Brasil em 2023

Divulgação
Imagem: Divulgação

Joaquim Oliveira

Colaboração para o UOL

21/10/2022 04h00

À medida que vai avançando nas gerações - essa é já a terceira - o X1 deixa de ser o SUV pequeno da BMW e passa a funcionar como carro da família. O novo modelo melhora em tudo: espaço, comportamento, motores e qualidade geral. Fomos dirigi-lo na Alemanha antes do início da sua produção em Santa Catarina e do início de vendas no mercado brasileiro, em 2023.

A importância do X1 fica evidente nos números de mercado (junto com o Série 3, os dois valem 25% do segmento premium no Brasil) e também, claro, pelo fato de ser um SUV de fabricação nacional, o que lhe permite apresentar um preço mais competitivo do que alguns de seus concorrentes.

Os atributos do X1 são variados, desde a sua carroceria com apelo global até o comportamento muito equilibrado em estrada, passando pelos competentes motores. Isso explica o sucesso desse modelo, que desde a sua primeira geração (lançada em 2009) já colocou mais de 2,7 milhões de unidades em circulação em todo o mundo.

Logo no primeiro contato visual se percebe que se trata de um modelo novo, começando pela grade maior e mais vertical, os faróis LED e a proteção traseira abaixo do para-choques, que confere ao novo X1 um aspeto mais robusto e preparado para sair da estrada.

O SUV de tração dianteira cresceu 5,3 cm em comprimento (2,2 dos quais no entre eixos), 4,4 cm em altura e 2,4 cm em largura, tendo a largura de eixos sido esticada em 3,1 cm, tanto na frente como atrás.

Por dentro as novidades são muitas, começando pela presença das duas telas de instrumentação (10,25") e info-entretenimento (10,7"), colocadas lado a lado e com um efeito curvo para melhorar a visualização, principalmente por parte do motorista. É o sistema operativo 8 que está entrando em todos os novos BMW apresentados desde 2021 e esse não é exceção.

Há conectividade mais rápida e sem fios, gráficos mais rápidos, novas funções de assistência ao motorista e, claro, menos botões físicos e mais funções controladas por toque na tela central, mas também por comandos vocais.

O seletor do câmbio foi igualmente substituído por um menor e mais baixo, o que ajuda também a tornar mais livre a zona entre os bancos dianteiros, onde existe uma ponte com estes poucos comandos, abaixo da qual tem uma zona muito ampla para colocar pequenos objetos.

Os materiais e a construção inspiram confiança pela qualidade de toque e ausência de ruídos quando passamos sobre maus pisos. Há dois tipos de bancos, os standard e outros mais esportivos (extra), que sujeitam melhor os corpos dos ocupantes, existindo também a opção de pedir estofamento em couro, com memória e programas de massagem (claro, com custo extra).

O aumento das dimensões beneficiou o espaço interior e volume do porta-malas. No primeiro caso, temos generoso espaço para as pernas dos passageiros da segunda fila, nada menos do que 75 cm.

E para quem quer ainda mais comprimento, é possível pedir uns bancos que avançam e recuam ao longo de uma calha de 13 cm, para criar mais espaço para pernas ou mais volume de porta-malas. Em altura, esse passageiro de 1,80 metros de altura ficou ainda com três dedos entre a sua cabeça e o teto mesmo sendo panorâmico, o que sempre rouba um pouco de espaço.

Quem se senta atrás beneficia de saídas de ventilação diretas, mas em compensação continua tendo que viver com um largo e alto túnel no piso ao centro, que prejudica a liberdade de movimentos e, principalmente, o passageiro central traseiro.

Os bancos traseiros têm uma partição de 40:20:40 e o porta-malas viu sua capacidade aumentar em 50 litros, variando agora entre 540 e 1.600 litros (nesse caso, com as costas dos bancos traseiros rebatidas), o que significa que está entre os mais amplos nessa classe. As formas são muito regulares, há compartimentos, rede, ganchos no piso e um ponto de luz para melhorar a funcionalidade do porta-malas, que conta com um fundo duplo amplo e portão traseiro de abertura e fecho elétricos.

A montadora bávara usa um chassis novo nesse novo X1, que acaba sendo uma mistura do que foi aplicado no Série 2 Active Tourer e no anterior X1, sua arquitetura de tração dianteira. A suspensão é independente nas quatro rodas (multibraços atrás) sendo os amortecedores variáveis, mas não eletronicamente.

O resultado deve ser elogiado, pois existe sempre um bom compromisso entre a estabilidade e o conforto, com prioridade para a primeira, mas sem exageros mesmo com essas rodas 245/45 R19 (as standard são de 18 polegadas, mas há também de 20 para as versões M Sport). A direção convenceu na plenitude por ser rápida e precisa.

Em Munique estavam disponíveis versões a diesel e gasolina, no caso a xDrive 23i que não será vendida no Brasil, mas acaba por ser a que mais se aproxima da 20i que estará no mercado brasileiro a partir de 2023. Ambas usam o motor quatro cilindros de 2 litros, só que o 23 tem 218 cv contra os 184 do 20i.

Além de permitir boas performances (como o sprint de 0 a 100 km/h em apenas 7,1 segundos), é um motor muito redondo, que responde com mais vigor a partir das 1700 rpm, mas que logo acima do regime de ralenti já dá muito bons sinais de vida, também com a ajuda do competente câmbio automático de sete velocidades de dupla embreagem.

E também da nova função "boost" colocada na borboleta do volante, que serve para dar um pouco mais de rendimento à motorização durante um tempo limitado, como explica Martin Eckhardt, responsável de desenvolvimento de motores na BMW: "a transmissão entra numa espécie de modo Sport e o motor trabalha numa rotação mais elevada para responder com mais rapidez aos toques no acelerador. Dura 10 segundos depois que o botão é apertado ou é interrompido antes se o motorista levantar o pé do pedal da direita".

O que se nota também é que, por ser uma motorização mild hybrid, o pequeno motor elétrico também ajuda as retomas de velocidade a serem mais instantâneas, ao mesmo tempo que contribui para reduzir os consumos.

No caso desse test-drive de 99 km, não terminamos com os 13,7 a 15,3 km/l homologados pela BMW, mas com 12,3 km/l, aceitáveis também considerando que dirigimos de forma mais dinâmica e com mais acelerações fortes do que no cotidiano se não estivéssemos avaliando o carro.

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