Só cortar o teto? Saiba como transformar seu carro em um conversível
Carro conversível é um dos ápices quando falamos de status e experiências ao volante. Não há nada parecido com a possibilidade de ir do ponto A ao B com os cabelos ao vento. Devido a esse glamour, a moda dos conversíveis está voltando. Em entrevistas com especialistas, eles destacam que o mercado está apresentando essa tendência.
Também tem o reverso da moeda. Os conversíveis igualmente servem ao trabalho. Podemos ver catadores cortando os tetos dos carros para aumentar a capacidade de transporte. Normalmente, são carros mais maltratados, e não se encontram dentro da regularidade.
O ponto é que, além de caros (quando originais de fábrica), os conversíveis não podem ser criados com tanta facilidade. Em tese, se você cortar o teto do seu carro, pronto, você já terá transformado ele em um conversível. E é o que muitos fazem, sem saber que estão expondo os outros e a si mesmos ao perigo.
O UOL Carros conversou com especialistas no assunto, que não só nos disseram isso, como também o quão difícil é transformar um que possa ser legalizado. Entramos em contato com Bruno Almeida, que é diretor e influenciador da oficina de restauração Trocar Autos Antigos.
Segundo Bruno, quando o teto e as colunas do carro são cortados, perde-se boa parte da rigidez estrutural, imediatamente. E essa é justamente a condição dos engenheiros do Inmetro para o carro ser homologado, após rigorosos testes que o órgão realiza para grandes transformações (como as dos carros que viraram conversíveis).
"O Inmetro exige a homologação dos projetos. O processo envolve as oficinas e os engenheiros do órgão que, durante a fase de desenvolvimento dos protótipos, fazem a aferição de rigidez, peso e torção dos carros. Por isso, é preciso estudar muito sobre onde serão colocados os reforços estruturais, antes mesmo do teto e das colunas serem cortados", afirma o especialista.
"Leva muito tempo e muito investimento para uma oficina conquistar a homologação, que é dada apenas para veículos similares ao protótipo que foi aprovado. Ou seja, se a oficina ganha a certificação para fazer um Fusca conversível, isso não permite que ela crie carros que não sejam Fuscas. Por isso que, atualmente, nós só temos autorização para transformar esses carros e o Karmann Ghia", complementa.
Perguntamos para Bruno sobre clientes com outros modelos. "Muitos chegam pedindo para nós aceitarmos outros carros, mas não valeria a pena para a nossa oficina encarar todos os custos de desenvolvimento e renovação das certificações quando são carros que não têm uma procura que justifique. Hoje em dia, o VW Fusca é o nosso carro-chefe. Seus donos nos procuram tanto que só temos agenda para dezembro do ano que vem", diz.
Ainda durante a conversa, relembramos de empresas que transformavam qualquer outro carro. Mas, como bem destaca o especialista, elas desapareceram. E o motivo é, justamente, a exigência do Inmetro para o 'CAT' (Certificado de Adequação a Legislação de Trânsito), que entrou em vigor há menos de uma década.
"Quem tem esses carros conversíveis pré-CAT, feitos por essas empresas mais antigas, não terá problemas com as autoridades. A partir do momento em que a nova regra entrou em vigor, é necessário ter o CAT. Caso contrário, o carro pode ser confiscado e é difícil de tirar do pátio. Nesse sentido, o Brasil é até mais rigoroso do que vários outros países, o que também explica a procura dos estrangeiros pelos nossos serviços", comenta o diretor da oficina.
"Antigamente, víamos vários acidentes ocorrerem pelo fato dos transformados em conversível se envergarem, torcerem e até abrirem a porta. O principal é que o conversível não seja meramente um carro com o teto cortado. Ele tem que poder ser convertido em um carro sem o teto, mas preservar as mesmas qualidades do carro com o teto, além de receber a capota novamente", salienta.
Quando perguntamos o quanto, em média, a Trocar Autos Antigos cobra para transformar um VW Fusca em conversível, e quanto tempo leva, Bruno nos respondeu:
"O mínimo que sai é R$ 35 mil, quando o Fusca está em bom estado de conservação. O serviço engloba corte, remoção do teto, a certificação nacional do CAT, vidros e reforços das estruturas. O serviço leva de 5 a 6 meses. Mas tem clientes que já gastaram mais de R$ 200 mil com a gente na transformação do Fusca", afirma.
Entretanto, há soluções alternativas e bem mais em conta para não desfazer esse que é um sonho de muitos. O carro conversível (que tem as colunas modificadas) não é o único tipo de carro descapotável. Há também os Targas e os Ragtops, que não necessitam de alterações estruturais tão profundas e, por isso, não precisam do CAT.
"A procura também é grande para fazer desde um teto solar no carro, até um teto Ragtop ou transformação para a carroceria targa, justamente porque não é tão caro, e pode ser realizado em todos os carros. Essas alterações não mexem nas colunas e/ou em outras partes da estrutura e não exige a certificação das empresas homologadas pelo Inmetro", segundo Bruno.
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