Carro "Highlander": quando você pode rodar após sofrer um acidente
Sofrer um acidente de trânsito costuma ser algo bem traumático. Tão ruim quanto isso é o pós-acidente. Em pouco tempo e em meio ao estresse, o condutor precisa lidar com o bem-estar dos que estão a bordo, avaliar se há outros envolvidos, as condições da via, do carro, e a segurança do local. Como agir nessas horas?
Se tiver qualquer vítima, claro que a prioridade é a obrigação do condutor de prestar socorro. Além disso, se os danos causados pela colisão não impedirem o carro de rodar, a primeira providência a ser tomada é retirá-lo da via. Se não fizer isso, além do prejuízo com a batida, você ainda corre o risco de levar uma multa de R$ 130,16 e ganhar 4 pontos na carteira
Se não há outros envolvidos, a situação pode variar. O local pode ser perigoso e o carro pode não estar totalmente em ordem. Daí valeria a pena arriscar seguir viagem?
"Se houver qualquer colisão, é preciso avaliar o que pode ter sido danificado. Por exemplo, se vazou muita água e/ou tiver muito vapor d'água saindo pelo capô, é melhor nem tentar continuar. Se há um rastro ou poça de óleo no chão, também não", disse Alexandre Barros Pinho, proprietário da oficina mecânica e funilaria WTC Express.
"Se o carro estiver muito "amarrado" para rodar, também é aconselhável não insistir, pois pode forçar componentes da transmissão", completou.
Quando prosseguir não é uma boa ideia, ligue para um guincho. Mas, e quando vale a pena tentar continuar, ou pelo menos sair de uma região que pode ser perigosa? "Em casos onde o carro está trepidando e/ou puxando demais, também é aconselhável ficar onde estiver. Por outro lado, se apresentar esses sintomas, mas não muito intensamente, pode valer a pena o risco de tentar seguir com a viagem", diz.
Entre outras inúmeras possibilidades de incidentes, há situações em que o carro sofreu danos severos de funilaria só que, de repente, nenhum dano mecânico é detectado. De repente, a carroceria do carro está toda amassada, podendo até a estrutura ficar empenada e ter os airbags estourados. E quando isso ocorre?
Segundo Alexandre Barros: "do ponto de vista da mecânica, se não há anomalias ao volante e nem após uma primeira averiguação, o condutor pode até tentar seguir viagem, sem que isso agrave a integridade das peças", salienta.
"É possível, também, dirigir com o airbag estourado, a não ser que seja um carro que não permita ser religado após o incidente. Entretanto, muito provavelmente o carro terá se tornado muito imprevisível e perigoso para dirigir", complementa.
Há casos muito bizarros no Brasil, como o do famoso "CarangUno". Trata-se de um Fiat Uno Mille que sofreu um forte acidente na região da coluna traseira, que levou tudo o que tinha no caminho (inclusive a roda traseira do passageiro) para o meio do carro. E, sabe-se lá como, conseguiu continuar em movimento.
Em um caso como esse, tamanho o prejuízo do acidente em si que não é preciso se preocupar muito com o que poderia ser maléfico para o carro. Entretanto, além do perigo que carros como o "CarangUno" representam para si e para os outros da via, as autoridades são orientadas a recolherem carros assim, logo que flagrados.
Conforme o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), no parágrafo 18 do artigo 230, qualquer carro rodando em péssimo estado de conservação, que comprometa a segurança, ou que esteja reprovado na avaliação de inspeção de segurança, está cometendo infração grave.
Com isso, a multa será de R$ 195,23, o condutor levará 5 pontos na carteira, terá o veículo apreendido e terá de arcar tanto com a remoção, quanto com os custos do pátio, além da regularização.
Ou seja, depois do acidente, é importante pensar na ordem em que os fatos devem proceder. Depois de possíveis vítimas, o que mais importa é se manter em segurança. Quando isso também já está resolvido, após avaliação do veículo, deve-se colocar na balança os demais riscos. Além dos custos envolvidos no acidente de carro, decisões erradas podem deixar a situação ainda mais cara e ser motivo para muita dor de cabeça.
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