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Quebra de asa: como desafio transforma caminhões em máquinas de matar

Do UOL, em São Paulo

06/11/2022 04h00

Uma brincadeira polêmica tem provocado autoridades de trânsito por todo o país. O nome "quebra de asa" pode não sugerir muita coisa, mas se trata de uma manobra perigosa praticada por alguns caminhoneiros. Ela consiste em jogar o veículo de um lado para o outro nas estradas, onde é possível atingir velocidades mais elevadas.

Quando realizada, a manobra faz com que a traseira do caminhão perca o controle e/ou provoque o levantamento das laterais do veículo. Os caminhões são pensados para a capacidade de carga, mas pouco para a realização de movimentos bruscos, como os da "quebra de asa". Logo, os acidentes que já ocorreram devido a este desafio foram muito catastróficos.

Ainda que o veículo não se envolva em um desastre, os movimentos de chicote e de projeção lateral provocam uma forte torção estrutural. Com isso, diversos componentes se desgastam de forma extrema. Entre eles, os pneus, a suspensão e o pino-rei, que é o principal responsável por engatar a carreta na quinta roda do caminhão. Além da grande probabilidade de causar desalinhamento e danos às mercadorias.

O condutor que for flagrado cometendo essa infração, considerada "direção perigosa" (artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro), poderá ser duramente penalizado. A infração é gravíssima e gera multa multiplicada 10 vezes, chegando a R$ 2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir. Há, ainda, a medida administrativa de recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Acidente com quebra de asa - Divulgação - Divulgação
Acidente com quebra de asa
Imagem: Divulgação

Por se tratar de uma infração auto suspensiva (que suspende o direito de dirigir independentemente da quantidade de pontos registrados na CNH), o tempo que o motorista deverá permanecer sem poder dirigir pode variar de 2 a 8 meses. Caso haja mais de um caminhão fazendo disputa de manobras, a punição aumenta por ser considerado envolvimento em racha, culminando em uma pena de 6 meses a 2 anos de prisão.

E casos de prisão realmente ocorrem. Em maio deste ano, por exemplo, um condutor foi flagrado na rodovia estadual BA-160 por motoristas, que o denunciaram para a polícia. Os militares realizaram a abordagem e prenderam o infrator, depois de atingir um motociclista que caiu da moto.

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