Fuja do prejuízo: veja problemas no carro que custam fortunas para arrumar
Manutenção é algo delicado. Há questões muito importantes quando o carro apresenta um problema. Por isso, antes de tomar decisões, é importante saber os melhores caminhos. O primeiro ponto é entender que a revisão preventiva é sempre melhor do que algo corretivo, já que a conta costuma ser mais alta quando ocorre uma quebra.
Entretanto, tem horas em que não é possível fugir de um prejuízo "doloroso" para o bolso. Há peças que sempre serão caras e serviços em que os custos com a mão de obra terão custos mais elevados.
Qualquer problema no bloco ou no cabeçote gera complicações relevantes. Os componentes internos do motor costumam ser delicados e/ou demandam muita precisão durante o funcionamento. Quando algum deles se desgasta, é fácil que isso leve à perda de sincronismo entre as peças.
E como se movimentam com muita rapidez e/ou lidam com grandes forças, é fácil que a falha se torne catastrófica. Além disso, o tempo gasto para o desmonte das peças e a qualificação da mão de obra, encarecem ainda mais o orçamento.
Mesmo em carros populares, é fácil que um reparo no motor ultrapasse R$ 2.000, quando é algo simples. Pode até mesmo encostar nos R$ 10.000, quando é preciso trocar componentes internos mais relevantes, até mesmo o próprio bloco. Esses cenários graves são causados por calço hidráulico (quando fluidos inundam os cilindros), problemas severos de lubrificação e de arrefecimento.
Entre os itens básicos de manutenção preventiva, estão a revisão e a troca da correia dentada. O componente dura entre três e cinco anos ou cerca de 50 mil km rodados, conforme a maioria dos manuais. O kit completo, que vem com correia e tensor, custa cerca de R$ 100 para muitos carros com motor 1.0.
Consultamos Alexandre Barros Pinho, proprietário da oficina mecânica e funilaria WTC Express, para saber quanto custa para trocar uma correia dentada. O tempo gasto com esse reparo é o que mais eleva o preço do serviço. Muitos carros não chegam a R$ 1.000, mas, segundo ele, tem um carro ou outro que oferece trabalho extra para a realização.
Um dos exemplos citados pelo especialista é a motorização 1.6 16v da Peugeot/Citroën, que sai por R$ 1.500, quando somados peças e mão de obra. É bastante dinheiro, mas, ainda assim, é melhor arcar com esse gasto do que esperar pela sua quebra.
Isso porque o componente é o único que impede o colapso imediato do motor, mesmo quando todo o resto está em ordem. Se isso ocorrer, o valor se multiplicará algumas vezes na hora de fechar a conta.
O próximo problema que vamos falar é completamente comum e não desastroso, mas também custa caro para arrumar. Em carros com câmbio manual, o kit de embreagem precisa ser trocado, em média, a cada 50 mil km, quando o carro é mais utilizado na cidade.
Apesar do kit completo não passar dos R$ 500 (em carros 1.0), é preciso desmontar a caixa de câmbio para a substituição. Segundo Alexandre, os custos com a mão de obra podem variar entre R$ 800 e R$ 1.400, dependendo do carro. Junto a tudo isso, pode ser solicitado o passe no volante do motor.
Panes elétricas também podem ser bem complicadas. Ainda conforme o especialista, conserto de chicotes elétricos, que exigem mão de obra especializada, costumam pesar no orçamento. E ainda que a queima de uma central eletrônica importante para o carro não seja algo tão comum em seu dia a dia na oficina, uma vez que ocorre, também acaba saindo caro.
Quando há esse tipo de problema com módulos como os de injeção, além dos custos com os componentes eletrônicos (que podem incluir a caixa de relês, em caso de curto-circuito), pode ser preciso chamar um chaveiro para adequar o novo aparelho com a chave do carro. Sem isso, o carro simplesmente não vai funcionar. Ao somar tudo, a conta pode facilmente ultrapassar os R$ 1.000, até mesmo em carros populares.
Está com bolha no pneu? Muito cuidado. Um pneu aro 14 custa menos de R$ 500, mas quando estoura, além da perda inevitável do componente (que já estava condenado pela bolha), a roda pode ser danificada.
Não só ela, como também componentes da carroceria podem ser afetados, caso estilhaços saiam do pneu (principalmente quando o carro está viajando em velocidades mais elevadas). Pode ser necessário trocar peças como o para-lama e os para-choques. Fora os perigos da perda de direção.
Saindo dos carros mais simples, Alexandre também relembra de um problema extremamente comum em carros com injeção direta, que é a obstrução dos bicos injetores. Os carros que os utilizam são muito sensíveis ao combustível de má qualidade, ou seja, podem precisar do serviço de limpeza dos componentes com alguma frequência. O exemplo do especialista é o custo para os Volkswagen: R$ 1.000.
Agora chegamos ao que é realmente caro para os donos dos carros. Há um ditado interessante que diz que "não há nada mais caro do que um carro de luxo barato". Não é difícil encontrar modelos da Land Rover, Audi, BMW, Mercedes e Volvo por preços bem acessíveis (para a categoria deles) nos classificados. Mas esses estão entre os principais exemplos de "armadilhas automotivas".
O motivo para isso é simples: o carro deprecia, mas o preço das peças e a qualificação necessária para a mão de obra, não. Na época em que esses carros premium custavam caro (tal como as suas peças de reposição), só quem tinha maior poder aquisitivo poderia ter e manter.
Passados alguns anos (normalmente mais de dez), tornam-se carros que o "rico" deixa de querer, o que derruba os preços de mercado. Diante disso, mais pessoas podem comprar o carro, mas como os custos das peças sempre serão equivalentes à época em que eram novos e caros, o valor do reparo se aproxima ao do próprio carro. Isso leva a novas ondas de depreciação do carro, mas não das peças, e assim por diante.
Alexandre deu um exemplo bem representativo para essa questão. Para trocar uma correia dentada de uma Land Rover Discovery 3 (que pode ser encontrada nos classificados por preços entre R$ 45 mil e R$ 60 mil), o custo do serviço pode chegar aos R$ 10 mil. Este, que é apenas um reparo normal para qualquer carro, pode chegar a representar 20% do valor do veículo no mercado.
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