Copa 2022: por que carro mais vendido do Qatar é o preferido de terroristas
Sede da Copa do Mundo de 2022, o Qatar, com cerca de 3 milhões de habitantes, tem um mercado automotivo minúsculo na comparação com o brasileiro.
No ano passado, o pequeno pais do Oriente Médio registrou a venda de aproximadamente 46,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus zero-quilômetro - contra mais de 2,1 milhões no Brasil no mesmo período.
A Toyota é de longe a marca preferida da população, com mais de 30% de participação de mercado, e há alguns anos o modelo novo líder em número de emplacamentos no país asiático é o Land Cruiser.
O SUV "raiz" da marca japonesa é conhecido por sua robustez e essa é uma das razões de sua predileção por grupos radicais islâmicos como o Talibã, que reassumiu o controle do Afeganistão em 2021.
O Qatar já foi acusado por países vizinhos de apoiar células terroristas - algo que o governo local nega.
Toyota tenta controlar vendas
Ao lançar a atual geração do Land Cruiser em agosto do ano passado, no Japão, a Toyota tomou medidas para dificultar que o SUV pare nas mãos de governos ou movimentos associados ao terrorismo.
A fabricante solicita que os respectivos compradores assinem um termo no qual se comprometem a não revender o modelo no prazo de um ano.
Por meio de comunicado divulgado em 2021 a órgãos de imprensa, a companhia demonstrou preocupação com a possibilidade desses veículos serem exportados "para certas regiões onde existem regulamentações de segurança", com restrições comerciais junto à comunidade internacional - como países que abrigam grupos terroristas.
"Estamos cientes de que, se um concessionário Toyota for investigado por suspeita de envolvimento na violação da Lei de Comércio Exterior, seria um grande problema não apenas para o revendedor autorizado quanto para a própria Toyota. Essa medida foi tomada com base na recente situação global e nas características do Land Cruiser", diz o comunicado.
Por que terroristas preferem o Land Cruiser
Em reportagem publicada no mês de novembro de 2001, pouco após os Estados Unidos invadirem o Afeganistão para depor o governo do Taleban, que agora está de volta ao poder, o "The New York Times" abordou a "predileção" dos líderes do grupo extremista pelo Land Cruiser - enquanto os "soldados" preferiam a Hilux.
Cinco anos antes, o grupo islâmico havia invadido a capital Cabul usando tanques e também unidades modificadas desses dois modelos - que também são usados por outras associações terroristas, como a Al Qaeda de Osama bin Laden.
"Land Cruisers são confortáveis, climatizados e confiáveis, bem como têm grandes tanques de combustível, qualidades muito valorizadas no clima desértico. Além disso, da mesma forma que a Hilux, são bons para transportar um grande número de pessoas e de armamentos. As picapes também são plataformas ideais de intimidação e coerção".
Na época, o jornal questionou a Toyota sobre como os veículos foram parar no Afeganistão - considerando que, após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo dos Estados Unidos já impunha pesado embargo econômico ao país do Oriente Médio, por supor que o Talibã estaria dando abrigo a Bin Laden - apontado como o mentor dos ataques em solo norte-americano.
A Toyota informou que não dispunha de um canal de vendas ou distribuição naquele país e que, exceto por um Land Cruiser exportado legalmente em 1997 para o território afegão, todos os demais vistos em fotos e vídeos da época teriam chegado ao Afeganistão por "canais não oficiais" - ou seja, via contrabando.
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