BMW lança seu 1º elétrico esportivo no Brasil; veja preços e impressões

A BMW começou a vender no Brasil o seu primeiro carro elétrico esportivo, o i4 M50. O modelo, um quatro portas com estilo de cupê (que a marca chama de Grand Coupé), tem alguns componentes preparados pela divisão Motorsport. Seu preço sugerido é de R$ 596.950.

Esta, no entanto, não é a única versão do i4 no mercado nacional. A BMW lança também a de entrada, eDrive40, que custa R$ 100 mil a menos e traz apenas um motor elétrico, ante os dois do M50. Apesar de ter detalhes visuais da divisão Motorsport, a configuração mais simples não traz preparação esportiva.

O visual lembra muito o do Série 3 tanto interna quanto externamente. Porém, o i4 não divide plataforma com o sedã, de acordo com informações da BMW. Conforme a marca, ele traz uma base nova, desenvolvida exclusivamente para o modelo.

O i4, no entanto, não representa a mesma revolução visual e tecnológica do SUV IX, um carro que é a melhor visão do futuro disponível no presente. O novo sedã-cupê parece mais uma versão elétrica de um automóvel a combustão. Ainda assim, além de eletrificado, também investe alto na conectividade.

Design e interior

A grade frontal é fechada, como em todos os carros elétricos. Ela tem o formato de duplo rim da BMW em uma versão bem grande, algo que está se tornando comum nos carros da marca. Essa solução visual é vista em modelos como Série 4 e M3.

Abaixo da grade há entrada de ar aberta, mas não para o motor, e sim para outros sistemas do carro. Os faróis são full-LEDs. Nas laterais do para-choque há uma abertura, que empurra ar em direção às rodas. Esta é uma solução aerodinâmica para melhorar a eficiência energética.

As duas diferenças visuais entre as versões do i4 são a grade frontal e as rodas. Estas também são aerodinâmicas e têm pinças de freio na cor azul da divisão Motorsport, além de 19 polegadas. Lateralmente, o carro de 4,78 metros lembra um sedã. Mas, na comparação com o Série 3, tem a coluna C mais rebaixada e uma traseira menos pronunciada.

Atrás, há inscrições com os nomes do carro e da versão. O porta-malas é generoso, com 470 litros. Diferentemente do Série 3, o i4 não traz estepe que compromete a capacidade do compartimento.

Característica típica dos cupês, as portas não têm moldura. O acabamento interno usa vários tipos de alumínio, com destaque para o material trabalhado que reveste os painéis. Como no IX e, agora, no Série 3, painel de instrumentos e central multimídia estão em uma tela curva dividida em dois elementos.

A do painel tem 12,3" e a do multimídia, 14,9". Esta é sensível ao toque e comanda quase todas as funções do carro. Porém, ao contrário do que ocorre no IX, ainda há muitos botões físicos no i4, concentrados no console central. Entre eles, para acionamento dos modos de condução e de funções do sistema de entretenimento.

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Equipamentos

A central multimídia do i4 tem sistema de inteligência artificial nativo e também o assistente Alexa, da Amazon. Por meio dele, clientes que têm automação em sua casa podem comandar a residência remotamente - solicitando funções como abrir as cortinas, acender a luz ou ligar o ar-condicionado, por exemplo.

Já o assistente nativo vai aprendendo os hábitos do dono do carro. De acordo com a BMW, se ele sempre abre o vidro ao entrar com o i4 pelo portão de casa, por exemplo, a tecnologia passará a fazer isso automaticamente, com o tempo.

Outro recurso do i4 que usa inteligência artificial é o sistema de recuperação de carga. A tecnologia tem diversos níveis de desaceleração para regenerar a bateria (do baixo ao alto). Já no modo adaptativo, ele pode tanto trabalhar na regeneração quando acionar a função "velejar". Isso de acordo com as condições de tráfego.

Se identifica que o i4 está em uma situação de trânsito, por exemplo, a recuperação será acionada. Mas se o carro está com pista livre e velocidade constante, entra em ação a função "velejar". Esse modo poupa a bateria, pois pode desativar o motor e manter o carro em movimento por alguns momentos. É também conhecido como "coasting" e típico de automóveis com sistema híbrido leve.

São diversas as tecnologias de assistência à direção. Entre elas, há frenagem autônoma de emergência, leitor de faixas com correção e centralização e controlador de velocidade adaptativo com função "stop" - em uma situação de trânsito intenso, pode voltar a movimentar o carro sem interferência do motorista.

O porta-malas com abertura elétrica tem vários níveis de ajuste de altura na tampa. Eles são feitos por meio de uma entrada na central multimídia do i4. Já o sistema de som é da marca premium Harman-Kardon.

Autonomia e recarga

De acordo com a BMW, o i4 eDrive40 tem 590 km de autonomia. Já o M50 pode rodar 510 km a cada recarga da bateria, que tem capacidade bruta de 84 kWh.

O i4 vem com dois carregadores. Um deles é um Wallbox que pode atingir até 22 kW, dependendo do tipo de instalação. O carregamento do i4, porém, é só até 11 kW no modo lento (AC). No entanto, a BMW pretende fazer mudanças para que, em breve, este e outros carros elétricos de sua gama possam ser carregados a 22 kW.

O outro carregador é portátil e tem até 11 kW. Com essa corrente, a recarga completa leva 10 horas e 43 minutos, de acordo com a BMW. Já em corrente rápida (DC), são 31 minutos para levar a bateria de 10% a 80% em uma estação de 200 kW. Em uma de 300 kW, o mesmo processo leva 19 minutos.

Desempenho

A versão testada foi a M50. O modelo tem suspensões do Série 3, mas retrabalhadas para entregar mais esportividade - e também se adequar às demandas de um modelo elétrico. As bitolas ficaram maiores, com 26 mm no eixo dianteiro e 12 mm no traseiro. Isso foi feito para aumentar a rigidez longitudinal e transversal da estrutura.

Atrás, a suspensão é a ar. Além disso, usa sistema adaptativo da divisão Motorsport, com amortecedores ajustáveis. No modo de condução esportivo (Sport), a dirigibilidade do i4 é de um verdadeiro BMW, com respostas muito precisas da direção e firmeza em curvas.

Já no modo confortável, o modelo se torna mais dócil ao rodar. Os dois motores elétricos do M50 geram 544 cv de potência e 81,2 mkgf de torque. A curta avaliação do i4 foi focada no sistema de controle de largada, que permite levar o modelo ao extremo da aceleração e coloca em evidência o poder de seu torque elétrico.

O que isso significa? Diferentemente do que ocorre em motores a combustão, em elétricos não é preciso atingir uma determinada rotação para ter o torque máximo. Ele já está disponível a partir do momento em que o condutor começa a pisar no pedal do acelerador.

O resultado é uma aceleração brutal, principalmente no início do processo. Depois, ela tende a ficar mais gradual - e menos impetuosa. De acordo com informações da BMW, o i40 M50 acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. A velocidade máxima é de 225 km/h.

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