Morte de Pelé: paixão por carros começou aos 16 e ia de Fusca a Mercedes
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu hoje (29) em São Paulo (SP) aos 82 anos em decorrência de complicações de um câncer no cólon. O ex-jogador de futebol estava internado havia cerca de um mês no Hospital Albert Einstein, na capital paulista.
Além de deixar o seu legado como um dos maiores atletas de todos os tempos, o ex-craque do Santos e da Seleção também será lembrado pelas muitas histórias envolvendo carros.
Uma das mais recentes é de 2014: antes de a Seleção Brasileira levar 7 x 1 da Alemanha na Copa daquele ano, o tricampeão do mundo protagonizou um comercial da Volkswagen que pareceu uma premonição do fiasco.
Na propaganda, ele se passa por ministro do Esporte e apela aos jogadores alemães que "peguem leve" contra o Brasil; o pedido não foi atendido...
"Nós, brasileiros estamos aguardando o torneio mais importante de futebol no mundo, em nosso país. Já imaginaram o que seria para nós não ganhar esse torneio? Então, minha solicitação é a seguinte: joguem um pouquinho menos. Em meu nome, quero agradecer a sua compreensão e desejo uma boa sorte para vocês em 2018".
No final, saiu dirigindo um VW Up,.
Pelé e seus carros
A história de Pelé com carros começou em 1956: quando tinha somente 16 anos, ganhou um Fusca pelas mãos de Walter Herbert, que era gerente de um galpão da Volkswagen em Santos. Aquele ano também marcou a chegada de Pelé ao Santos Futebol Clube.
Em 1958, já com reconhecimento mundial após a conquista da Copa aos 17 anos, ganhou um Romi-Isetta em Bauru.
Outro carro icônico em sua história foi o Aero Willys 2.600, sedã de luxo bastante desejado nos anos 60. Pelé foi o proprietário da primeira unidade produzida. O carro também foi dado como prêmio pela conquista pelo Brasil da segunda Copa do Mundo em 1962, no Chile.
Entretanto, o que mais enchia os olhos do craque era seu Mercedes-Benz. Em 19 de novembro de 1969, no Maracanã (Rio de Janeiro), completou o milésimo gol.
Diante disso, em 1972, o empresário alemão Roland Endler, ex-diretor do Bayern de Munique e fornecedor de eletrodos para a Mercedes-Benz, presenteou seu amigo, o rei Pelé, com um Mercedes-Benz 280 SE. O automóvel chegou ao Brasil em 1974, que também era o ano/modelo do carro.
Mas vejam que interessante a história desse exemplar que foi de Pelé. Foi vendido pouco tempo depois pelo jogador, mas, em 2004, quando o milésimo gol completou 35 anos, a Mercedes quis devolvê-lo a Pelé. A missão foi difícil, já que o carro havia passado por 18 donos desde então. Mas a fabricante achou a pessoa que tinha comprado o modelo pela última vez.
O automóvel recebeu restauração na antiga oficina de automóveis da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo. Um time de dez pessoas foi convocado para o restauro do automóvel, que abrangeu 95% de suas peças.
A equipe tirou a pintura, funilaria, mecânica. Somente a parte principal do monobloco não foi restaurada. Refizeram algumas partes na própria oficina, como a caixa de ar lateral abaixo das portas, feita a mão.
A cor verde metálica é a original, assim como o rádio. Revestimentos internos e a antena foram trazidos da Alemanha. O serviço levou cerca de um ano e o automóvel foi devolvido ao Pelé como um zero-quilômetro.
Fusca na Copa de 1970
Outro acontecimento auto foi o VW Fusca 1970, dado pelo então prefeito de SP Paulo Maluf a jogadores e comissão técnica da Seleção, como prêmio pela conquista do tricampeonato mundial na Copa do México.
Ao todo, foram entregues 25 carros em cerimônia realizada no Parque Ibirapuera, na capital paulista.
O jornal "Folha de S.Paulo" publicou o seguinte sobre os presentes, em 21 de julho daquele ano:
"Os automóveis traziam sobre o porta-malas uma dúzia de rosas vermelhas cada um. No para-brisa traseiro, além do emblema da concessionária, havia um plástico com os dizeres: 'Brasil, ame-o ou deixe-o'".
Detalhe: o dinheiro usado para a compra dos Fuscas (todos na cor verde-musgo) veio dos cofres públicos, algo que causou muita polêmica na época e rendeu condenação contra Maluf - posteriormente anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na época, 10 dos 17 vereadores de São Paulo aprovaram uma lei pedida pelo prefeito Paulo Maluf que determinava a liberação de CR$ 315 mil para a compra dos carros (ou algo em torno de R$ 4 milhões no dinheiro de hoje).
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