Não é só beleza: visual ajuda a definir se seu carro é mais ou menos gastão
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Há muitos que apreciam e compram carros pela beleza do seu visual. O que poucos sabem é que, para além da estética, as linhas, curvas, formas e superfícies da carroceria têm função de aprimorar a eficiência. Além da preocupação da engenharia sobre a quantidade e o peso dos componentes, o desenho é outro aspecto bastante importante, por conta da aerodinâmica.
- Quanto mais aerodinâmico o carro, mais econômico será, à medida que aumenta a velocidade.
- Outra vantagem é o menor esforço do motor para atingir a velocidade final do veículo.
- O objeto ou corpo conhecido que possui o coeficiente aerodinâmico (Cx) mais próximo do ideal é a gota d'água.
- Seu formato é resultado de uma moldagem pelo próprio ar, o que significa que a resistência aerodinâmica será a menor possível.
- Em números absolutos, a gota d'água tem um cx de 0,05 (quanto menor, melhor flui pelo ar).
- Os carros, por sua vez, têm coeficientes que ficam em torno dos 0,3 (Cx).
- Até o dia de hoje, o carro de produção mais aerodinâmico é o Volkswagen XL1, com 0,199 (Cx).
Beleza vs aerodinâmica
Mesmo aos olhos do leigo, só de olhar para a aparência do VW XL1, dá até para entender como pode ser tão aerodinâmico, não é mesmo? O ponto é que não necessariamente há uma relação direta entre beleza e eficiência (e, talvez, o Volkswagen seja a prova disso).
Quer um exemplo? Selecionamos dois Mini Cooper, do mesmo ano (no caso, 2020). Um deles é a versão esportiva John Cooper Works, enquanto a outra é a versão S (uma abaixo).
Ambos são carros muito parecidos (com exceção a alguns adereços externos e internos), utilizam a mesma plataforma e o mesmo conjunto mecânico. O John Cooper tem 0,34 (Cx) e o Cooper S tem 0,33 (CX). O que explica isso? Esses adereços que fazem o Mini topo de linha serem mais bonitos também comprometem o arrasto com o ar.
Vale uma ressalva. Itens como saias laterais, aerofólio, difusores e entradas de ar, além de contribuírem para a beleza, também têm a função de aprimorar a estabilidade e a capacidade de refrigeração, ainda que comprometam a aerodinâmica.
Tamanho é documento?
Tamanho também é relevante, pois quanto maior o carro, maior costuma ser a sua área frontal. Mas jamais podemos cravar que todo carro grande terá mais arrasto com o ar do que seu equivalente pequeno. Prova disso, ainda falando de Mini, é que a sua versão SUV Countryman tem 0,32 (cx), menos do que os seus "irmãos" menores. Claro que a área frontal também é determinante para que se defina o arrasto total.
Quanto maior a traseira, melhor?
Outro fato curioso é que os sedãs tendem a ser mais aerodinâmicos do que os hatches. Sabe o motivo? A traseira reta dos hatchbacks tende a criar turbulência, o que afeta o deslize do carro pelo ar. Os sedãs já não têm esse problema, uma vez que a caída da coluna C ajuda a capturar o fluxo de ar, sem alterar a sua trajetória.
Exemplo prático: comparamos as variantes hatch e sedã do Mercedes-Benz Classe A. Enquanto o A200 Hatchback tem 0,27 (Cx), o A200 Sedan tem 0,25 (Cx). Tirando a carroceria, ambos são carros idênticos. Pelo fato do sedã pesar 10 kg a mais, ele é o menos econômico na cidade (onde a aerodinâmica não influencia tanto). Por outro lado, em uso rodoviário, ele é o menos beberrão (14,5 km/l ante 14,1 km/l do hatch).
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