O interior costuma ser um lugar onde a vida é mais tranquila. O ar é agradável e há menos movimentação nas ruas e avenidas, o que acaba sendo ideal para descansar da correria urbana. Para os carros, a situação é relativamente similar.
No interior, é muito menos comum que o motorista faça o chamado "uso severo". Ainda que esse termo não signifique que o proprietário utilize mal o veículo, sinaliza quando o carro sofre desgastes precoces, decorrentes de determinadas situações (que, inclusive, são listadas nos manuais dos proprietários, seguidas de recomendações de reconsideração de prazos de manutenção).
Quais são as principais formas de uso severo
- Motor frio: antes de atingir os 90°C, trabalha fora das suas condições ideais. Com isso, o nível de desgaste das peças tende a ser acelerado, bem como a contaminação do óleo por combustível.
- Congestionamentos: "anda e para" do tráfego carregado faz o carro sofrer. Embreagem e ventoinha são mais utilizadas e motor terá menos inércia durante o seu funcionamento, sendo mais desgastado
- Ar poluído: similar ao que médicos falam sobre respirar um ar com baixa qualidade. O vilão é a maior concentração de partículas suspensas no ar, que obstrui o filtro de ar mais rapidamente, além de comprometer a homogeneidade da mistura ar-combustível no motor
- Uso comercial / com peso adicional: andar com carro sempre carregado com bagagem ou como objeto de tração de reboque, do mesmo modo que como táxi ou entregador de mercadorias estará empregando uso severo do carro
E os chamados "carros de estrada"?
Em anúncios de carros do interior ou de cidades mais afastadas dos grandes centros urbanos, podemos encontrar, com mais frequência, dizeres sobre o veículo ser mais utilizado em rodovias, ou até mesmo ser "apenas" utilizado no ciclo rodoviário.
Ainda que isso também seja usado como mais um dos vários artifícios de vendedores por aí, há um ponto interessante sobre isso, que faz sentido para quem vai comprar esse carro.
Quando comparamos um carro que roda em estradas (pavimentadas) com certa frequência, com outro que não sai das cidades, ainda que tenham a mesma quilometragem, o primeiro terá menor exposição aos diversos "usos severos" do que o segundo.
E como quem transita entre cidades interioranas usa as estradas mais regularmente, a tendência é a de que haja maior conservação relativa ao quanto o carro efetivamente rodou. Nas estradas, o carro chacoalha menos, além de rodar com mais embalo e arrefecimento.
Carros mais baratos no interior
Não é apenas a questão mecânica que costuma tornar carros vendidos no interior como melhores negócios. Anúncios de venda vindos dos lugares mais distantes das capitais dificilmente figuram entre os mais caros, mesmo no caso de possuírem menor quilometragem.
O motivo por trás disso é a lei da oferta e da demanda, que se aplica a qualquer bem de consumo. No caso, como a demanda elevada é a grande responsável pela alta dos preços, e a procura por carros é mais concentrada nas grandes cidades, logo, os veículos "metropolitanos" estarão sempre entre os mais caros.
Quer dizer que carros do interior são melhores opções?
À exceção dos veículos que circulam em locais não pavimentados, a resposta quase sempre é sim. Não só em razão dos preços tenderem a ser mais baixos, mas pela realidade menos dura à qual os carros costumam ser submetidos, em comparação às cidades maiores.
Então, se você está pensando em comprar um usado, não custa olhar com atenção os exemplares que podem estar um pouco mais longe dos grandes centros urbanos. As joias mais bem conservadas podem, muitas vezes, serem encontradas nos mais distantes lugares.
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