Só fechar negócio? Aprenda tudo de uma vez para a compra do carro perfeito
Comprar e manter o carro é uma arte, mas não exige habilidades de "Leonardo da Vinci" para que se possa executá-la com perfeição. O primeiro passo para ser o mais feliz é entender que não é só "sair comprando". O que é preciso, então?
Além da importância de se analisar absolutamente tudo o que o carro traz consigo, dos âmbitos mais técnicos aos menos, também há questões como os demais custos envolvidos, pendências e documentações, avarias (em caso de carros usados), orçamentos, entre outros itens que vão definir os prós e dos contras à realidade de cada condutor.
E como já noticiamos aqui no UOL Carros, a tendência dos preços dos carros usados é de queda para 2023, além de um aumento dos incentivos para a compra do zero km. Para não deixar essa bela oportunidade passar em branco, trouxemos a "receita de bolo" para a compra do primeiro, do segundo, ou do milésimo automóvel.
"Começando pelo começo"
O primeiro passo é o mais direto, mas não o mais simples: escolher a categoria. Para isso, é importante saber o que você precisa em um automóvel. Geralmente, quem precisa de espaço interno, acaba optando por um SUV ou um sedã. Os que gostam de praticidade na direção acabam escolhendo mais os hatches. Quem precisa levar carga com mais frequência, ou enfrentar terrenos mais desafiadores, vai mais de SUV ou picape. Mas nada disso é regra.
O próximo passo da "peneira" deve ser definir o modelo em si. Cada fabricante interpreta o público-alvo para os seus carros de maneira diferente. Como quem tem o dinheiro é você, nada melhor do que poder escolher quem entrega mais e melhor. Para descobrir essa resposta, é importante pesquisar os seguintes aspectos do carro:
- Dimensões (largura, altura e comprimento): não adianta comprar um carro que não vai nem mesmo caber na garagem.
- Distância entre-eixos: geralmente, esse aspecto ajuda a entregar se o carro tem mais espaço interno, ou menos.
- Consumo de combustível: o Inmetro divulga os números oficiais em "km/l", na cidade e na estrada, bem como utilizando gasolina ou etanol. Quanto maiores os números, menos dinheiro vai sair do seu bolso nos postos de combustível.
- Desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h.
- Câmbio (se é manual, automático ou automatizado).
- Espaço de malas.
- Preço do seguro e do IPVA.
- Lista de equipamentos.
- Histórico de reclamações dos usuários quanto à satisfação, bem como da disponibilidade e custo das peças.
- Avaliações dos carros presentes em sites como o UOL Carros.
- Tem mecânico de confiança? Pergunte a ele sobre a sua experiência com cada uma das opções (mas tem que ser de confiança mesmo).
Sondar os anúncios
Certifique-se redobradamente aquele carro "bom demais para ser verdade". A julgar pelos preços, anos e quilometragens dos exemplares nos classificados, é possível identificar qual é o padrão e quais opções estão dentro dele. A coerência estará aí.
Se aqueles muito novos e/ou pouco rodados pelos preços não virem acompanhados de pendências, débitos (multas, IPVA e outros), necessidade de manutenção, históricos de leilão e envolvimento com acidentes, até vale a pena ir ver para crer. Caso contrário, a segurança tenderá ser maior onde está a maioria.
Hora de ir ver o carro
Separou alguns pretendentes? Agora vale começar com as visitações. Chegando lá, você deve continuar atento às coerências, da mesma forma como foi feito durante a etapa dos anúncios.
Para isso, ative o modo "sentidos em alerta", pois mesmo que você não seja o maior especialista em avaliação de carros, voltará para casa com várias percepções. Para a quilometragem do carro, o estado dos componentes do interior do carro fazem sentido?
- Coerência: se o carro se diz "pouco rodado", não há margem para que apresente qualquer desgaste nos estofamentos, acabamentos, superfície do volante, câmbio e pedais.
- Pneus: veja nível de desgaste e a data de fabricação deles (quatro dígitos, dois para semana e dois para o ano). Fazem sentido ao comparar com a quilometragem do carro? Precisam ser trocados? Quanto custam os pneus desse carro? E como está o estepe?
- Cheiro: Será que ele não está barato demais porque tem aquele odor impregnado de umidade ou fumaça de cigarro? Ou até mesmo o cheiro não é o de um carro mais usado do que a quilometragem tende a sugerir?
- Visual: como estão as peças? Alinhadas entre si? Desalinhadas? Onduladas? Tem muitos amassadinhos para fazer? Olhe também para a pintura onde haja boa iluminação, de forma mais rente. Observa algum tipo de imperfeição na superfície e na cor?
- Recall: Teve alguma campanha de recall que envolveu o modelo (verificar numeração do chassi)? Foi realizada?
- Dê uma voltinha no carro: como se sente ao volante? A distância até a direção e os pedais é boa? Como é o campo de visão? Sinta se o carro é agradável nas retomadas e ao passar em valetas. Além disso, ouça se faz algum tipo de ruído suspeito (como bateção, raspados, barulhos metálicos, entre outros).
- Documentos: analise também o manual do proprietário e exija todos os documentos que atestam a realização da manutenção do carro. Entre eles, notas fiscais, etiquetas de trocas de óleo, orçamentos de oficinas mecânicas, laudos técnicos, entre outros.
- Laudos: junto ao Detran, pelo próprio site mesmo, confira o histórico de multas e débitos. Entretanto, mais importante do que isso, é a realização de uma nova vistoria cautelar, junto a um órgão credenciado pelo Detran. Nesses locais, os profissionais vão analisar absolutamente tudo no carro. Desde partes estruturais, até todas as pendências possíveis.
Negociação: coloque os "pingos nos Is"
O carro é bom? Se for um automóvel sem "enroscos" judiciais e bancários, que possa ser transferido e assegurado, com a quilometragem coerente, bem como estruturalmente íntegro (para tudo isso, o laudo cautelar terá resposta), a resposta é sim. De todo o modo, nada disso ainda é o bastante para que seja o melhor negócio. O que mais falta?
Compare o preço pedido pelo quanto, mais ou menos, custará para arrumar os detalhes que o carro possa apresentar. Por isso é importante ter uma noção prévia dos custos de manutenção. Tendo feito a "lição de casa" antes, ou não, nessa etapa é bastante importante consultar os preços dessas peças e o custo dos reparos com o seu mecânico de confiança.
Negócio fechado
O carro recebeu todas as "estrelinhas"? Vá com o vendedor até um cartório para reconhecer a compra (sua) e a venda (dele). Para isso, por lá, uma firma será aberta, os documentos serão anexados e assinados. Logo que o pagamento for feito, já poderá levar o carro para casa.
A partir de agora, você não precisará mais do antigo dono para nada, mas ainda resta uma última etapa: transferência do nome junto ao Detran. No site da entidade, é possível encontrar facilmente o campo do comprador, onde serão pedidos os seus documentos para seguir com os processos burocráticos internos.
Cuidados com o carro
Agora é só "ir levando", mas sempre com muito cuidado, pois carro ou é muita alegria, ou muita tristeza. Além do mais, você só comprou o carro pois estava bom. Logo, quando chegar a hora de vender, o próximo interessado fará o mesmo. Negligenciar um patrimônio tão valioso pode significar dor de cabeça com gastos e/ou maior depreciação.
Por isso, continue acompanhando a programação das revisões. Além disso, saiba que a manutenção preventiva é sempre mais simples e menos custosa do que a corretiva. Quando se faz "vista grossa" na hora de identificar ou encarar um problema, um grande passo é dado na direção errada. Tampouco se deve economizar na qualidade das peças.
Fuja sempre de decisões que, em um primeiro momento, servem para poupar dinheiro, pois a consequência mais comum é a recorrência e/ou ao agravamento dos problemas mecânicos. No fim das contas, o barato sempre acaba saindo mais caro.
Outro ponto bastante importante é considerar que, muito provavelmente, você fará o chamado "uso severo" do carro.
Ainda que isso não queira dizer que você fará uma má utilização do veículo, a grande maioria dos manuais dos carros listam situações comuns das cidades, mas que expõem o automóvel a um desgaste mais acelerado. Diante disso, veja a recomendação da montadora para se reconsiderar os prazos de manutenção.
Por fim, procure um seguro automotivo que faça sentido para a sua realidade, dentro de um preço coerente, e sempre mantenha as contas do carro em dia. Compreendidas todas as questões abordadas, até mesmo o maior "pé frio" da humanidade poderá ter vida boa com o carro.
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