Segundo Corsa fabricado se torna o 1º a ganhar placa preta e gera polêmica

A foto de um Chevrolet Corsa com placas pretas causou polêmica na internet nos últimos dias.

Internautas, que lembram com clareza do lançamento do modelo em 1994, questionaram a razão de o carro ter recebido a distinção.

Eles lembram que um carro precisa ter 30 anos de fabricação para ter direito às placas especiais - que atestam a respectiva originalidade.

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O Corsa em questão pertence ao empresário Rodrigo Soares, de 44 anos, e é um veículo especial.

Com carroceria na cor azul Mozart, o hatch tem chassi com final 002 - ou seja: foi o segundo a sair da linha de produção.

Corsa 002 é modelo 1994, mas foi fabricado em 1993

• O chassi 001 (carro prata no álbum acima) pertence ao colecionador e youtuber Alexandre Badolato, que publicou em seu Instagram a imagem que tem viralizado na internet
• Em vídeo publicado no respectivo canal, Badolato e Soares explicam que as primeiras unidades foram feitas em regime pré-série em 1993, como é o caso do chassi 002
• Portanto, o exemplar azul tem as três décadas de produção exigidas e, assim, está apto a ganhar placa preta em 2023

Esses carros foram usados para testes e a revista Panorama, de circulação interna da General Motors, cobriu uma viagem de funcionários entre Indaiatuba e Curitiba" Rodrigo Soares, dono do 1º Corsa com placas pretas

• Badolato conta que procurou os carros que apareciam na revista e diz ter encontrado os chassis 007 e o 002, mas comprou somente o primeiro
• Lembrando: o colecionador também possui o chassi 001. Conheça a história do primeiro Chevrolet Corsa produzido no Brasil
• Como não conseguiu restaurar o modelo, vendeu para Soares e contou a história do 002, que estava na cidade de Sorocaba (SP)
• O empresário, então, foi atrás e conseguiu comprar a raridade, mas com alguns problemas

"O motor original foi trocado por outro com injeção multiponto, Além disso, estava com amassados e lanternas quebradas", conta.

Soares acrescenta que conseguiu o bloco original, parte do cabeçote e algumas outras peças para devolver o Corsa 002 às especificações de fábrica.

O proprietário conta que pediu para a retífica usar o máximo possível de peças originais.

Durante a restauração, Soares também mexeu na estética e no interior.

Uma das maiores dificuldades, ele diz, foi achar um par de lanternas espanholas, que eram um pouco diferentes das nacionais e acompanhavam as unidades pré-série.

As peças eram de outro Corsa que o empresário comprou e acabou ficando na sua coleção.

As placas pretas foram colocadas logo nos primeiros dias de janeiro e, por isso, Rodrigo Soares confia que o seu foi o primeiro a recebê-las.

O primeiro Corsa

• Como dito acima, a história do Corsa 002 começou pelo dono do 001, Alexandre Badolato.
• O youtuber conta em seu canal que o primeiro Corsa fabricado pela GM em São Caetano do Sul (SP) chegou a ser guardado pela montadora
• A intenção era expor o veículo em um museu da fabricante, que acabou sendo cancelado
• O carro, então, fori cedido para o museu da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) no Rio Grande do Sul, em regime de comodato
• Com o fechamento do espaço, o Corsa 001 e outros carros históricos da Chevrolet voltaram para as instalações da GM em São Paulo
• Em 2008, o primeiro Corsa e outros veículos foram leiloados para concessionários e funcionários da GM

"O Corsa 001 foi vendido para a Primarca, concessionária famosa de São Caetano por ser uma das mais antigas. O carro ficou exposto e um conhecido meu que estava montando uma coleção acabou comprando eo veículo", conta Badolato.

Alguns anos depois, este conhecido começou a enxugar sua coleção e resolveu vender o Corsa histórico para o youtuber, que tem o carro até hoje, com pouco mais de 12 mil km rodados.

Placa preta

A placa preta é diferenciada da regular e é concedida a veículos que são considerados de valor histórico ou cultural

• É um símbolo de prestígio e status para os proprietários de carros de coleção e muito procurada por colecionadores
• Para um carro ser emplacado como automóvel de coleção, alguns critérios devem ser obedecidos

"O carro deve ter a partir de 30 anos de fabricação e no mínimo 80% de originalidade em uma avaliação feita por pessoas credenciadas e aptas para tal", diz Lincoln Gomes, presidente do Chrysler Clube do Brasil.

Há a exigência de que o interessado seja associado a um clube de carro certificado, que faz a vistoria para aprovação do emplacamento com validade de cinco anos.

Após esse período, uma nova vistoria deve ser feita.

"No caso do Chrysler Clube do Brasil, somos filiados à FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos) e seguimos seus critérios para efetuar a avaliação do veículo. Seguimos uma planilha onde é possível atingir cem pontos, com base na avaliação de diversos itens", explica Gomes.

O presidente do Chrysler Clube também conta que a avaliação é feita por dois diretores técnicos mais o presidente do clube, sempre presencialmente. O clube cobra uma taxa de R$ 400 para fazer a avaliação, restrita aos respectivos sócios.

A placa preta foi criada no começo dos anos 1990 para que os carros de coleção não precisassem ser modificados para atender as legislações mais modernas, como instalação de cinto de segurança de três pontos, apoios de cabeça e outros itens que não eram originais na época.

"O veículo com placa preta é mais valorizado do que outro equivalente", diz Gomes.

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