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De VW Gol a Chevette: carros brasileiros 'comuns' viram joias raras nos EUA

Carros brasileiros como Chevrolet Kadett (amarelo) e Chevette (verde) durante encontro em Daytona, nos EUA - Arquivo pessoal
Carros brasileiros como Chevrolet Kadett (amarelo) e Chevette (verde) durante encontro em Daytona, nos EUA Imagem: Arquivo pessoal

Fernando Pedroso

Colaboração para o UOL

20/02/2023 04h00Atualizada em 20/02/2023 17h44

Chevrolet Kadett GSi e Chevette, Volkswagen Gol, Saveiro, SP2 e Kombi.

Esses automóveis, mais um exemplar da Honda CG 125, poderiam estar em uma garagem do Brasil.

Nada disso: o endereço dessa coleção de clássicos nacionais é a cidade de Daytona Beach, na Flórida, nos Estados Unidos.

Esses e outros carros pertencem ao brasileiro Sergio Fernandes, dono do Galpão Brasil Daytona..

Fernandes, de 50 anos, mora há 22 nos EUA, onde trabalha com administração e comércio exterior.

Ele formou um clube de proprietários de carros brasileiros em Daytona Beach, que já conta com 133 membros e 160 veículos cadastrados.

"Tudo começou quando eu trouxe para cá alguns carros nacionais para minha coleção particular. Eu acabo comercializando alguns". conta.

Na coleção, Fernandes tem duas VW Saveiro refrigeradas a ar 1984 e colocou uma à venda.

A Saveiro é um dos carros brasileiros que surpreendem os norte-americanos, pois eles não estão acostumados a ver uma picape compacta com motor frontal refrigerdo a ar e tração dianteira. Contudo, o carro que mais chama atenção aqui é o Volkswagen SP2. Pode levá-lo em qualquer evento que ele rouba a cena" Sergio Fernandes, empresário brasileiro

O SP2 é um projeto da década de 1970 da filial brasileira da Volkswagen. Na época, vendeu pouco.

Hoje, o desenho arrojado para um VW fabricado 50 anos atrás chama a atenção fora do Brasil. Há até uma unidade no museu da montadora em sua sede, na Alemanha.

Como brasileiros levam seus carros aos EUA

Garagem de Sergio Fernandes, em Daytona (EUA), tem Kadett, Kombi, Chevette e Saveiro - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Garagem de Sergio Fernandes, em Daytona (EUA), tem Kadett, Kombi, Chevette e Saveiro
Imagem: Arquivo pessoal

O administrador afirma que seu clube de carros brasileiros começou a tomar uma dimensão maior dentro da comunidade brasileira.

"Comecei a ajudar outras pessoas a trazer os carros".

Fernandes comemora o fato de ter conseguido juntar quase todos os membros em um evento no tradicional autódromo de Daytona.

"Fizemos um comboio de carros brasileiros. Tinha Gol 'Bolinha', Kadett, o próprio SP2".

As duas VW Saveiro refrigeradas a ar do colecionador Sergio Fernandes foram emplacadas nos EUA - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
As duas VW Saveiro refrigeradas a ar do colecionador Sergio Fernandes foram emplacadas nos EUA
Imagem: Arquivo pessoal
  • O processo de importação do Brasil para os EUA não é tão complicado. segundo Fernandes
  • A maior dificuldade é tirar os veículos [do Brasil, destaca o empresário
  • Já a llegalização dos carros nos Estados Unidos é tranquila, afirma
  • Conforme o administrador, caso o carro tenha mais de 25 anos de fabricação, ele pode ser importado para os Estados Unidos
  • Só que o custo do frete,é um "absurdo", conta Sergio Fernandes
  • Ele acrescenta que o custo varia de acordo com o modelo do veículo e a quantidade de carros.
  • Para levar um veículo do Brasil para outro país, o exportador precisa estar com um CNPJ cadastrado na Receita Federal, explica
Puma e Volkswagen SP2, dois projetos brasileiros, no autódromo de Daytona, nos Estados Unidos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Puma e Volkswagen SP2, dois projetos brasileiros, no autódromo de Daytona, nos Estados Unidos
Imagem: Arquivo pessoal

É preciso também contratar a transportadora, que vai levar o carro do Brasil aos Estados Unidos em um contêiner.

  • Esse carro deve estar sem combustível e com a bateria desconectada
  • Também deve estar sem placas, já que o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) exige baixa total antes da exportação
  • O próximo passo é fazer o desembaraço com um despachante aduaneiro
  • Esse despachante pode liberar a carga ou fazer a conferência de documentos
  • Depois, é só esperar que o carro chegue ao destino
  • Cada país, é claro, tem suas regras próprias quanto à importação de veículos

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