Como são as câmeras capazes de ler e interpretar sonolência nos motoristas
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Seu carro pode estar espionando sem você saber. Mas é por um bom motivo: os detectores de cansaço são aliados para evitar cansaço e cochilos ao volante. Aplicada primeiro nos Volvos, a tecnologia surgiu em 2007 e foi sendo aprimorada desde então.
Atualmente, os sistemas mais comuns nos carros brasileiros analisam o nível de atenção do motorista com base em fatores como o padrão de direção (por exemplo, saídas recorrentes de de faixa, aceleração e frenagem repentinas frequentes, puxadas ao volante, etc), bem como o tempo total da viagem já decorrido.
Entretanto, o que mais chama atenção é o patamar de desenvolvimento das câmeras que monitoram o condutor.
- A empresa de inteligência artificial Seeing Machines se uniu à Analog Devices e à Magna para fornecer um software que rastreia o olhar, as pálpebras, a postura da cabeça e a postura do corpo, a partir dos quais a atenção do motorista é deduzida.
- O funcionamento se baseia na conexão entre uma câmera com uma fonte de alimentação de iluminação infravermelha.
- O sistema terá interligação com câmeras e sensores do carro, para que mais informações sejam correlacionadas.
- Desse modo, alertas serão emitidos ao condutor (como já ocorre hoje, mesmo sem as câmeras) e as assistências de condução poderão atuar como forma de intervenção. Uma delas, serão os sistemas de condução semi-autônoma.
- Essas e outras iniciativas são consequências dos regulamentos europeus que, em 2026, exigirão que todos os novos veículos tenham alguma tecnologia de monitoramento do motorista, entre outros recursos avançados de segurança.
- Nos EUA, por sua vez, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes já estuda como o monitoramento na cabine servirá para evitar embriaguez ao volante.
Sonolência ao volante é comparável à embriaguez
De acordo com o ONSV, 50% dos acidentes nas rodovias são causados pela sonolência e cansaço, o que torna o problema quase tão arriscado quanto dirigir alcoolizado. A entidade lembra que a cafeína pode espantar um pouco o sono, mas não o cansaço. E que os descansos devem obedecer a alguns pontos.
O sono e o cansaço são um dos principais fatores de risco no trânsito. Quando a pessoa está com sono, ela tenta relutar. Pode ser aumentando o som do carro, abrindo a janela, mas nada disso surte efeito. Você tem que parar para descansar. Essas tecnologias têm como auxiliar ao chamar a atenção do condutor que está cansado."
Renato Campestrini, advogado especialista em trânsito, mobilidade e segurança do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
Em caso de viagens longas, a orientação é que o motorista faça paradas a cada quatro horas. O descanso deve levar entre 10 e 15 minutos. Em caso de trânsito pesado, o ONSV recomenda que a paradinha seja feita a cada duas horas.
E quanto à privacidade?
- A União Europeia criou uma regulação dos sistemas de monitoramento do motorista e permite que a tecnologia não deve gravar continuamente o comportamento ou manter nenhum dado além do necessário, além de prever a destruição deles logo após o uso.
- Além disso, ninguém pode ter acesso às informações.
Já existe um aparelho que lê rostos no mercado
- Fora do Brasil, um dos aparelhos que mais se aproximam do modo de funcionamento é o chamado Speedir, que custa US$ 79.
- O aparelho consiste em uma tela, que deve ser posicionada no painel, com capacidade de ler e interpretar gestos e expressões faciais do condutor para, assim, emitir os alertas.
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