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Moto abduzida: conheça nova ação dos bandidos e saiba como se proteger

Do UOL, em São Paulo

29/03/2023 04h00

A criminalidade sempre se reinventa para o mal. Se os roubos de motos já estão nas alturas, essa nova modalidade dos bandidos agrava o quadro ainda mais. No caso, a ação consiste em encostar um carro de forma paralela a uma moto estacionada para que, assim, duas pessoas possam erguê-la e levá-la embora.

É como se, literalmente, a moto fosse abduzida. Não há forma mais rápida de furto do que essa. Quais costumam ser esses criminosos e o que o motociclista pode fazer para se proteger? Contamos com a ajuda de Fábio Henriques (@henriques_bjj), agente e instrutor da Polícia Federal, para desvendarmos os registros desse tipo de ocorrido que, cada vez mais, tomam conta das redes sociais.

Ainda que seja mais comum os casos nos quais o ladrão sobe na moto, micha o miolo e leve o veículo, essa modalidade criminosa é bem complicada para os motoboys. Esse tipo de furto é muito rápido, e mais ainda nessa modalidade, o que diminui ainda mais as chances do motoboy poder ser ágil. Até por isso, o entregador prefere não subir na casa dos clientes. Eles sabem que é preferível estar sempre perto da moto. A população tem que ter consciência disso, inclusive".

"Trata-se mesmo de uma operação, pois eles encostam com o carro, dois caras fortes de um lado erguem e levam. E se der algum problema, eles largam a moto e fogem. No caso do furto, é importante que não se deixe a moto sozinha, tampouco posicionada como no vídeo, voltada ao mesmo sentido da via. Agora, no caso do roubo a mão armada, fica um pouco mais complicado", disse o especialista.

"Quanto ao perfil deste tipo de criminoso, ele é o que chamamos de oportunista. Podemos estimar que a cada 8, 9 ou 10 alvos descartados, uma pessoa acaba virando vítima desses bandidos. Eles costumam rondar para procurar a oportunidade. Aquele que demonstrar mais facilidades para a sua ação - e, portanto, será uma "presa" mais vulnerável - é quem terá o azar de ser escolhido. É como uma relação de "predador-presa" no mundo animal".

"O que o motoboy pode fazer é posicionar a moto de uma forma que dificulte a operação dos criminosos. Seja de uma forma atravessada, ou até mesmo em cima da calçada. Há também travas de guidão, que sempre atrasam muito a ação dos ladrões. Além disso, rastreadores também são importantes, pois, assim, o motoboy pode acompanhar o furto desde os primeiros instantes", completou.

Por isso é importante criarmos táticas técnicas para nos tornarmos o que chamamos de "alvos indesejados". Quando nos posicionamos previamente de modo a demonstrar dificuldades às atuações criminosas, menos interesse o ladrão terá. O motoboy estar longe da moto e ela estar posicionada tal como no vídeo é um "prato cheio" para o bandido".

Detalhes sobre roubos e furtos de motos em SP

Segundo a Ituran, empresa de rastreamento veicular, com base em dados oficiais publicados no portal da transparência da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) do governo paulista, as ocorrências estão em alta.

  • O estado de São Paulo registrou 39.368 roubos e furtos de motocicletas em 2022.
  • O número é 28,55% maior que o de no ano anterior, com 30.625 registros.
  • Ou seja, foram quase 9 mil motos a mais, que desapareceram das ruas em um ano.
  • Entre os destaques, estão motos que custam menos de R$ 20 mil, a maior parte delas usadas pelos entregadores.
  • Os modelos mais visados são os de menor cilindrada e preço, pois além da grande quantidade de unidades em circulação, a demanda por peças é sempre maior.
  • Além disso, a simplicidade das motos contribuem para a ação rápida dos desmanches ilegais.
  • Segundo o Ituran, os horários de roubos de motos de baixa cilindrada ocorrem mais durante a semana e no período do dia, devido à exposição dessas motos nas vias.
  • As motocicletas maiores, acima de 301 cc, são mais utilizadas para passeios. Sendo assim, a criminalidade atua mais durante a noite para subtraí-las.

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