Por que carro velho te ajuda a fugir de assaltos, mas não dos ladrões
É natural pensarmos que os bandidos procuram altos valores nos bens das pessoas. Afinal de contas, não valeria a pena para o ladrão agir por algo barato. Para os carros, a lógica até faz certo sentido, mas não funciona exatamente dessa forma.
Será possível afirmar que carros mais velhinhos ou mais populares são a saída para evitar a criminalidade, já que eles podem ser mais discretos? Será que não preferem assaltar os modelos mais "pomposos"? Primeiro, precisamos entender a dinâmica dos crimes e as diferenças entre roubos e furtos.
- O roubo ocorre quando há violência ou grave ameaça contra a vítima;
- Já o furto ocorre quando a ação não envolve violência ou grave ameaça contra a vítima;
- No caso de veículos, o furto pode ocorrer quando o carro está estacionado em local público ou privado e é levado sem o consentimento do proprietário, por exemplo.
"Os principais envolvidos em roubos e furtos de veículos são quadrilhas especializadas", afirma a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Ainda de acordo com o órgão, quando os criminosos optam pelos roubos a veículos, costumam levar os bens de quem estiver a bordo e, também, o próprio carro. No caso dos furtos, o foco costuma ser apenas o automóvel.
Ao consultar o Manual de Auto Proteção do Cidadão da SSP (http://www.ssp.sp.gov.br/media/documents/ssp_manual-seguranca.pdf), muitas informações podem ajudar as pessoas a não serem vítimas de crimes como esses.
"De todo o modo, a SSP está atenta aos índices de criminalidade em todo o Estado e, para combater os roubos e furtos de veículo, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) também conta com a Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas (Divecar), que realiza o monitoramento de quadrilhas especializadas nestes delitos", finaliza.
Bandidos preferem os furtos
"O aumento nos casos de roubo e furto de veículos em São Paulo está diretamente relacionado ao consumo de peças usadas em desmanches ilegais e na internet, principalmente em meio à recessão econômica", afirma Rodrigo Boutti, gerente da Ituran.
Com o sucessivo aumento nos preços dos carros novos e usados, bem como de seus componentes, o envelhecimento da frota circulante do Brasil preocupa o mercado automotivo, conforme já afirmou algumas vezes o presidente da Anfavea, Márcio Lima. Isso é fator importante para que se aumente a exposição de carros cada vez mais antigos à criminalidade.
Segundo o Ituran, considerando as ocorrências registradas no estado paulista, 70,6% delas corresponderam a furtos, contra 29,4% de roubos. "Os furtos predominam porque são um crime muito mais ameno no Código Penal e difícil de provar. Os criminosos só roubam veículos que não conseguem furtar, devido a tecnologias embarcadas que previnem a prática", explica Boutti.
Vale salientar que as tecnologias embarcadas, citadas por Boutti, costumam estar presentes em carros mais novos e, muitas vezes, caros.
Logo, carros mais velhos são a salvação?
Evidentemente que, quando um criminoso avista bens junto de ocupantes de carros populares e/ou mais antigos, ele não terá a mesma atração pelos pertences quando comparados com aqueles que estiverem com uma pessoa em um veículo de luxo - ainda que os objetos sejam os mesmos. Logo, só isso, uma parcela relevante dos roubos (que já compõem a minoria dos casos) deixa de incidir sobre o todo.
Além disso, os carros mais roubados e furtados de 2023 são:
- VW Gol (6.228 unidades em 2022);
- Fiat Uno (4.682 unidades em 2022);
- Chevrolet Onix (4,343 unidades em 2022).
Por isso, quando cruzamos as informações de que os criminosos roubam mais os carros mais tecnológicos (portanto, mais caros), mas preferem o furto na maioria dos casos (bem como que os carros mais subtraídos são populares e/ou mais antigos), podemos concluir que, sim, o motorista do carro mais simples pode evitar roubos, mas, na verdade, estará mais exposto aos furtos do que os donos de carros premium, por exemplo.
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