Demissões na Bridgestone aumentam fuga de empresas automotivas do ABC
A demissão de 600 funcionários na Bridgestone em Santo André (SP) e a transferência da produção de pneus para carros e caminhonetes para Camaçari (BA) é mais uma baixa para a região do ABC, conhecida pela presença de metalúrgicas e grandes empresas da área automotiva.
O fenômeno, na verdade, começou nos anos 90, quando novas marcas se instalaram no país, mas preferiram construir suas fábricas em outras regiões atrás de incentivos fiscais e mão de obra mais barata.
A Honda, por exemplo, preferiu fazer sua fábrica em Sumaré, enquanto a Toyota, mesmo tendo um grande espaço em São Bernardo do Campo, escolheu Indaiatuba. Ford e Jeep levantaram novas unidades no Nordeste, Bahia e Pernambuco, respectivamente. A região do ABC foi ficando sem novos investimentos.
Em 2019, quando a Ford iniciou a venda de suas fábricas no Brasil, a unidade de São Bernardo do Campo teve 600 funcionários demitidos. Outros 2.200 foram realocados na ocasião.
Em abril de 2022 a Toyota anunciou que fecharia a fábrica de São Bernardo até o fim deste ano para transferir sua produção para as três unidades no interior paulista: Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba. Os 500 funcionários seriam transferidos se quisessem se mudar para uma das três cidades.
Mais tarde, em setembro, a Mercedes-Benz, que também tem sede em São Bernardo, chegou a anunciar 3.600 demissões, mas, em um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, abriu um PDV (Programa de Demissão Voluntária).
Segundo o sindicato, mais da metade desses 3.600 eram contratos temporários cumpridos até o fim e quem não aderiu ao PDV acabou realocado dentro da própria fábrica. O órgão afirma que 1.200 trabalhadores estão em férias coletivas.
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