De Elba a Lamborghini: como carros complicaram carreira política de Collor
Condenado na última quinta-feira (25) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Fernando Collor tem carros associados a momentos conturbados da sua carreira política.
Em 1992, uma Fiat Elba registrada em nome do então presidente da República foi decisiva no processo de impeachment que culminou em sua renúncia ao cargo, no fim daquele ano.
Além disso, carros de luxo pertencentes a uma empresa que tem Collor como sócio chegaram a ser apreendidos pela Polícia Federal em 2015, por ordem do STF, como desdobramento da Operação Lava Jato.
Na época, suspeitava-se de que os veículos - Ferrari 458 Italia 2011, Lamborghini Aventador Roadster 2014 e Porsche Panamera 2012 - tivessem sido adquiridos com dinheiro proveniente de práticas criminosas
Os carros foram devolvidos poucos meses depois, naquele mesmo ano, por decisão do próprio Supremo - sob condição de que não fossem vendidos.
Carrões acumulam dívida de IPVA em SP
UOL Carros apurou que os carrões anteriormente apreendidos não fazem parte da recente condenação de Fernando Collor, cuja pena será definida na próxima quarta (31), e ainda estariam em poder do ex-presidente e ex-senador.
Em janeiro do ano passado, informamos que um dos veículos devolvidos, o Aventador Roadster 2014, estava entre os cinco carros com mais dívidas de IPVA no estado de São Paulo.
Há pouco tempo, a empresa Água Branca Participações, que detém o registro do Lamborghini e de outros automóveis pertencentes ao político, entrou em acordo com a PGE-SP (Procuradoria Geral do Estado de São Paulo) para parcelar em 60 vezes pouco mais de R$ 1,5 milhão em dívidas relativas a IPVA. A primeira parcela, no valor de aproximadamente R$ 62 mil, já foi paga.
A PGR-SP informa que o parcelamento está garantido com a penhora do Lamborghini, além de um Bentley e de um Rolls-Royce.
A Fiat Elba do impeachment
Podemos dizer que a Fiat Elba Weekend 1991 foi um carro que mudou o destino de um país. Em 1992, investigações apontaram que a perua do então presidente Collor teria sido adquirida com dinheiro proveniente de contas fantasma de PC Farias, tesoureiro da campanha presidencial em 1989.
O fato foi decisivo no processo de impeachment do chefe do Executivo, que decidiu renunciar, na tentativa frustrada de preservar seus direitos políticos.
Mas qual teria sido o destino deste carro que teve papel decisivo na história do Brasil? O UOL Carros foi atrás do paradeiro da Elba de Collor e descobriu que seu final não foi feliz.
Descobrimos que a Elba ainda está registrada em nome do político, que hoje está sem mandato - até fevereiro, ele era senador pelo PTB e tentou a eleição para o governo de Alagoas em 2022, sem sucesso.
Um fato curioso, porém, é que Collor deu baixa no documento da Elba. Ou seja: o veículo não tem mais autorização para rodar em vias públicas e pode até ter virado sucata.
Nossa reportagem questionou a assessoria do então senador, em setembro de 2020, sobre o destino do carro, mas não obteve resposta.
Antes de seu destino final, a Elba de Collor apareceu em fotos que circularam nas redes sociais há alguns anos. Em uma das imagens, aparece já bastante deteriorada, em local desconhecido e com placa cinza - originalmente, ela foi emplacada no padrão amarelo.
O próprio Collor, em conversa com seguidores em sua conta no Twitter, já falou sobre o carro:
No mesmo bate-papo, outro internauta pergunta se Collor tem fotos com o veículo e ele disse que não, sugerindo pesquisar imagens na internet.
Hoje com 73 anos, o ex-presidente também falou que não tem "nenhuma" saudade da perua que contribuiu para a perda do mandato.
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